quarta-feira, 26 de novembro de 2014

COMO UMA ONDA NO MAR



                         COMO UMA ONDA NO MAR- Lulu Santos e Nelson Mota





                              VIDA,VIDA...SEM MENTIR PRA SI MESMO


                                                 Nada do que foi será
                                                 Do jeito que já foi um dia
                                                 Tudo passa tudo sempre passará
                                                 A vida vem em ondas como um mar
                                                 No indo e vindo do infinito
                                                 Tudo que se ver não é
                                                 Igual ao que a gente viu a um segundo
                                                 Tudo muda o tempo todo no mundo
                                                 Não adianta fugir
                                                 Nem mentir pra si mesmo
                                                 Agora, há tanta vida lá fora
                                                 Aqui dentro sempre
                                                 Como uma onda no mar
                                               

                     Muitas palavras e frases repletas de significado para quem quiser refletir sobre 
                     as voltas que a nossa vida dá.

                     VAMOS?

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Psicanálise - resenha- TRES ENSAIOS SOBRE A SEXUALIDADE INFANTIL PARTE II


Algumas crianças que tiveram a atenção desperta pela masturbação passam a desenvolver uma forte curiosidade pelos órgãos sexuais dos seus colegas, muitas vezes nos seus momentos de excreção, o que poderá favorecer condições para que se tornem adultos voyeres dessas situações.
O olhar infantil voltado à aprendizagem tem como principal pilar a prática. A chegada de outro bebe lhe desperta uma insegurança à sua estrutura afetiva, por conta desse novo ser que ameaça roubar sua atenção e amor. À pergunta “clássica” de onde vem os bebes”, as crianças elaboram suas próprias teorias: Tendem a pensar que saem do seio da mãe, do umbigo, como as fezes...
Observa-se que em relação à diferença entre os sexos, não se caracteriza como a curiosidade inicial da criança. No início a criança aceita, naturalmente, a existência dos dois sexos. Os meninos pensam que os órgãos sexuais são todos iguais aos dele, pensamento que será modificado adiante.
As meninas ao perceberem que sua genitália é diferente a dos meninos vivenciam um sentimento de inferioridade e inveja, tendo a percepção que foram castradas entendendo essa castração, como algum tipo de castigo, punição...
Nos casos nos quais a criança presencia relações sexuais dos adultos, tenderão a compreender esse ato como violento-sádico. Segundo a psicanálise, uma percepção dentro desses moldes na infância, contribuirá, significativamente, para uma predisposição ao deslocamento sádico subsequente do objeto sexual.
No início do trabalho nos reportamos às fases oral e anal do desenvolvimento sexual da infância, ou seja, às fases pré- genitais.
 A fase da latência é um período que traz uma retração do olhar infantil  voltado à sexualidade, mediante a domestificação das pulsões, através do desenvolvimento, dos padrões e regras de conduta ditada pelos padrões sociais, cultura, dando lugar ao crescimento das experiências cognitivas e de socialização.
 No transcorrer do período de latência a criança aprende a exercitar o amor pelos seus cuidadores primários, (mãe, pai e substitutos). Nessa relação está presente uma carga de excitação sexual, em função da vivência da criança com seus cuidadores através de afetos, carinhos... O estudo reforça que desde os primeiros anos, o comportamento infantil, diante dessa dependência tem teor sexual.
Em contrapartida, essa proximidade desperta na criança o temor da separação do objeto amado e pode a desenvolver a ansiedade de perdê-lo. Muitas vezes, a criança tenderá a transformar sua libido em ansiedade e agir de forma adulta. O adulto que se tornou neurótico por conta da sua insatisfação com a libido, tende a se comportar de maneira infantil.
Desta forma, vemos que o amor dos pais pelos filhos poderá despertar, precocemente, seu instinto sexual. É essencial o olhar atento ao desenvolvimento sadio dessa relação para que o caminho da afeição do filho/pais possa cumprir a tarefa de orientar o filho em sua escolha de um objeto sexual quando atingir a maturidade. É necessário que nessa estrada aconteça a interdição do incesto para que a criança possa compreender e se apropriar dos limites morais e sociais voltados à vivência sexual.
O não desligamento pelos filhos das figuras parentais, dessas fantasias incestuosas trarão profundas perturbações psicológicas, afetivas, emocionais...
Estudos mostram que mesmo as pessoas que fizeram o desligamento do desejo incestuoso voltado às figuras parentais, ainda sofrem influências desse período.
Entendemos que a afeição do filho pelos pais é um fator infantil primordial na vida emocional do filho, o qual é revivido na puberdade, vez que sinaliza o trajeto percorrido à escolha de um objeto.
Dentro desse viés, complementa a citação abaixo:
“Outros pontos de partida com a mesma origem primitiva possibilitam ao homem desenvolver mais de uma linha sexual, baseadas não menos na sua infância, e a estruturar condições muito variáveis para a sua escolha do objeto”( pag.235/236)

