segunda-feira, 29 de outubro de 2012

A Mediação Familiar- Visão Geral




 Para podermos primeiro compreender o processo de mediação familiar torna-se necessário que entendamos, primeiro, o que vem a ser uma mediação.

" Mediação é uma técnica para a resolução de conflitos, na qual as partes solicitam ou aceitam a intervenção confidencial de uma terceira pessoa imparcial e qualificada, que detém um poder de solução limitado e não autoritário o que possibilita aos envolvidos encontrar, voluntariamente, uma solução duradoura e mutuamente aceitável que contribuirá para a reorganização da vida pessoal e familiar" ( Alencar e Ávila, 2006, Moore, 1998) .
Seguindo essa linha de pensamento podemos dizer que a mediação familiar trabalha para facilitar a comunicação, voltada ao restabelecimento das ligações familiares rompidas.
A postura do mediador familiar caracteriza-se por ser participativa, não interventiva às decisões, e imparcial. Como já diz o próprio nome, o mediador media os conflitos redimensionando as leituras desses, como algo que pode ocorrer em toda família, o caráter provisório desses problemas que não deverão ser vistos apenas como litigiosos.
Percebemos que  os familiares chegam na mediação com alta carga emocional e pontos de vistas cristalizados. A função do mediador é ir aos poucos, habilmente, exercitando a desconstrução desses pontos de vistas rígidos, explorando, cooperativamente, as diversas alternativas de solução.
Para uma maior compreensão do processo, apresentamos a seguir os principais passos de uma mediação:

                Identificação dos conflitos;
                Levantamento de interesses, necessidade e desejos de cada parte;
                Esclarecimento das controvérsias e questões;
                Construções de opções;
                Análise das possíveis soluções;
                Negociar  as soluções encontradas;
                Registro das soluções encontradas;
                Realização do termo de acordo entre as partes.
               
As fases descritas acima tem, na sua vivência, a intencionalidade, de através da redução dos conflitos, se investir em  novos modelos de comunicação, com base na clarificação dos pontos específicos em questão, e a construção de acordos de convivência. Para tal, o mediador deve ter presente  posturas de facilitação ao processo tais como:
                
                 Capacidade de escuta ativa
                 Capacidade de entrar na relação;
                 Capacidade de não dramatizar;
                 Capacidade de resumir a situação;
                 Capacidade de ter um olhar imparcial e não personalizar os conflitos.

Mesmo sabendo que a mediação familiar é voltada à resolução dos conflitos, há situações as quais segundo Ávila ( 2004), a mediação não deve ser indicada, são elas:

                 Desinteresse da família ou casal em resolver os conflitos
                 Desequilíbrio de poder entre as partes;
                 Alguns casos de violência conjugal ou familiar;
                 Problemas de saúde mental;
                 Desrespeito às regras de base de mediação.

Sabemos que a matéria prima da mediação é o conflito. Na mediação familiar observamos, como o conflito manifesto traz em sua dinâmica, além da dificuldade imediata, múltiplos fatores anteriores,que  apresentam focos relacionais negativos entre as partes, diferença de valores, crenças...
Faz-se necessário a compreensão e um olhar atento do mediador e dos mediandos acerca dos fatores anteriormente mencionados, uma vez que, na maioria das vezes, explicam as causas do conflito familiar.
O processo mediativo familiar deve incluir o estudo dos aspectos emocionais, com habilidade e neutralidade( representamos o terceiro imparcial), investindo em uma conversação produtiva, que objetive a superação dos problemas de comunicação, mediante a clarificação das questões, buscando uma solução negociada entre as partes

Observamos que a mediação familiar não é terapia familiar. A terapia investe mais nos conteúdos emocionais e psicológicos, reforça um olhar mais aprofundado a si e aos vínculos familiares e a historicidade de cada um, em um contexto de passado, presente e futuro.
A Terapia Familiar é um processo o qual  traz como pilar a reflexão, mediante perguntas circulares, nas quais o terapeuta atua dentro de uma postura baseada na complexidade, que difere da objetividade, intersubjetidade que é diferente da neutralidade, e, instabilidade que difere da previsibilidade.
Para finalizar reforçamos sobre a característica fundamental da mediação: a voluntariedade das partes.
A mediação familiar trabalha os conflitos familiares de forma focal, dentro de um período que consideramos breve, em média de 3 a 8 sessões, encontros nos quais mediador e família investem na melhoria da comunicação, exercita-se caminhos de negociação, sabendo-se que cabe ao mediador facilitar mas não interferir nas decisões dos mediados.
        
