sábado, 2 de março de 2013

Comunicação Conjugal - Caminhos





Unir-se ao outro é uma proposta de percurso de vida em comum, todavia, sabendo-se que cada cônjuge tem sua própria forma de caminhar.
A comunicação entre o casal poderá ser melhor entendida quando ampliamos a nossa visão e fazemos uma leitura individual e conjugal dos gestos, dos silêncios, da entonação e intencionalidade das palavras, das posturas, dos olhares....
 
Para  compreendermos mais claramente, vejamos em linhas gerais, como ocorre  a comunicação entre os cônjuges:
                                          Comunicação funcional
                                          Comunicação não funcional
 
Na comunicação funcional as falas, as intenções  são  claras, tem como objetivo  o entendimento mútuo, e, quando isso não ocorre, há espaço para um novo esclarecimento.
A comunicação não funcional traz como resultado  a ausência da compreensão, a impaciência, e algumas vezes, o entendimento distorcido da mensagem, não sendo possível a abertura para nova conversa. Poderá acorrer então a criação e a cronificação de raivas e mágoas. Nesse nível da comunicação o objetivo  centra-se em saber quem "tem" a razão.
 
A comunicação  não funcional proporciona a vivência de uma série de desencontros: quando um fala não é ouvido, o outro se coloca numa situação de embate, vitimização... Assim sendo a conjugalidade tende a ficar contaminada pelo não dito, o não entendido, pela    agresividade, pela indiferença, pela ironia,  o que pode trazer distanciamento afetivo e frustrações.
 
Osório, terapeuta de casal, em seu livro Alquimia Íntima(2004), fala da necessidade do casal em ficar sempre atento ao que ele denominou de "lixo psíquico" .O que seria esse "lixo"? Seria tudo aquilo que os cônjuges em sua relação  reprimiram, não expressaram, acumularam sob forma de mágoa, raiva . Esses   fatores  vão concorrer para poluir  e  comprometer negativamente  a conjugalidade..
O que fazer então quando vivenciamos uma comunicação  não funcional?
 
Quem sabe os  passos não seriam  olhar para si e para a relação,  perceber a existência desse lixo  e investigar em que proporção ele mina o relacionamento, continuar no caminho de identificar as fonte geradoras dessas dificuldades,  como ainda, buscar formas  de reciclagem do " lixo conjugal". O passo seguinte continuaria o processo de clarificação da relação  com os parceiros cuidadosos em não entrar no interjogo da acusação e culpabilização.
 
Na prática clínica observamos que o diálogo não flui entre os pares com a comunicação comprometida, em função de atitudes  nas quais enquanto um fala, o outro apenas espera o momento  do contraponto, alimentando esse padrão de comportamento de forma recíproca.
 
Ser ouvido favorece uma atitude de abertura, respeito e reflexão, tanto para quem fala, quanto para quem ouve, vez que alimenta um clima de respeito  de forma circular.
A comunicação funcional requer que o casal avance na aprendizagem do conversar e no exercício de querer evoluir o casamento como uma vivência adulta de intimidade.
Reflexão :
 
Como voces entendem comunicação conjugal de voces?
Citem dois momentos vividos na relação:
 
              Comunicação funcional
              Comunicação  não funcional
 
 O que na relação de voces precisa ser reciclado? ( Escolha um fator).

                                                              Lígia Oliveira - Terapeuta de casal e familiar


Nenhum comentário:

Postar um comentário