"Como? Mas eu não falei isso! Você nem sequer teve a atenção de parar para ouvir o que eu disse!"
São inúmeras as situações que ouvimos esse texto no consultório.
Quantas vezes já fomos nós os autores dessa fala nos nossos relacionamentos.
Quantas vezes já fomos nós os autores dessa fala nos nossos relacionamentos.
Ouvir, exercício difícil porque nem sempre nos esforçamos para aprender, pois significa, primeiro fazermos um silêncio das nossas falas internas.
Pedimos tanto tanto para sermos ouvidos. Será que estamos ouvindo o outro,ou, constantemente interrompemos as pessoas para reforçarmos os nossos argumentos, mostrando que está conosco a tão razão defendida.
O que os mais próximos falam sobre a sua atitude como ouvinte? E você? Qual o conceito que daria à sua avaliação ao ouvir o outro e a si mesmo? Notas altas com as pessoas "mais fáceis" ?E com as "mais difíceis" que nos desafiam a colocar um melhor aprendizado de nós mesmos em prática?
Acredito que saber ouvir ao outro tem uma direta relação com a nossa escuta íntima, sendo essa uma habilidade exercitada com a mente, mas, principalmente com passos dados pela alma.
Praticar o ouvir requer sensibilidade, verdadeira curiosidade e respeito, vez que pressupõe, um investimento na busca de sentido sobre aquilo que está sendo ouvido. É uma escalada que contabiliza tanto avanços como recuos...
Cotidianamente, estamos submersos em múltiplas atividades e demandas, que se transformam em pendências a serem resolvidas. Asim sendo, avalio que precisemos compreender a necessidade de sermos seletivos com a nossa escuta. Falo aqui da nossa escuta afetiva.
O nosso ouvir obedece também aos nossos valores e significados.Todavia, quando precisamos ouvir com a alma e o coração, nos disponibilizamos mais para fazer um balanço dos nossos argumentos em relação aos argumentos que estamos dando a nossa escuta, e, mediante reflexão individual e conjunta, acrescentarmos, ou não, às nossas crenças e posturas, novos significados.
Quem sabe esse percurso repleto de ensaios, nos ajude melhor, alargue a visão míope minha e do meu ouvinte, no sentido de compreendermos que conversar de verdade não significa ganhar do outro, ter sempre os argumentos mais "certos"e concordar com o que está se ouvindo.
Lígia Oliveira- Terapeuta de família e casal
Lígia Oliveira- Terapeuta de família e casal
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