                     Lígia Oliveira- terapeuta  e mediadora de família e casal e psicanalista

    
Obs- O texto acima teve como base as leituras seguintes:
Mediação Familiar, Manual de Terapia Familiar, volume II ( Porto Alegre:Artmed,2011 ,p. 191-201)
Mediação Familiar: Uma Alternativa para Humanizar o Sistema Judiciário, Pensando Famílias,julho 2008,p-83-97)
Manual de Mediação Judicial, Ministério da Justiça- Brasil- 2009

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Para Que Fazemos Terapia de Casal e Familia






Muitas são as famílias e casais que nos procuram e trazem com eles o sofrimento e a esperança da melhoria do clima relacional. Nós terapeutas familiares de forma curiosa e respeitosa, ouvimos a história de cada um, facilitando para que o diálogo  e a escuta sejam aprendizados de todos.

Em terapia de casal e família desenvolvemos os seguintes objetivos gerais:

- Estudar junto aos familiares e o casal o problema dito como principal e as suas dificuldades recorrentes, visando compreender o que desencadeou o problema, o que concorre para sua manutenção, quais os recursos possíveis à  melhoria do relacionamento, rede de apoio afetiva, social, econômica...

 - Exercitar a compreensão da importância do falar e do ouvir, procurando entender que conversar pode também significar discordar.

- Aprender a se comunicar de forma clara, verdadeira, respeitando os limites individuais, familiares e conjugais.
- Gerar entendimento familiar e conjugal no sentido de  ver o problema como responsabilidade de todos e não somente daquele que apresenta o sintoma.
- Trabalhar para que o casal e a família possa expor seus sentimentos sem precisar desviá-los para comportamentos agressivos, ressentidos, vingativos.

 - Aprender a observar o padrão de comportamento nocivo e trabalhar, para substituí-lo por outros mais saudáveis.
Importante ampliar o significado do processo terapêutico não só como um local onde vamos para falar dos nossos problemas, mas também exercitar habilidades e talentos.
    Lígia Oliveira- Terapeuta de Casal e Família

Terapia de Casal e Família- Recife





Lígia Oliveira- Terapeuta casal, família e individual- (psicanalista)
Recife- PE  081-99678834
CONSULTÓRIO- AVENIDA ROSA E SILVA, 1206, EMPRESARIAL CASA GRANDE.
SALAS:606-607- AFLITOS
FONE: 081 999678834 



Muitas são as famílias e casais que nos procuram e trazem com eles o sofrimento e a esperança da melhoria do clima relacional.O terapeuta familiar de forma curiosa e respeitosa ouve a história de cada um, facilitando para que  o diálogo e a escuta sejam aprendizado de todos.

Em uma terapia de casal e de familia desenvolvemos os seguintes objetivos gerais:

 - Estudar junto aos familiares e  o casal o problema dito como principal e as dificuldades recorrentes, visando compreender o que desencadeou o problema, o que concorre para sua manutenção, quais os recursos possíveis à melhoria do relacionamento, rede de apoio afetiva, social, econômica...

- Trabalhar para que cada familiar ou cônjuge possa expor seus sentimentos sem precisar desviá-los para comportamentos agressivos, ressentidos, vingativos...

- Gerar entendimento familiar ou conjugal  no sentido de ver o problema  como responsabilidade de todos e não somente daquele que apresenta o sintoma.

- Exercitar a compreensão da importância do ouvir e do falar, podendo entender que conversar pode também significar discordar.

- Aprender a se comunicar de forma clara, verdadeira, respeitando os limites familiares, conjugais e individuais.

