Relacionamento a dois- A escuta e a fala
Observamos, no dia a dia conjugal, que um dos principais exercícios emocionais que faz a diferença para melhor é a maneira como administramos o nosso aprendizado no que diz respeito à nossa escuta e a nossa fala, no dia a dia com o nosso par.
Quantas são as cobranças, as reclamações, as críticas, os mal humores, as impaciências, as nossas razões mais "certas"...
Sabemos que qualificar a escuta e a fala acontece dentro de uma motivação constante à uma experiência diária, difícil, todavia possível.
É importante atentar as mudanças positivas que acontecem na gente, no outro, na energia e no ambiente como um todo, quando vivenciamos uma escuta generosa e um verdadeiro comprometimento com a história do outro,( e com a nossa também) dentro de um olhar amadurecido, que não busca vencedores e vencidos.
Escuta generosa pressupõe conseguir calar, naquele instante, a nossa opinião, o julgamento, a necessidade de convencer o outro que a nossa visão é a melhor.
Fácil? Sabemos que não!
Fácil? Sabemos que não!
Quando conseguimos andar por esse percurso, pé ante pé, nosso interlocutor, diante de tal comportamento, na grande maioria das vezes, vivencia esse respeito, sente-se acolhido, valorizado e traz como retorno a circularidade desse clima positivo o qual vai sendo experenciado mutuamente.
O aprendizado vai acontecendo aos poucos, com quedas e superações, contudo se o objetivo é o crescimento afetivo, dessas escutas internas e externas, muita coisa é avaliada, lida, relida, transformada, deixada de lado, em uma verdadeira busca de aprender, aos poucos, a administrar, sabiamente, os três tempos da nossa vida: passado, presente e futuro, tanto no que concerne ao nosso comportamento como à construção conjunta da vida a dois.
Assim vamos reconstruindo de forma mais consciente a arte do encontro.
Lígia Oliveira- Terapeuta de casal, família e psicanalista