quinta-feira, 15 de novembro de 2018

Casal/ A Transformação da Paixão.




O livro Psicanálise  em Perguntas e Respostas do psicanalista  David Zimerman traz algumas reflexões sobre  o caminho da paixão numa relação afetiva mais duradoura.
Observa o artigo que quando olhamos para paixão precisamos entender acerca dos  vários enfoques e das diferentes modalidades de vivência.
 
No período da adolescência, e no despertar do primeiro anos, é comum que  surja uma paixão intensa e arrebatadora, sentimentos esses os quais podem ser repetidos em outros ciclos da vida.

A paixão quando é inicial tem o seu lado sadio e bonito, todavia  tem também o lado complicado, e traz, muitas vezes, experiências sofridas e doentias:

Para uma melhor compreensão transcrevo, abaixo,  parte da explicação acerca do assunto,registrada nas páginas 120 e 121 do livro acima citado:

" O lado bonito da paixão consiste em que a paixão fervorosa que brotou pelo outro possa vir se estruturar como o prelúdio de um amor saudável, e por que não, duradouro a vida inteira, embora com algumas transformações em relação à paixão inicial".

O lado complicado da paixão é quando esta deixa a pessoa apaixonada em um estado de "burrice" e de total cegueira, de modo que muitas besteiras, e até crimes são possíveis de acontecer durante o transe passional.

Outro possível aspecto negativo da paixão é o fato de que um dos seus maiores ingredientes- uma forte idealização do outro- pode durar pouco tempo porque não sobrevive diante das primeiras frustrações que abalam o ilusório e hiper valorizado mundo encantado de quem está excessivamente apaixonado e daí resultam decepções,inevitáveis atritos, e um progressivo desgaste do casal.

Tal como antes foi dito, o estado de paixão intenso, por mais lindo e sadio que seja vai sofrendo sucessivas transformações, ao longo do tempo, tanto de forma positiva como negativa. Na primeira hipótese, apesar de que a libido sexual persista, é bem provável que se modifique o ritmo da atividade genital; a paixão obsedante vai dando lugar a um"companheirismo" para os bons e os maus momentos da vida; se forma uma certa cumplicidade nos atos e fatos de ambos e se desenvolve  um maior respeito, tolerância e consideração pelas diferenças entre eles."
   
Olhando para voce, como percebe que na sua vida sua(s) paixão(ões) foram transformadas?

                         Lígia Oliveira- Terapeuta de casal, família e psicanalista.

terça-feira, 17 de julho de 2018

PAIS E FILHOS ADOTIVOS- PROCESSO AFETIVO

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 Pontos a serem trabalhados sobre o tema : Processo afetivo da adoção: pais e filhos adotivos.

      Toda criança aprende primeiro pelo exemplo, através da imitação.

   Desejos, dos pais e  motivos em relação à adoção .
   Momento da adoção:
   Pais biológicos: motivo da mãe biológica para a adoção, processo legal,
   chegada e aceitação do filho à família adotiva, aceitação da família extensa.
    
   Criança – filho adotivo:

   Saúde, física, emocional, psicológica, afetiva, mental.

   Família:

    Relacionamento conjugal , familiar , fraterno , social.
   
    Principais pontos  a serem trabalhados  em relação ao filho adotivo, aos pais e
    irmãos: comunicação,limites, aprendizagem intelectual,afetiva,social...
    Comportamentos mais comuns dos filhos e pais adotivos em relação ao senti-
    mento de rejeição na dinâmica familiar do filho adotivo segundo Schettini:

  A-    Rejeição da mãe biológica;

      Em algum momento o filho adotivo vai sentir-se rejeitado pela mãe bioló-
      gica. Só gradativamente, vai conseguindo ir trabalhando esse sentimento
      e aos poucos  e dá o peso real  ao mesmo.

      Algumas atitudes reativas em função do sentimento de rejeição do filho
      adotivo:

        Por se verem diferentes das outras crianças, podem ficar menos sociáveis;
       Outras querem agradar para serem aceitas. São as crianças que podem
       desenvolver comportamento muito bonzinho ou obediente. Tem medo
       de uma nova rejeição, estão sempre querendo agradar;
       Atitude contestadora, agressiva tendo alterações  nos seguintes
       pontos:alimentação, sono, aprendizagem, sociabilidade...
       Rejeição mais focada à mãe adotiva, pois essa, simbolicamente, pode
       representar a mãe biológica.