- Aprender a observar o padrão de comportamento nocivo e trabalhar, cooperativamente, para substituí-lo por outro mais saudável.

Importante ampliar o significado do processo terapêutico não só como um local onde vamos falar dos nossos problemas, mas também exercitar habilidades e talentos.



                                                               Lígia Oliveira -terapeuta de casal e familiar

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Brigas de Crianças x Comportamento dos Pais





Reportagem da revista Cláudia, abril de 2004,  fala sobre o comportamento dos adultos diante da briga dos seus filhos crianças.
O artigo ressalta a fala da pedagoga alemã,  Heike Baun, autora do livro, Estou Morrendo de Raiva! Lidando com a Raiva e a Agressividade das Crianças (Verus).
Diz Baun:
"Quando nós adultos nos envolvemos nas brigas, impedimos que as crianças se reconciliem sozinhas".
 
Assim sendo,  a pedagoga orienta que os pais ou os adultos, somente devem ajudar  ou intervir nas brigas infantis, em ocasião de agressão física.
Caso precise separá-los, os pais devem ser cuidadosos em não reclamar, ou se dirigir apenas a uma criança, vez que dificilmente existe um só culpado. Ou seja, ficarem  atentos a visão sistêmica do conflito infantil.
 
Continua Heike em sua orientação: " Eles precisam de voz calma capaz de promover o relaxamento. Com paciência e voz firme. Explique que sabe o quanto cada um está  zangado".
Após o período  mais crítico da zanga, com a situação mais relaxada, o adulto deverá conversar se dirigindo aos dois para que cada um tenha condições de expressar seus sentimentos, favorecendo uma conversa mais próxima .
 
É  essencial que os pais compreendam que a autonomia e o equilíbrio dos filhos é caminho que se cria, passo a passo com um olhar atento, conjunto ( pai e mãe), paciente, em um exercício de paciência, liberdade, coerência, limites e firmeza.
 
Refexão:
 
 Voltando ao seu tempo de criança, relembre um momento de briga com outra criança.
 Como os adultos mais próximos reagiram à briga? Qual foi o seu sentimento?
 Hoje, como voce tem agido em  relação às brigas com seus filhos?
 O que precebe que precisa modificar?

                            Lígia Oliveira- Terapeuta de casal e família

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Terapia Familiar- Trabalhando Recursos




Lembro  que ouvi de uma pessoa, que vou chamar de João, sabendo que eu era terapeuta familiar, a seguinte fala:
"Participei de algumas sessões de terapia, mas saía de lá de baixo astral. Só era problema".
Não querendo fazer observações acerca da prática da sua terapeuta, como também não sabendo quais as queixas da pessoa que me falava, e qual o contexto de toda essa sua narrativa,silenciei.Quase no mesmo momento, lembrei de uma conversa que gosto de dizer quando inicio um processo terapêutico com familas ou casais, e, repeti, dessa vez, para   o João.
"Em um primeiro momento, na terapia, procuramos identificar e compreender as influências do problema sobre a pessoa,e, aos poucos vamos identificando as  influências da pessoa  sobre o problema."

Não sei até que ponto João entendeu minha resposta.Olhou para mim, com ares de que não tinha se "convencido" do valor de um processo terapêutico. Quem sabe seria melhor se ele, depois, pudesse pensar sobre o que quis lhe fazer sentir. Não sei... Minha intenção não era o convencimento, e sim a reflexão.
Sabemos,que no processo sistêmico as fases de escuta e alternativas de solução ocorrem muitas vezes, de forma concomitante, e, que quando a família chega muito focada no problema é preciso respeito e curiosidade do terapeuta, no sentido de explorar as múltiplas faces da dificuldade, investindo, primeiro, no aprofundamento da queixa trazida.
Depois de um tempo dessa conversa, estava lendo o livro, Atendimento Sistêmico de Famílias/ Redes Sociais. vol.II, TOMOII( Juliana Gotijo,Ma.José Esteves, Sonia Vieira coelho, 2007) e encontrei modelos de entrevistas que me fizeram ampliar o meu olhar  terapêutico aos recursos familiares.Lembrei-me de João, e fiquei pensando como ele teria se sentido quando, junto com as suas dores, estivessem presentes perguntas que fizessem crescer nele e em sua família, força, apoio, otimismo realista...