A fase genital se inicia na puberdade e apresenta como elemento principal a atenção direcionada para fora, para uma pessoa na qual se busca a realização dos seus objetivos emocionais, afetivos, sexuais... Tem como primazia as sensações dos órgãos sexuais, o que irá trazer como consequência a culminância da vida sexual, sendo vivenciada também a função reprodutiva.

É interessante atentar acerca das múltiplas fontes da sexualidade infantil e os seus diversos significados específicos para cada pessoa: o prazer experenciado mediante a integração dos processos orgânicos, somáticos, pela estimulação das zonas erógenas, pelo desenvolvimento dos diversos instintos voltados à curiosidade, movimentos musculares, estimulação de sentimentos de medo, masoquismo, crueldade, tensão, imaginação...

O estudo ainda apresenta a vivência e a influências de múltiplos fatores ( muito bem explicados na obra) ao desenvolvimento da sexualidade humana, dentre os quais podemos citar:
  Condições hereditárias, modificações ulteriores, repressão, sublimação, experiências acidentais, precocidade, fatores temporais, persistência das primeiras impressões, fixação.

A pesquisa científica de Freud direcionada à sexualidade  humana, nesse trabalho mais direcionada à infância, nos alerta e aprofunda o olhar sobre a construção da vivência sexual, mediante o estudo  das suas várias  fases e dos seus diversos fatores, os quais agem dentro de uma perspectiva complementar e cooperativa, nos levando a uma atenção curiosa da compreensão dos comportamentos que favorecerão à saúde afetiva e emocional, como ainda nos amplia o entendimento das condições que trazem a criação e a manutenção de comportamentos doentios.
Reforçando:
É essencial refletirmos na visão sistêmica, observando que “os caminhos que ligam outras funções da sexualidade humana, também são cruzados no sentido inverso”.  ( 1905)
Assim sendo, nos fortalece condições à compreensão  dos comportamento humanos, sejam esses saudáveis ou patológicos, base  que nos levará a um melhor conhecimento desse grande círculo que é a  nossa vivência sexual.

Bibliografia:
Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud, volume VII- A Sexualidade Infantil- Páginas: 177-212.

A Concepção Freudiana da Sexualid2ade Infantil e as Implicações da Cultura e Educação- Veridiana Guimarães, site educativa, Goiana, 201.

