Unir-se ao outro é uma proposta de percurso de vida em comum, todavia, sabendo-se que cada cônjuge tem sua própria forma de caminhar.
A comunicação entre o casal poderá ser melhor entendida quando ampliamos a nossa visão e fazemos uma leitura individual e conjugal dos gestos, dos silêncios, da entonação e intencionalidade das palavras, das posturas, dos olhares....
Para compreendermos mais claramente, vejamos em linhas gerais, como ocorre a comunicação entre os cônjuges:
Comunicação funcional
Comunicação não funcional
Na comunicação funcional as falas, as intenções são claras, tem como objetivo o entendimento mútuo, e, quando isso não ocorre, há espaço para um novo esclarecimento.
A comunicação não funcional traz como resultado a ausência da compreensão, a impaciência, e algumas vezes, o entendimento distorcido da mensagem, não sendo possível a abertura para nova conversa. Poderá acorrer então a criação e a cronificação de raivas e mágoas. Nesse nível da comunicação o objetivo centra-se em saber quem "tem" a razão.
A comunicação não funcional proporciona a vivência de uma série de desencontros: quando um fala não é ouvido, o outro se coloca numa situação de embate, vitimização... Assim sendo a conjugalidade tende a ficar contaminada pelo não dito, o não entendido, pela agresividade, pela indiferença, pela ironia, o que pode trazer distanciamento afetivo e frustrações.
Osório, terapeuta de casal, em seu livro Alquimia Íntima(2004), fala da necessidade do casal em ficar sempre atento ao que ele denominou de "lixo psíquico" .O que seria esse "lixo"? Seria tudo aquilo que os cônjuges em sua relação reprimiram, não expressaram, acumularam sob forma de mágoa, raiva . Esses fatores vão concorrer para poluir e comprometer negativamente a conjugalidade..
O que fazer então quando vivenciamos uma comunicação não funcional?
Quem sabe os passos não seriam olhar para si e para a relação, perceber a existência desse lixo e investigar em que proporção ele mina o relacionamento, continuar no caminho de identificar as fonte geradoras dessas dificuldades, como ainda, buscar formas de reciclagem do " lixo conjugal". O passo seguinte continuaria o processo de clarificação da relação com os parceiros cuidadosos em não entrar no interjogo da acusação e culpabilização.
Na prática clínica observamos que o diálogo não flui entre os pares com a comunicação comprometida, em função de atitudes nas quais enquanto um fala, o outro apenas espera o momento do contraponto, alimentando esse padrão de comportamento de forma recíproca.
Ser ouvido favorece uma atitude de abertura, respeito e reflexão, tanto para quem fala, quanto para quem ouve, vez que alimenta um clima de respeito de forma circular.
A comunicação funcional requer que o casal avance na aprendizagem do conversar e no exercício de querer evoluir o casamento como uma vivência adulta de intimidade.
Reflexão :
Como voces entendem comunicação conjugal de voces?
Citem dois momentos vividos na relação:
Comunicação funcional
Comunicação não funcional
O que na relação de voces precisa ser reciclado? ( Escolha um fator).
Lígia Oliveira - Terapeuta de casal e familiar
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