terça-feira, 30 de junho de 2015

Caminhos



                                                                    CAMINHOS

A coragem de tocarmos em temas que nos tiram da nossa zona de conforto e nos relembram sentimentos de mágoa, tristeza, ansiedade, medo...muitas vezes podem ser passos que nos levam à criação de novos modelos mais saudáveis na nossa vida afetiva.
Todos nós, mesmo que não percebamos, carecemos das mesmas "coisas": sermos amados, reconhecidos, compreendidos, aceitos, valorizados...
A fala com o outro, ou apenas  direcionada ao nosso eu mais íntimo, quando tem como intenção de não ser voltada à crítica negativa e sim à compreensão dos motivos e ações dos nossos comportamentos, são posturas  direcionados aos caminhos da cura das nossas feridas.
Que tenhamos vontade de percorrer caminhos que não nos façam enxergar "apenas" as estradas da nossa vida que não deram  "certo". Olhemos também para os nossos talentos!
 Penso que uma das "senhas" nesse percurso é vermos como acontece, em nós, a vontade de aprender a querer caminhar pelas estradas que sejam significativas à nossa reconexão conosco e com os nossos entes queridos.
 Para tal, avalio que precisamos observar nossos limites, sem sermos juízes tão severos, e também nossas possibilidades, sem entrarmos na onda do deixar para amanhã.
Querer-não querer, alegria- tristeza, sonho-ação, sentir-pensar são faces de uma mesma moeda que legitima e também transformam o nosso viver, são contingências da vida.
Avalio que o importante é acolher, compreender e agir em relação ao que faço com essas diversas fases  na minha "vida vivida".
Sigamos nessa caminhada...

Lígia Oliveira - terapeuta casal, família e psicanalista.

sexta-feira, 26 de junho de 2015

Escultura Familiar



   A Escultura Familiar é uma representação simbólica do sistema familiar.  Esse instrumento foi considerado como uma meio eficaz vez que combina o cognitivo, o afetivo, o emocional com a experimentação, no qual os familiares posicionam a si e aos membros da família da forma como os percebem participantes na teia relacional.


Na Terapia Familiar a Escultura Familiar foi muito utilizada por Virgínia Satir, terapeuta familiar que combinou essa técnica com Teoria Geral dos Sistemas a qual reforça a visão circular dos fatos, sentimentos...


De maneira geral podemos explicar sobre a utilização da dinâmica Escultura Familiar da seguinte forma:


O terapeuta pede que cada familiar feche os olhos e visualize-se, como também visualize os demais familiares.


 Em seguida pede para cada familiar pensar como colocaria cada pessoa do sistema familiar naquela sala: LOCAL, POSIÇÃO, OLHAR, ATITUDE.


O escultor vai colocando as pessoas e formando a escultura; se precisar pode também colocar o terapeuta no local de alguém que não está presente.


O Terapeuta espera o escultor terminar a escultura, sua movimentação completa para depois fazer as perguntas.


Trabalha - se tanto a auto- percepção como a percepção global da unidade familiar com cada membro.


Por exemplo, um participante pode pedir que dois membros fiquem abraçados, ou bem distantes, um fique de joelhos, outro deitado. O que importa é que cada um seja leal à forma como ver a si e aos outro na interação familiar.


Podemos trabalhar situações concretas como a comunicação, afetividade familiar , como ainda desejos , atitudes , comportamentos ..

  

Passos gerais do processo:

 

   1 - Escolher um escultor;

 

   2 – Pede-se para o escultor colocar pessoas (inclusive ele) na posição que ele as ver dentro do sistema familiar. Reforça-se observar proximidade, olhar, expressões...

 
  3 – Terapeuta pergunta ao escultor – Como se sente  diante da escultura formada e espera que o escultor fale sobre seus sentimentos , pensamentos...


   4- Se o escultor gostaria de fazer alguma modificação – O que mudaria o que manteria... Agora como se sente e pensa mediante a movimentação feita por ele no sistema.


