O livro Do Desejo ao Prazer de Mudar de Françoise Kourilsky-Belliard, doutora em psicologia ( 2.ed.), 2004, nos traz reflexões sobre uma vivência muito presente nas nossas vidas: a mudança. A autora contextualiza, de forma cuidadosa e profunda, a mudança nas suas múltiplas faces: social, tecnológica, física, material, cultural, psicológica e emocional.
Em relação à mudança íntima, pessoal e comportamental o livro nos leva a ampliar nosso pensamento para entendermos essa mudança como um caminhar para um percurso de vida diferente, consigo, com o outro e com o ambiente. Nesse movimento, a visão interna não nos faz rejeitar o nosso jeito anterior de ser e estar no mundo, mas, antes de tudo, busca um olhar curioso, crítico e amoroso para acolher as nossas condições possíveis do presente.
O processo de mudança mobiliza a reflexão da vontade de ampliarmos a nossa interpretação de mundo diante das situações da vida, e, nos direciona a uma parada gradativa de ressignificação de formas de pensar, sentir e agir. Querer mudar significa ver não só o que pensamos, mas também perceber como esse pensamento modela o nosso comportamento.
Avalio que em alguns momentos quando estivermos meio parados em leituras que nos impossibilitem avançar em direção a uma vida melhor, precisemos nos fazer algumas perguntas, entre as quais seleciono as seguintes:
Em que proporção as minhas leituras da vida estão contribuindo para uma vida mais feliz? O que sinto que posso flexibilizar ou não com o outro? Comigo mesmo? Que resultados voltados à qualidade de vida conseguiria? O que avalio que na minha forma de viver o mundo é um movimento que me aprisiona ?Aprisiona o outro?O que quero manter com essa atitude? O que posso soltar? O que o outro também precisa acolher em mim? O que preciso e quero mudar? O que preciso e quero manter?
O exercício de questionamento acima, ou um outro que atenda as peculiaridades de cada caso, mas que invista na reflexão, pode ter a função de uma ginástica de pensamentos e sentimentos que sendo realizada no momento e dose adequados, melhorará nossa "musculatura" emocional, mental e social, reforçando condições para nos tornarmos mais sujeitos da nossa vida e enriquecermos nossas possibilidade de interação com o outro e com a gente mesmo.
É preciso que andemos passo a passo, devagar e firme, porque no processo de mudança na maioria das vezes, a direção é mais importante que a velocidade.
Obs- Postagem reeditada.
Lígia Oliveira- Terapeuta de casal e família- www.terapiacasalefamilia.blogspot.com
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