Pedi emprestado algumas perguntas do livro, acrescentei outras e elaborei um roteiro de perguntas que, em momento oportuno ao processo de terapia, são trabalhadas com a família, compreendendo-se esse roteiro como uma trilha e não como um trilho. Agora, quero compartilhar essa dinâmica com voces.

Orientação da terapeuta, no momento da dinâmica familiar:


"Sabemos que a vida familiar tem suas dificuldades, mas, muitas vezes nossos olhos parecem não enxergar os pontos positivos que podem ajudar. Vamos fechar os olhos, voltar nosso pensamento, e refletir caminhos de melhoria através da nossa força familiar".


Conversamos acerca de explicações mais específicas e depois, terapeuta entrega prancheta e lápis para as respostas serem escritas. Após todas as respostas, trabalhamos a Resiliência Familiar.
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 Reflexões:

Olhando para sua família, quais os principais sinais de força familiar?

Onde e como a família busca apoio nos momentos difícies?

Olhando para voce  e para toda a família, qual a principal qualidade de cada um  que
poderia ajudar à melhoria familiar?

Cite um problema que sua família conseguiu superar.

O que a família aprendeu com esse processo?

Escolha uma dificuldade que a família precisa olhar melhor para vencer.


Geralmente a ordem das falas das respostas, obedece a hierarquia familiar.
Ao término criamos um inventário dos reservatórios de força  familiar.


                                          Lígia Oliveira- Terapeuta Familiar e de Casal




 .

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Terapia de Casal -Ampliando o Olhar à Relação a Dois


Em alguns atendimentos na Terapia de Casal,  dependendo do momento de cada um,  e repeitando a demanda dos clientes, podemos juntos, desenvolver uma dinâmica, onde temas de resiliência conjugal possam ser refletidos.
O processo é explicado ao casal, e quando compreendido e aceito,  realizado de forma dialogada e com liberdade para ser complementado pelos cônjuges, fato que na maioria das vezes acontece e enriquece a reflexão.
Abaixo registramos as perguntas:
   Qual foi a última gentileza que voce fez para o seu par?
   Qual foi a última gentileza que voce lembra seu par ter feito para voce?
   Em relação ao item gentileza do casal o que voce gostaria de manter na sua relação
   afetiva? Cite uma vivência.
   Fale sobre um comportamento positivo do seu par;
   Fale sobre um comportamento positivo seu.
   Coloque notas de 1 a 10 nos seus comportamentos em relação ao seu par:
   (10 quando muito frequente e assim por diante).
                                            Atitudes minhas em relação à vivência conjugal:
            Aproximação:
        
            Ajudar
            Cuidar
            Entender
            Confiar
            Pedir mudanças
            Cooperar
            Estimular
            Negociar


            Fuga:

            Negar
            Ignorar
            Desprezar
            Afastar-se
            Calar
            Controlar 
            Manipular
   

            Ataque:

             Criticar
             Desvalorizar
             Rejeitar
             Dominar
             Ameaçar
             Punir
             Agredir

    Obs - Os itens acima foram apresentados em uma Tabela do livro: Não Discuta
     a Relação - Patricia Love e Steven Stosny.
     Para finalizar, perguntamos:
     O que voce avalia que seu par agradeceria a voce?
     O que voce agradeceria ao seu par?
Nessa dinâmica há um investimento na utilização de linguagem que aproxima o casal. O terapeuta  motiva em vez de convencer. É reforçado o papel de sujeito de cada cônjuge, como ainda a necessidade de cada um sair do "lugar de espera", paralisado pelas queixas e o aguardar que o outro dê o primeiro passo.

                               Lígia Oliveira - terapeuta de casal/ familiar e psicanalista
 


quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Terapia Familiar e Famílias Com Adolescentes






A adolescência  caracteriza-se por ser um período de contínuas mudanças físicas, emocionais,afetivas, de pensamento, sociais, de relacionamento...
Dia a dia, o adolescente vai alargando sua visão de mundo para além das fronteiras familiares, ou seja, vivências  que extrapolam as orientações e o amor dos pais.


