O filme a Dama de Ferro apresenta a história da Primeira Ministra da Inglaterra Margareth Thatcher dentro do viés profissional e pessoal.
A história retrata, de forma primorosa, a vida de uma mulher que queria ser diferente das mulheres da sua época, determinada a deixar uma marca significativa nas lembranças do seu país. Filha de "quitandeiro"( como seus opositores a denominavam ), figura forte, uma vez que sempre alimentava a força e a vaidade da filha para ser mais e melhor. Margareth parece ter feito a lição de casa com maestria, pois "obedecendo" aos comandos do pai, sobe degrau a degrau e consegue, mediante aprisionamento de sua vida íntima e pessoal, galgar o primeiro lugar na política do seu país.
O enredo do filme reforça a sustentação da motivação e competência pessoal pela contínua alimentação dos "anjos da guarda do poder" que no caso da Primeira Ministra aparecem nas figuras do seu pai e do orientador estratégico no ínício da sua esclada pública ao poder, figuras essas por quem ela demonstra significativa dependência e gratidão.
O filme relata a força de uma mulher " vencedora" na determinação de poder e controle profissional.
Mas o que dizer da sua vida pessoal? Ela passeando na solidão da sua velhice volta às lembranças, permeadas ainda pela necessidade de controle, ao seu marido, constante escudeiro, figura aparentemente frágil, que dentro do seu humor e desapego, demonstra sua mais genuína fortaleza. A presença dele na vida do casal, traz a todo momento o alento e a suavidade tão necessários à vida íntima, pessoal, conjugal e familiar daquela mulher que colocou essas vivências para o final da fila.
Algumas cenas mostram com leveza essa presença forte e amorosa do marido, que mesmo desempenhando tão essencial papel nas lembranças da sua esposa, essa o posicionava, até fisicamente, atrás dela.
O diálogo entre os dois, fruto das alucinações de uma doença que avançava em Margareth ( pois o marido já estava morto), era pela mulher repleto de ordens, orientações e controle.
Uma cena significativa é aquela em que ela em um momento de lucidez, agora apenas como mulher que sofre pela perda do companheiro querido, se enche de coragem e se despede do marido, limpa o guarda roupa dele colocando em sacos todos os seus pertences e suas lembranças...Margareth poderia ter feito essa "tarefa" com a ajuda da filha que em alguns momentos ofereceu seu auxílio. Preferiu fazer essa "limpeza" sozinha.
Na manhã seguinte após essa despedida, Margareth consegue olhar pela janela, ouvir as vozes da vida lá fora e andar pela casa de forma mais leve. A cena mostra uma escada e penso eu agora em uma pessoa que, aos poucos, vai deixando de estar refém e prisioneira das suas lembranças e vivências limitantes, dando chance a formas de vida mais serenas. Quem sabe poderá ser o começo da liberdade do controle...
Lígia Oliveira - Terapeuta familiar e de casal
Algumas cenas mostram com leveza essa presença forte e amorosa do marido, que mesmo desempenhando tão essencial papel nas lembranças da sua esposa, essa o posicionava, até fisicamente, atrás dela.
O diálogo entre os dois, fruto das alucinações de uma doença que avançava em Margareth ( pois o marido já estava morto), era pela mulher repleto de ordens, orientações e controle.
Uma cena significativa é aquela em que ela em um momento de lucidez, agora apenas como mulher que sofre pela perda do companheiro querido, se enche de coragem e se despede do marido, limpa o guarda roupa dele colocando em sacos todos os seus pertences e suas lembranças...Margareth poderia ter feito essa "tarefa" com a ajuda da filha que em alguns momentos ofereceu seu auxílio. Preferiu fazer essa "limpeza" sozinha.
Na manhã seguinte após essa despedida, Margareth consegue olhar pela janela, ouvir as vozes da vida lá fora e andar pela casa de forma mais leve. A cena mostra uma escada e penso eu agora em uma pessoa que, aos poucos, vai deixando de estar refém e prisioneira das suas lembranças e vivências limitantes, dando chance a formas de vida mais serenas. Quem sabe poderá ser o começo da liberdade do controle...
Lígia Oliveira - Terapeuta familiar e de casal