Penso que um dos principais valores do movimento ao reconhecimento dos nossos erros é o exercício do aprendizado voltado à confiança em nós mesmos. Ouvi certa vez que mentir para nós nos empobrece. Reflito que também nos paralisa.
Winnicott, em um dos seus livros falou que a diferença entre mães boas e mães ruins não eram os erros cometidos, mas o que elas faziam com eles.
E nós o que estamos fazendo com os nossos erros? Os repetimos, os acolhemos, os negamos, os justificamos, os terceirizamos, os reconhecemos?
Parar e com atenção observarmos nossos atos nocivos, procurarmos explorar seus significados, contextos e necessidades ajudará na facilitação de uma visão mais inteira do nosso ser. É preciso que a intencionalidade dessa avaliação não responda à causas culposas, vitimizadas, mas dirija-se a alimentarmos sentimentos e ações com mais liberdade e inteireza.
Avalio que essa postura não é simplesmente uma forma de se comportar baseada em referênciais morais. Vai além. Peitar a vida de cabeça erguida e coração aberto é entender que a primeira porta a ser aberta é a de dentro, o que nos trará força na alma e serenidade no coração.
Quantas vezes nós não queremos reconhecer nossos erros. Nos sentimos apontados, vulneráveis, perdedores. Pior se o que impede é o orgulho, sentimento que quando alimentado cria um grande muro, desnecessário, entre as pessoas, e mescla a energia relacional de distanciamento, arrogância e teimosia.
Aqueles que ficam na negação e repetição dos erros não cooperam com a descoberta de importantes chaves que poderão abrir seus quartos escuros.
Mudemos nossas escolhas. Por onde podemos começar?
Lígia Oliveira- Terapeuta de Casal e Família
Lígia Oliveira- Terapeuta de Casal e Família