B- Medo do filho da rejeição dos pais adotivos:

“Rejeitado pelos pais biológicos, a criança sem ainda ter uma ideia clara dos motivos da ‘rejeição”, fica com receio de uma rejeição posterior. Enquanto não se instalar uma confiança confirmada pela convivência, a criança pode estar sempre esperando  uma segunda rejeição.Pode surgir a fantasia de não ter sido amada pelos pais biológicos que interfere na relação com os pais adotivos.

C- Medo dos pais adotivos de serem rejeitados pelos filhos:

Em alguns pais adotivos existe um sentimento de culpa através da fantasia   inconsciente de terem “roubado” o filho da mãe biológica.
Muitos pais adotivos não desenvolvem a firmeza e os limites necessários à educação saudável de uma criança, com receio de provocar reação de desagrado ao filho, que resulte em rejeição.
Medo de perder o filho também faz alguns pais adotivos a ampliar na superproteção e em um comportamento de dependência.
Importante observar que respeitando as características de cada idade, de forma amorosa e disciplinada, a criança se sentirá segura e acolhida, dentro de um relacionamento familiar saudável.




Esse texto teve como base de estudo leituras do livro :Compreendendo o filho adotivo de Luiz Schettini Filho.

sexta-feira, 6 de julho de 2018

Limites na Educação dos Filhos-Parte I






Atualmente muito se fala em limites, ou a falta deles. Estudiosos sobre a família, focando o olhar sobre a família, mais voltado ao segmento da classe média brasileira, observam filhos mais distantes  da convivência familiar em função da dinâmica cotidiana, isolados em seus computadores, em seus mundos virtuais, ou em pares no shopping, como também vivenciando uma ocupada agenda com aulas particulares, esportes, música, línguas... E os pais em busca de uma sobrevivência financeira com mais qualidade, cada dia mais distantes dos filhos, trabalhando com o objetivo voltado  à " melhoria" familiar.
"Para que possamos colocar limites nos nossos filhos, precisamos ter nossos próprios limites"( Maria José Gomes Amorim).
Uma das preocupações atuais, refere-se a inconsequência e a falta de preparo de muitos jovens se responsabilizarem diante da própria vida. Percebemos que os direitos dos filhos aumentaram em detrimento dos seus deveres. Os pais ficam confusos em estabelecer regras necessárias à uma educação saudável que seja baseada no respeito mútuo e na noção de hierarquia, tanto no seio familiar como na sociedade como um todo.
Estudando o indivíduo  a partir do seu nascimento, observamos que nos primeiros anos de vida ele é egocentrado, absoluto e com baixíssima tolerância à frustração.

" Inicialmente os limites são externos e o processo educativo eficiente favorece a internalização desses limites, mediante vários fatores interligados. São eles: Relação afetiva satisfatória, estabelecimento e seguimento de rotina adequada, aprendizado de valores éticos e morais, estabelecimento de hierarquia com os papéis definidos e funcionais, regras claras e coerentes, com o nível de frustração adequado"- Alcione e Marília Candelaro.

Com limites claros e bem colocados, ou seja falar o que se faz, dá o exemplo, os pais desenvolvem seus papéis de forma funcional, mediante o respeito às possibilidade e condições familiares, atentos a cada fase do cilclo familiar, como aida às condições externas. O seguimento da rotina, deve ser planejado a partir do nascimento, na manutenção contínua dos cuidados básicos como alimentação, higiene, sono, na construção de valores éticos, definição de papéis onde os pais são pais e os filhos são filhos, como também na compreensão das consequências diante das decisoes do sim, do não, dos avanços e frustrações .  ( continua no próximo texto).