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

PSICANÁLISE- RESENHA- TRES ENSAIOS SOBRE A SEXOLOGIA INFANTIL- PARTE I



A SEXUALIDADE INFANTIL- TRES ENSAIOS SOBRE A TEORIA DA SEXUALIDADE- FREUD-1905

O Pai da Psicanálise, Freud, foi o pioneiro em lançar um olhar mais aprofundado na pesquisa sobre a sexualidade infantil, assunto tabu na sociedade da época.
O tema fez surgir múltiplas polêmicas, vez que os estudiosos negavam, ou não queriam ver, a existência da sexualidade infantil
.
Como atencioso pesquisador, Freud investiu no conhecimento da sexualidade humana, quando em atendimento clínico, nos seus tratamentos dos transtornos mentais dos seus pacientes adultos.
Na obra, Três Ensaios Sobre a Teoria da Sexualidade, 1905, Freud apresenta um minucioso estudo, situando a sexualidade humana dentro de um contexto amplo, que vai desde o nascimento até a morte.
De acordo com Freud a sexualidade vai sendo construída mediante as primeiras experiências afetivas, emocionais, físicas, psicológicas do bebe. Os vínculos vão sendo formados dentro de uma parceria do bebe com seus cuidadores primários, na maioria dos casos seus pais, e, o resultado dessa interação vai contribuir, significativamente, à vivência da sexualidade do ser.
O estudo explica como um dos motivos do não aprofundamento pelos pesquisadores  acerca de sexualidade infantil um fator psicológico que naquela época era inexplicável: a amnésia infantil, ou seja: Grande grupo de pessoas oculta fatos e lembranças mais precoces da sua infância até o sétimo e oitavo ano. Indaga o estudo sobre o porquê desses “esquecimentos” e, pontua que um trabalho analítico favorecerá condições ao acesso dessas lembranças, como ainda ao significado das mesmas na vida da pessoa. Importante também o entendimento acerca das “forças” e das “fraquezas” que provocaram as repressões dessas lembranças, que repercussões trouxeram como ainda, a compreensão das relações dessa amnésia com os casos de histeria, uma vez que fala a literatura científica que sem a amnésia infantil não haveria a amnésia histérica.
Freud explica que a sexualidade infantil possui características essenciais: Originariamente, ela responde a funções vitais, somáticas, se transformando adiante em autoerótica, elegendo uma parte do corpo como zona erógena.
Quanto ao objetivo sexual da sexualidade infantil Freud deixa claro (pag. 189) que:
“O objetivo sexual do instinto infantil consiste em obter satisfação por meio do estímulo apropriado da zona erógena que foi selecionada de uma maneira ou de outra. Essa satisfação precisa ser experimentada anteriormente, a fim de ter deixado atrás de si a necessidade de repetição, e podemos esperar que a natureza tenha providenciado no sentido de que  a experiência de satisfação não seja deixada ao acaso”.
Na criança a boca aparece como primeira zona erógena ( fase oral) e atende, inicialmente, a necessidade de alimentação.
Observa-se assim que a sexualidade humana se origina apoiada em uma necessidade de sobrevivência, e é experenciada mediante o que está fora do corpo da criança: o seio materno. Através da sua satisfação pulsional, instintiva, o bebe tem como primeiro objeto sexual o seio da mãe.
Em seguida com a perda do seio que amamenta, a pulsão sexual se volta para si, tendo a criança como fonte de prazer seu próprio corpo. Desta forma, a criança descobre e explora o autoerotismo.
Podemos citar como exemplo o ato do bebe chupar o próprio dedo, ação através da qual ele tem satisfação autoerógena.
Durante as diversas fases do seu desenvolvimento a criança vivencia seu instinto sexual elegendo partes do seu corpo direcionadas ao seu prazer da  energia sexual.
O caráter de erogeneidade infantil tende a se mover às zonas corporais, especificamente, predestinadas. Todavia as pesquisas nos mostram que “outras partes da pele e mucosas poderão ser transformadas em locais de prazer trazendo o entendimento que a qualidade do estímulo tem mais a ver com a sensação de prazer do que com a natureza do corpo em questão” (FREUD, 1905). Esses movimentos de deslocamentos infantis precisam ser explorados em suas conexões com os deslocamentos presentes em casos de histeria.
Na fase seguinte à oral, a zona eleita pela criança é a região anal, período no qual os pequenos apresentam comportamentos direcionados à exploração da sua pulsão sexual tais como: retenção de fezes, que ao passar pelo ânus produz uma excitação e satisfação da membrana da mucosa anal.
Freud nos explica que as fezes tem um significado para a criança, olhadas como parte do seu corpo, vez que saíram dele, e ainda como presente dela para o mundo. Suprimir o bolo fecal, intencionalmente, poderá ter como motivação a estimulação masturbatória da zona anal, tornando-se uma forma de poder da criança em relação aos seus cuidadores. Mais adiante, esses comportamentos infantis poderão auxiliar no estudo e tratamento das raízes da constipação vivida pelos neuropatas.
As zonas genitais não são para crianças, inicialmente, objetos de satisfação sexual. O clitóris e a glande estão associados à ação de urinar. A localização dessas zonas, as secreções e o manuseio das partes direcionadas à higienização, favorecem oportunidades à experiência de sensações de prazer.
Freud nos mostra sobre a importância do olhar atento  para a masturbação infantil, fase na qual a criança traz a erotização aos seus órgãos genitais como o desejo e a ação de tocá-los. Nos fala também que as experiências nessa zona erógena são o início da vida sexual normal.
As experiências voltadas à masturbação estão divididas em três fases: A inicial logo nos primeiros anos, a segunda por volta dos quatro anos e a terceira no período da puberdade.
Os dois primeiros ciclos tendem a ser mais breves. Contudo há casos que se estendem até a puberdade.
Essas fases vão sendo vividas, e, de acordo com as experiências e os vínculos afetivos, poderão favorecer condições saudáveis ou patológicas, sendo causadoras de consequências profundas (inconscientes).
Existem pessoas em que as lembranças desse período foram “esquecidas” e as lembranças conscientes que encobrem os fatos foram deslocadas. O trabalho psicanalítico, nesses casos, irá favorecer a descoberta do que foi encoberto, auxiliando ao desenvolvimento da saúde mental e emocional da pessoa.
Freud observa que a criança sob a influencia da sedução adulta poderá apresentar-se perversa polimorfa, sentindo e desenvolvendo formas e múltiplas zonas corporais de prazer sexual.
A criança, por não ter ainda, as fronteiras mentais da censura contra os excessos sexuais e não ter desenvolvido até certa idade, suas noções de vergonha, moralidade, poderá ser explorada por um sedutor hábil vindo a aprender e fazer crescer em si satisfação para todas as perversões, característica humana fundamental.



segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Separação dos Pais: Conversando com as crianças





            Separação dos Pais:

          Conversando com os filhos              


O livro Manual de mães e pais separados de  Marcos Wettreich aborda importantes "dicas" acerca de como os pais poderão dizer aos seus filhos pequenos, de forma clara e cuidadosa, que se decidiram pela separação.

Wettreich pontua recomendações básicas na  orientação aos  pais, que  por estarem, muitas vezes perdidos nas suas dores,  culpas e temores, não tem condições de desenvolver um processo de revelação de forma clara e afetiva.

Transcrevo,  abaixo, as recomendações  das páginas 105 e 106 do livro acima citado, reforçando a necessidade para que na conversa com os filhos estejam presentes o pai e a mãe.

"8 RECOMENDAÇÕES FUNDAMENTAIS PARA FALAR COM SEU FILHO SOBRE A SEPARAÇÃO":

1- Não dê mais que uma razão para a separação.
2- Não demonstre culpa.
3-Enfatize que seu filho não é,de maneira alguma, a causa da separação.
4-Diga que vão continuar cuidando dele.
5- Descreva as coisas que vão continuar sendo as mesmas e aquelas que vão mudar.
6- Se a criança for mais velha, é permitido falar sobre o que foi feito para tentar salvar o casamento. Em todos os casos, ela deve ter espaço para demonstrar  o que sente sobre a questão.
7-  As perguntas também devem ser encorajadas. Dúvidas não resolvidas fazem com que as crianças produzam explicações por conta própria e imaginem razões ainda piores do que as verdadeiras. Quando um dos pais sai de casa, por exemplo, não raro os filhos imaginam que ele estar muito doente e precisou viajar para fazer um tratamento.
8- Não dê a notícia um dia antes de viajar ou num domingo à noite, sabendo que no dia seguinte você passará o dia todo no trabalho. Prefira a sexta- feira, que lhe dará oportunidade de estar disponível para as dúvidas, angústias e medos que provavelmente povoarão a mente da criança. É muito importante estar por perto nos dias que se seguem ao comunicado.
É essencial que pai e mãe falem a mesma linguagem, para evitar mal interpretações por parte dos filhos, como ainda não permitir a criação de fantasias e fantasmas, que podem trazer maiores dificuldades relacionais,

O esforço dos pais no sentido de buscarem formas menos traumáticas de vivenciarem o sofrimento real originado pela separação conjugal, facilitará à alimentação de um importante fator que deverá ser sempre alimentado  ou seja : o senso da conexão afetiva presente em toda relação saudável entre pais e filhos.
Na página 109 o manual apresenta algumas perguntas que poderão surgir nos filhos crianças, as quais precisam ser melhor compreendidas e conversadas entre pai e mãe, com o objetivo dos pais poderem fazer  antes,as negociações possíveis, para que suas respostas sejam coerentes e não ambivalentes.