   5- Continua com novos escultores, outras esculturas, sentimentos, mudanças, novos sentimentos , até o último familiar.


A Escultura é feita um a um, enquanto os outros participantes observam e esperam sua vez. Ao término das esculturas, pedimos que a família reflita acerca do que ouviu , sentiu e mais adiante se pode trabalhar a construção de uma escultura familiar geral, tanto atual, como futura.


Dentro de uma visão geral as esculturas mais realizadas:


    Escultura da família presente – atual

    Escultura da família ideal

    Escultura do passado

    Escultura do futuro

 

A utilização da Escultura na Terapia Familiar facilita a expressão de emoções, falas silenciadas, através da utilização do corpo e do movimento. Dependendo da dinâmica familiar podemos utilizar a escultura nas primeiras sessões, ou em situações onde percebemos um processo mais paralisado, como ainda nas terapias onde trabalhamos com crianças, vez que alia o lúdico ao conteúdo, à emoção.
 

Obs.

 Profissionais que também usam a Escultura Familiar:


 Importância de um olhar integrativo: Na necessidade de aprofundamento do tema importante compreender suas diferenças e onde essas abordagens se complementam.


– Jacob Levy Moreno desenvolveu técnica de psicodrama nas décadas de 1920 e 1930. Nessa dinâmica os clientes tomam lugar dos familiares para desempenhar outros papéis, ajudando na consciência de dinâmicas familiares não compreendidas.

 
 _Na Constelação Familiar de Hellinger também há representação visual dos familiares.

 
 
                                                              Resumo de artigos sobre Escultura Familiar

                                                                                          Lígia oliveira terapeuta familiar  e psicanalista          

sexta-feira, 5 de junho de 2015

Casal: Passos Para Um Pedido de Desculpas






O casal estava meio perdido nos seus sentimentos ainda povoados por uma mistura de raiva e arrependimento. Durante o transcorrer da sessão, de número 16, os parceiros faziam movimentos de aproximação, meio sem jeitos, todavia tendo como pano de fundo a motivação para chegar mais perto um do outro. Conseguiam, naquele momento, se olhar nos olhos. Ensaiavam, cada um ao seu modo, um pedido de desculpas.
Após escuta silenciosa e atenta, o terapeuta pergunta ao casal, dirigindo-se aos dois, qual seria a responsabilidade afetiva de cada cônjuge naquele ciclo do processo. Na pergunta terapêutica, a intencionalidade do olhar voltado à contribuição de cada um na criação do comportarmento conjugal sofrido, seus significados pessoais e as consequências ao relacionamento, como ainda a identificação dos vários eu que constrói a conjugalidade: O eu que magoa, se magoa, amigo, não amigo, que perdoa e não perdoa...  Pontua ainda o terapeuta sobre a necessidade do investimento do par na compreensão da valorização da mágoa do outro, ou seja, execita-se  a experiência do se colocar um no lugar do outro.
Então seguiram os parceiros em um processo de identificação sobre o que estariam fazendo de "errado". Eram reforçadas palavras que cuidavam em não machucar sensibilidades já tão mexidas.O casal foi em busca de compartilhar lembranças de conflitos, e, de forma tímida, iam descobrindo o que poderiam aprender a fazer de forma mais saudável. Procuraram também não se encherem de promessas, mas se comprometeram em percorer estradas de possibilidades possíveis nas quais possa se deslumbrar o começo de uma vontade recíproca de construir uma nova história, mais saudável. Nascia ali a base para um verdadeiro pedido de desculpas.

Reflexão:
Lembre de um pedido de desculpa sincero ouvido por voce. Qual o sentimento que vem ?
Lembre de um pedido verdadeiro seu de desculpas a alguém. Qual o sentimento que vem?

                        Lígia Oliveira - Terapeuta familiar,  casal e psicanalista