terça-feira, 24 de abril de 2018

Sorriso e Alma




Do canto da sala estava eu observando um bebe que soltava um largo sorriso, ou melhor, gargalhava.  Sua mãe brincava de "cata piolho, seu rei mandou dizer que eu  procurasse aqui". Quando falava essas palavras fazia cócegas no braço, pescoço e pé do bebe que se soltava de alegria e esperava curioso a fala que se repetia, para começar tudo novamente... Era contagiante, pois percebi que eu e as pessoas da sala pararam um pouco seus pensamentos e sorriram junto com o bebe.
Ultimamente, tenho me interessado mais acerca dos fatores que fazem nossa vida ficar mais leve. Lendo sobre a Terapia do Riso encontrei uma fala sobre esse viver terapêutico que muito me tocou e compartilho com vocês:
" A Terapia do Riso tem como proposta essencial facilitar o Resgate de Alma, uma parte absolutamente sutil do nosso ser".
Avaliei essa explicação como muito adequada,  sobre o que o sorriso, hoje significa para mim. Resgate da Alma, sensibilidade, presentificação, valorização da vida, investimento no bom humor, despretensão...
Nós adultos sentimos como um sorriso inteiro, solto, verdadeiro tem o poder de desatar alguns nós do nosso irritadiço humor como também dos nossos distanciamentos afetivos.
Bom mesmo quando  em situações divertidas, amorosas, diferentes, surpreendentes...o riso revela expressões e vibrações genuínas de contentamento .
Melhor ainda se nosso riso contagia o outro e podemos vivenciar uma sintonia de reciprocidade. Quando isso acontece, percebemos que nos entregamos a uma conexão que transforma nosso momento em uma experiência mais fluída, relaxada, mais cheia de gosto e gozo.
Não gosto quando as pessoas dizem: "Rir melhor quem rir por último". Nessa fala sinto um   ranço  de vingança, de expectativas negativas para o outro.
Percebo em um dos mais famosos sorrisos do mundo, o da Mona Lisa,  algo que não me traz empatia, nem emoção. Não sei definir o porquê. Avalio que não se "enquadra" com a sintonia do que "sinto" ser um bom sorriso.
Aqueles sorrisos que espelham superioridade e ironia, acredito que espalham ondas pesadas no nosso campo energético.
Admiro e viajo naqueles sorrisos, muitas vezes silenciosos, que transmitem paz, pelo motivo da pessoa estar  bem com seu interior, o sorriso "com cara de bobo" dos enamorados, o sorriso que gargalha quando damos ou recebemos cócegas, contamos piadas ou algo engraçado, inusitado, o sorriso que exprime gratidão pela pessoa se sentir presenteado, reconhecido, perdoado, compreendido, desejado... 
A química Conceição Trucon fala que o sorriso dos budistas  "começa na alma, se manifesta no corpo físico, sobretudo nos olhos que passam a brilhar. É uma energia de elevada potência que nos acorda para o presente".
Hoje, sei que quero mais sorrisos desses na minha vida. Preciso cuidar melhor da minha alma.
E você?
Atualmente, o que faz você sorrir com a sua alma?


                                                     Lígia Oliveira- Terapeuta de casal e família

sábado, 3 de fevereiro de 2018

TERAPIA DE CASAL E FAMILIAR- PONTOS IMPORTANTES



                
 




     A Terapia familiar e conjugal trabalha dentro de uma perspectiva conjunta cliente terapeuta na busca dos seguintes objetivos:
                      
                      - Promover e ampliar condições de comunicação;
                      - Possibilitar cada participante a  se colocar no lugar do outro;
                      - Exercitar a habilidade da fala e da escuta;
                      - Enfrentamento das dificuldades e possibilidades;
                     - Colocar dúvidas em verdades absolutas;
                     - Compreender que herdamos heranças familiares;
                      -Se perceber como parte do problema e da solução;
                     - Prestar atenção em formas nocivas e saudáveis de comunicação;
                     - Conhecer suas faltas, feridas, possibilidades.

                   É significativo ao trabalho familiar e conjugal observar:

                    -Senso de conexão;
                    -Estressores internos e externos;
                   -Fatores de risco e proteção;
                   -Padrões - de comunicação;
                  - O que pode ser aceito, mudado e negociado;
                  - Pertencimento e diferenciação  conjugal e familiar;
                
                                          
                   Lígia Maria Bezerra de Oliveira- Terapeuta familiar, conjugal e psicanalista.