As perguntas mais frequentes segundo Marcos Wettreich, são:

- Quem irá tomar conta de mim?
- Eu serei deixado sozinho?
- Onde irei morar a partir de agora?
- Eu ainda vou poder estar com vocês dois?
- O que acontecerá quando eu estiver doente?
- Nós iremos morar na mesma casa?
- Vocês continuarão a ser minha mãe e meu pai?
- Eu poderei continuar a viver com o meu irmão?
- E o animal de estimação, Quem ficará com ele ?
- Onde papai vai morar?
- Quem vai tomar conta dele?

Sabemos que cada separação tem as suas especificidades, tanto em relação aos motivos, como na vivência das suas fases.

 Cada família, pai e mãe conhecendo os seus filhos podem saber, quais os tipos de perguntas eles poderão fazer, e para tal podem combinar as respostas parentais. Essa postura reforça a segurança, já fragilizada pela separação e ajuda na diminuição do sentimento de abandono sentido pelos filhos, quando acontece a separação dos pais.

Assim sendo observo que as orientações acima e as que são pertinentes a cada família, podem ser compreendidas como uma ajuda para que o processo caminhe  dentro de um "planejamento" possível,  de acordo com as possibilidades e os limites de cada família.

Uma separação conjugal que acontece com um olhar voltado aos  filhos de forma mais amadurecida requer amorosidade, atenção... Com certeza caminho difícil. Todavia, lá na frente fará a diferença para MELHOR em todos os níveis

Lígia Oliveira- Terapeuta de casal e família

Base de leitura:Wettreich, Marcos
       Manual de mãe e pais separados: guia para a educação e felicidade dos filhos- Rio de Janeiro: Ediouro, 2006

terça-feira, 11 de novembro de 2014

PSICANÁLISE- A CONTRIBUIÇÃO DA VIDA E DA OBRA DE FREUD- TEORIA TOPOGRÁFICA






A contribuição da vida e da obra do Dr. Sigmund Freud na construção do processo psicanalítico, enfatizando a Teoria Topográfica.

