quinta-feira, 7 de janeiro de 2021

O Amor Não Nos Autoriza Tudo






Quantas  das atitudes nossas levam à frente a bandeira do amor. Por amor respiramos, paramos de respirar, caimos, levantamos, brincamos, nos alegramos, nos enraivecemos, perdoamos....
São muitos os que terceirizam ao sentimento amoroso, comportamentos criativos e construtivos, mas também creditam ao amor suas ações invasivas, egocentradas, vingativas, como se essas lhe fossem "justificadas" pela condição amorosa.
Quantos desses movimentos "justificados" trouxeram àqueles que os vivenciaram colheitas infelizes, sementes nocivas, estéries de energias de luz, à convivência com o outro e com eles mesmos.
Li no livro Cartas entre Amigos- Sobre Ganhar e Perder, de Gabriel Chalita e Fábio de Melo, reflexão interessante acerca da atitude amorosa, quando em conflito.

Fala o pensamento que é importante "cuidar para não transformamos a relação de amor com dor em relação de dor sem amor".

Tanto na vida pessoal como enquanto terapeuta de casal e família, percebo quando na experiência de uma perda, brigas e dificuldades amorosas, como é difícil, a busca mais positiva dessa relação. A condição emocional, na maioria das vezes, nos aprisiona e embaça esse olhar. Observo que é necessário tentativas de ensaio, erros e acertos, com uma presente motivação à transformação do clima emocional conflituoso.
O que nos tranquiliza e nos impulsiona à essa busca é perceber que alguns já conseguiram ou estão nessa trilha. É lento, mas possível.

Fiquemos atentos. São muitas as ocasiões, quando estamos com dificuldades no  nosso relacionamento que ficamos na postura voltada ao outro da acusação, correção, culpa invasão, vingança.Tudo em nome do nosso grande amor. Sim, somos seres humanos, frágeis, e, foram inúmeras as vezes que percorremos esses caminhos. Quem sabe estejamos percorrendo ele, agora, nesse momento, e estejamos querendo ganhar esse jogo. Pergunto, estamos jogando contra quem?

Se estamos feridos, abandonados, não reconhecidos" é preciso ser bom para  ignorar a fera que nos quer invadir"( Gabriel Chalita). Complementaria, ainda, que é preciso amar com mais paciência e querer, de verdade, a transformação desse vínculo amoroso e, principalmente, aprender a crescer interiormente.

Olhemos melhor ao utilizarmos a bandeira do amor, quando nosso comportamento é fruto de imagens que nos aprisionam e nos impedem de compreender, passo a passo, como as nossas "perdas" se entrelaçam com os nossos "ganhos" e faz a vida seguir em crescimento.

                               Lígia Oliveira- Terapeuta de  Casal e Família

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