Nesse processo, o adolescente parte em busca de aceitação do grupo o qual faz parte, ampliando suas visões, mediante a conquista de novas amizades, ideias, valores e comportamentos. Tudo isso vai legitimar ao adolescente seu "novo olhar" sobre a realidade que se descortina para ele.
Esse descortinar traz também ao mundo "secreto" do adolescente uma convivência com novos conflitos os quais podemos resumir nas seguintes reflexões:


         O que quero?      Não quero?    O que posso?      Não posso?
         O que é certo?    Errado?           Por que meus pais não me entendem?
         Não quero falar agora    Quero ficar só.     O que pensará meu grupo?
Pensamentos e sentimentos de ambivalência são recorrentes pois o adolescer reforça a autonomia, todavia, também traz sentimentos de prazer, medo, dúvidas, certezas, culpa, raiva, arrependimentos, alegrias...
Por mais que os meios de comunicação, escolas, palestras, terapeutas procurem explicar sobre esse ciclo de vida, é natural que existam conflitos afetivos e de autoridade entre pais e filhos, conflitos esses que,  em muitas ocasiões, são passos de uma dança na qual  os dois perdem o ritmo, a paciência e o controle.
Em relação aos pai, observamos que alguns deles ao lidar com os filhos, reforçam modelos idealizados em motivações próprias, tentando consciente ou inconscientemente, transferir aos seus filhos sonhos e  expectativas. Essa postura, na maioria das vezes, pode ocasionar o desenvolvimento de conflitos e frustrações recíprocas.


É importante, nesse momento, entender os movimentos dos pais e filhos. Os filhos vivendo um  despertar legítimo do querer se diferenciar dos pais para a construção de uma identidade e uma   autonomia próprias e os pais ainda muito confusos pelo sentimento de perda do exemplo deles como modelo para o filho e, quem sabe também, não querendo aceitar a perda da "sua criança".
McGoldrick, no seu livro As Mudanças no Ciclo da Vida Familiar, 1995, explica que os pais de adolescentes, quando procuram a Terapia Familiar, costumam chegar sentindo-se confusos, zangados, e descontrolados e apresentam posturas que refletem, naquele momento, a incapacidade deles em lidar com as  " tarefas" da adolescência.



Abordando de forma breve, a ação da Terapia Familiar com famílias de adolescentes podemos dizer que no início é direcionada à família como um todo,  para avaliação conjunta dos padrões de comportamentos, principais dificuldade, e significados para cada um e para a família em geral. Depois dessa visão geral, na maioria dos casos, existe a necessidade de encontros separados, ou seja, sessões com os pais e com o filho.
Nesses encontros é feito o acolhimento das necessidade, desejos, ideias, mágoas e procura-se clarificar as leituras e significados desses fatores e suas influências tanto na dimensão interna como nas situações práticas do relacionamento familiar.
Em relação aos pais facilita-se uma volta à adolescência de cada um  investindo na compreensão dessa fase na vida. Essa experiência muito ajuda aos pais fazerem uma volta aos seus significados vivenciados, aos significados atuais dos seus filhos, procurando-se olhar o que precisa ser compreendido em função dos novos padrões de comportamento sociais, como também as regras e valores de cada família.


Voltando ao processo mais amplo, família toda reunida, há uma orientação ao olhar da família, aos ciclos familiares, padrões positivos e negativos, papéis e funções familiares,  fatores internos e externos que poderão estar contribuindo para a dificuldade e a melhoria do relacionamento familiar.
Em algumas situações, dependendo da demanda da família, torna-se necessário que o terapeuta familiar explique aos familiares a necessidade de desenvolver um trabalho conjunto com redes de apoio  de uma equipe terapêutica multidisciplinar.


               Lígia Oliveira - Terapeuta familiar e de casal


Obs- O texto teve como base de leitura o Capítulo 12 do livro As Mudanças no Ciclo da Vida Familiar- McGoldrick, Artmed, 1995