segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

A Busca- O Encontro do Pai





O filme A Busca, conta a história de um casal em processo de separação, que  esquece o seus problemas conjugais, mediante o desaparecimento do único filho.

Esse filho, um adolescente de mais ou menos 15 anos,sentindo-se meio incompreendido pelos pais,( mais pelo pai) foge em busca do encontro do avô paterno, muito amado, todavia "persona não grata" pelo filho, pai do adolescente;

O filho empreende uma forma inusitada na procura desse avô, como o qual se identifica e alimenta uma correspondência secreta.
O adolescente escolhe como meio de transporte um cavalo ( adorava cavalos e a eles se unia nos seus desenhos solitários).

 A companhia do animal, trouxe uma maior visibilidade, sendo a dupla rapaz e cavalo, lembrada por algumas pessoas as quais o pai conversava pelo caminho nessa procura.

No início do filme percebemos na pessoa do pai, agressividade, intolerância, rigidez de idéias, vivenciados de forma exagerada com a mulher e o filho.

A descoberta do desaparecimento do filho, aos poucos vai trazendo ao pai sentimentos de afetividade, medo da perda, conhecimento de outros mundos e multiplicidade de formas de pensar, agir, compreender, avaliar  e seguir adiante. Ou seja, a experiência com o imprevisível, e a consciência da necessidade de olhar o mundo também do jeito do outro, foi fazendo surgir um outro pai, marido, pessoa, filho.

Em uma cena que o pai faz um parto (era ginecologista) num acampamento de jovens, e pacientemente, procura entender a vontade da gestante em  ganhar aquele filho na beira do rio. Percebe-se a linda associação do nascimento da criança, com o renascimento daquele homem que treinava  um ouvir mais compassivo, ao mesmo tempo que entendia a beleza do viver de forma inteira o momento presente, mais perto de si mesmo enquanto exercitava o ficar no lugar do outro.

O caminho percorrido trazia àquela pessoa, filho, pai, marido um enriquecimento de vida que talvez nenhuma outra estrada conseguisse.


 Penso agora eu.: quantos abandonos já não fomos protagonistas nas nossas famílias, como filhos e pais? Quantas conversas ficaram perdidas pelo meio do caminho, provocando mágoas e desencontros,  pelos quais hoje, não vemos muito sentido. Todavia, também me faz sorrir as lembranças dos momentos de aproximação e acolhimento nos quais participei de forma mais inteira e transparente.

                    Lígia Oliveira- Terapeuta de família e de casal



segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Terapia de Casal e Família- Melhorando a Comunicação




O processo de Terapia de Casal e de Família pode contribuir, positivamente, para o aprendizado de uma comunicação mais plena.
Muitos casais e muitas famílias chegam ao consultório com as suas "caixas de ferramentas" trancadas.A comunicação está truncada e trincada, ou inexistente, ou  agressiva, ou baseada na ironia, na acusação, na indiferença..
 
O terapeuta trabalha mobilizando o desenvolvimento de conversas mais geradoras de reflexões, na clarificação das dificuldades, dentro do ritmo dos envolvidos, passo a passo, voltado à construção de uma dinâmica que amplie o olhar e  alternativas mais saudáveis .

À medida que os casais e familiares vão interagindo, percebemos, como aos poucos, vão  revisando seus pensamentos, sentimentos, falas, na busca da compreensão dos seus padrões comportamentais, revendo os comportamentos prejudiciais e aqueles que ajudam à relação.

Nesse caminho, observamos atitudes de acolhimento, não aceitação, fuga, negação, raiva, dúvidas, empatia. Esses sentimentos precisam ser olhados, falados, compartilhados, legitimados, valorizados compreendidos para depois serem transformados..

É importante que  o terapeuta trabalhe as condições de uma conversa mais aberta, sejam os assuntos mais leves ou mais pesados, pois para melhorarmos a comunicação, tornar-se necessário o treino das habilidades do saber ouvir, saber falar, saber calar, se motivar à abertura da compreensão das diferenças...

Na Terapia Familiar e de Casal não precisamos somente falar. Temos também  que desenvolver a vontade de compreender o que o outro está falando, para evitar o entendimento inadequado da fala do outro e interpretações distorcidas, como ainda não querer reforçar na comunicação, apenas os argumentos que nos faça  o "vencedor", que contribui para ficar na mania viciada da busca de quem "estar com a razão".

O terapeuta caminha junto com os clientes, mediante acolhimento,  fazendo intervenções, umas mais diretivas, outras mais reflexivas, na conscientização que a ativação e a repetição de comportamentos disfuncionais, trará a todos a alimentação de um ciclo de  comportamental negativo.

A melhoria da comunicação familiar e conjugal passa, necessariamente, pelo desenvolvimento de ações que favorecem um ambiente mais oxigenado, da construção das alternativas de soluções possíveis, mediante a união de forças, e o olhar voltado às reais possibilidade e limites familiares  e do casal.

Para complementar esse texto leia ainda: A Primeira Entrevista- postagem de janeiro de 2014

                                              http://terapiacasalefamilia.blospot.com


                                  Ligia Oliveira- Terapeuta de Casal e família.