Estudar sobre a vida e a obra do Dr. Sigmund Freud é adentrar na dinâmica dos seus processos individuais, relacionais, profissionais...  Nesse percurso, observamos como essas histórias acontecem mediante movimentos de integração e complementação.
Contextualizar esse estudo tendo como referência a Teoria Topográfica nos remete à compreensão de passos fundamentais à formação da teoria e prática psicanalítica.
Desde criança Freud mostra-se motivado às descobertas e o seu espírito de grandeza foi muito incentivado pela família, principalmente pela mãe, por quem Freud tinha muita admiração.
Freud forma-se em medicina, (neurologia) casa-se com Martha Bernays e tem seis filhos, em um espaço de oito anos. Na sua vida profissional, a princípio, ele foca a sua pesquisa na Fisiologia. Todavia, é quando se interessa pelos pacientes portadores de histeria, que vai ampliando mais a sua contribuição à vida mental. Freud realiza seu estudo mediante os casos dos seus clientes e também da sua própria vida, empreendendo por longo tempo uma autoanálise, (depois descobre ser impossível a autoanálise) trazendo à cena muitas autoavaliações e autorrevelações. Suas teorias, valiosas descobertas, são admiradas por uns e questionadas por outros, contribuindo assim a movimentos para maiores reflexões no cenário científico acerca da vida psíquica. Quando parte da sociedade lhe tecia críticas seguia em frente com coragem e persistência. Trazia no seu repertório uma fala onde dizia que ”Seu destino era perturbar o sono alheio”.
As amizades e inimizades são fatores que influenciaram, significativamente, a vida do pai da psicanálise. Ele junta-se a vários cientistas da época tais como: Brüche,( grande mentor) Chacort, ( criador da hipnose) Breuer (criador do método catártico) e Fliess( amigo íntimo a quem Freud chamou de “Meu único outro) “. Alguns destes amigos tornaram-se também seus inimigos. E em relação à essa dinâmica relacional Freud falava: “Um amigo íntimo e um inimigo odiado sempre foram requisitos da minha vida emocional; por vezes ambos se reuniam na mesma pessoa”.
Junto com Breuer publicam em 1895, “Estudos sobre Histeria”, (via introdutória à Teoria do Psiquismo de Freud) aprofundando o olhar à patologia dos sintomas neuróticos, alargando o estudo das fobias, obsessões, neuroses de angústia... Mais adiante, Freud afirma existir a histeria masculina, (antes só direcionada à mulher) tese essa, muito criticada na época. Trabalha com a hipnose, mas, aos poucos a abandona, voltando-se ao desenvolvimento do método catártico, cura pela fala, (Breuer) criando a Associação Livre, método até hoje usado pela psicanálise.
A curiosidade de Freud pelos sonhos o faz desenvolver pesquisa minuciosa e científica e em 1900 publica “A Interpretação dos Sonhos”, (grande marco da sua vida) onde explora a vida onírica, detalhando sobre a relevância dos conteúdos/significados dos sonhos e aborda como esses são desejos ocultos reprimidos, através dos quais voltamos aos estágios infantis. Assim sendo, comprova a existência e o poder do inconsciente. Nesse período Freud cria uma nova Teoria, a Primeira Tópica, sobre o aparelho psíquico, dividindo-o em três instâncias, Consciente (Cs), Pré- Consciente, (Pcs) Inconsciente, (Isc) distinguindo as características de cada uma. Reforça na sua descoberta a magnitude do inconsciente, afirmando que o “inconsciente é o próprio psiquismo e a sua realidade é essencial”. Ainda voltado ao estudo do inconsciente, Freud (respaldado também nas suas lembranças infantis) nos fala da existência do “Complexo de Édipo”, que aborda as fantasias do desejo infantil, voltadas às figuras parentais.
Em “Psicopatologia da Vida Cotidiana”, (1901) explora o conhecimento dos significados inconscientes dos lapsos, deslizes, chistes. Sempre como grande estudioso da sexualidade na sua obra “Três Ensaios sobre a Sexualidade Humana”, apresenta a cuidadosa Teoria da Libido que fala acerca das fases da sexualidade, (incluindo a sexualidade infantil) o valor da pulsão sexual e da persistência dos seus desejos, com ainda defende maior liberação à sexualidade humana.
Em relação à dinâmica processual da psicanálise, Freud, inicialmente, entende a transferência do analisado ao analista como um obstáculo. Todavia, adiante se refere ao fenômeno transferencial como essencial à análise, aprofunda acerca dos seus diferentes tipos e defende que “sem transferência não há análise”.
                                                                                            
Considerações Finais:
No estudo da Psicanálise, e do seu criador, vemos como esse grande homem influenciou o mundo como um todo, e, como sua contribuição continua relevante à psicanálise contemporânea que utiliza seus conhecimentos, através de uma metodologia científica, no desenvolvimento de um tratamento psicoterapêutico.
Observando a psicanálise no período da Primeira Tópica comprovamos sua importância à construção de pontes mais resistentes para elaboração do conhecimento do ser, em relação aos seus conteúdos inconscientes que sustentam suas neuroses, trabalhando a compreensão dessas através da associação livre, propiciando a descoberta desses significados, na busca das possíveis ressignificações.
A partir desse processo, segue olhando como esses conteúdos foram moldados na história de cada um, focando  o eu infantil,(fantasias,medos, desejos reprimidos...)  para melhor entender o eu adulto.
A psicanálise vivenciada na Primeira Tópica constrói elementos fundamentais à compreensão desses múltiplos eus, favorecendo aos que a ela se entregam possibilidades de vida mais saudável e feliz.
                                               
Referências bibliográficas
Gay,Petter,1923-Freud: uma vida para nosso tempo/Petter Gay: tradução de Denise Bottmann; consultoria editorial de  Luiz Meyer-2 ed.-São Paulo: Companhia da Letras,2012.
Kanh, Michael, 1924-Freud básico: pensamentos psicanalíticos para o século XXI/ Michael kanh;tradução de Luiz Paulo Guanabara.- 2.ed- Rio de Janeiro: Civilização Brasileira,2005.