ilustração:tianinablogspot.com
Alguns estudiosos do comportamento humano defendem que a escolha do parceiro afetivo responde a anseios inconscientes, mais precisamente, na fase em que a criança se "apaixona"pela mãe ou pelo pai.
Na conjugalidade, cada um dos parceiros leva para o interior da relação suas heranças familiares, crenças, mitos, valores, vitórias ,frustrações familiares...
Muitas dessas atitudes podem conter expectativas demasiadas como também crenças que aprisionam comportamentos negativos repetitivos, o que pode reforçar sérias dificuldades no relacionamento amoroso.
Assim sendo, surgem conflitos que, se não mais observados, colocarão em risco a saúde afetiva do par.
É importante que haja a compreensão que muitos dos comportamentos desenvolvidos na relação conjugal, foram apreendidos e exercitados em vivências anteriores, sendo resultado dos seus construtos relacionais passados.
Quando o casal se esforça na compreensão dessas diferenças e investe em possíveis negociações,favorece a construção de uma conjugalidade baseada no olhar de três partes: o eu, o tu e o nós.
É importante reforçar que a atenção voltada, apenas, para as dificuldades sem possibilidade de compreensão e diálogo acerca dos motivos e posturas de cada um, tem por base experiências respaldadas em comportamentos infantis e egocentrados.
Sendo assim, as diferenças não olhadas trarão como consequências o distanciamento afetivo e a cristalização do sofrimento. Nesse caminho, a tônica presente é cada parceiro tentar convencer o outro das suas razões mais "certas", atribuindo ao outro a culpa pelos conflitos.
Facilita-se dessa forma, um ciclo ascendente de acusações onde o que importa é um vencer do outro e "provar" que tem a razão.
Quando esses casais procuram a terapia trazem uma grande carga de ansiedade e mágoas pelas tentativas frustradas da melhoria do relacionamento.
A terapia de casal procura, primeiramente, acolher o sofrimento conjugal, como também o que cada parceiro reforça individualmente.
É essencial que o casal compreenda a necessidade da desconstrução das suas "disputas verbais", e percorram, gradualmente, estradas menos competitivas e mais cooperativas.
Mediante o aprendizado do exercício da fala e do ouvir, os parceiros terão condições de reverem suas motivações, emoções, crenças, padrões de comportamentos; processo lento e que pede paciência, inteireza dentro dos limites e possibilidades do casal.
O caminho seguinte trabalhará na clareza da influência do casal sobre os problemas compreendidos, favorecendo condições à mudança do comportamento, o que dará chance a cada parceiro e ao sistema casal de vivenciar suas conexões afetivas consigo mesmo e com os outros de forma mais saudável,
Lígia Oliveira- Terapeuta de casal / família e psicanalista
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