quinta-feira, 24 de maio de 2012

A Quem Voce Dedica a Sua Gratidão?





Sentada com um álbum de fotos no colo, pouco a pouco, reconstruia momentos vividos. Agora, com novo sentimento e sabor na alma: Gratidão.
 
Olhava para pessoas queridas, familiares, amigos muito próximos, e agradecia ao Grande Mestre, o momento presente e também tantos outros passados.
De repente, lá no fundo do sentir, me veio uma lembrança de uma pergunta que ficou na minha mente depois de uma palestra que participei: " A quem voce dedica a sua gratidão"?
Pensei em alguns rostos queridos, família, amigos presentes na minha vida, outros ausentes geograficamente, mas tão presentes nas minhas memórias.
 
"Gratidão é o ato de reconhecimento de uma pessoa por alguém que lhe prestou um benefício, um auxílio, um favor, etc... ( Wikipédia).
 
 Alguns escritos sobre o tema, falam sobre o sentimento de dívida emocional que a gratidão pode despertar. Penso diferente. A vivência de um sentimento legítimo de agradecimento ,traz à nossa alma e  nossa essência a ampliação de sentimentos como a disponibilidade, o reconhecimento, a ternura e a motivação de retribuir amorosamente.
 
Quando nos abrimos para a gratidão, percebemos que nossa existência ganha mais serenidade e nosso coração começa a enxergar uma infinidade de bençãos, antes não olhadas. Nossa espiritualidade amplia e passa a colocar na nossa"lista espiritual", tantos e tantos momentos, muitas lembranças, que, agora, para nós, tem cores mais suaves, todavia, nem por essa razão menos vivas.
 
Os sábios nos levam a praticar o agradecimento voltado tanto para os fatos positivos como para os negativos. Reforçam a compreensão que em todos os espaços existem ensinamentos e oportunidades de aprendizagem e crescimento. Nesse momento, refleti acerca de pessoas que me fizeram  "mal". Todavia, hoje avalio o quanto também, essas experiências me fizeram olhar o outro lado da vida: o meu lado: minhas limitações, implicâncias, medos, projeções e também avanços.
 
Olhe, nesse momento, para voce e reflita sobre o seu caminho de agradecimento. Quem sabe se investir mais em uma atidude amorosa e concreta do exercício da gratidão, voce estará  acionando melhor uma energia curativa de luz, harmonizando seus padrões mentais, como ainda facilitando a entrada de mais leveza à vida?
 
Feche os olhos e, devagar reflita:
A quem voce dedica a sua gratidão ? O que voce teria para agradecer a voce mesmo?

OBS- Hoje, dentro dessa energia de gratidão, quero também agradecer a todos os meus queridos leitores, que amorosamente, me deram uma parte do seu tempo, desde o início do blog, janeiro de 2012, me ajudando através dos seus comentários, palavras de apoio e incentivo a chegar hoje, 18-07-12, na marca de 3099 páginas lidas.
A todos a minha sincera gratidão, Lígia Oliveira

terça-feira, 15 de maio de 2012

Famílias - Convivendo com o Câncer




Nos tempos atuais, diante da abertura dos meios de  comunicação e  de uma vivência maior dos doentes portadores de doenças mais graves, mediante os progressos da medicina, observamos as diversas maneiras das famílias com familiar com câncer, responderem à ansiedade que essa patologia traz consigo e no seu entorno.
 
Hoje em função dos constantes avanços da ciência, o câncer, dependendo do período da sua descoberta, pode ser considerado uma doença crônica ou até curável.
Sabemos que desde o diagnóstico até o extenso caminho do tratamento, o quanto todos os membros familiares ficam fragilizados.
 
No aspecto emocional é natural que possam surgir nos familiares, portador e família, manifestações de raiva, tristeza, revolta, agressividade, ou até mesmo de negação e fuga.
No que diz respeito a parte social, a família, na maioria das vezes, no início, escolhe o segredo. Em alguns casos é vivenciado o isolamento em função do câncer ser visto, hoje bem menos, como uma doença que percorre dia a dia um corredor muito próximo da morte.
 
No tocante a parte financeira familiar, a doença e os cuidados que ela demanda, poderão originar despesas extras e limitar as condições de gasto familiar.
Percebemos também que o sofrimento no processo da doença, facilita, em algumas famílias a aproximação e o desenvolvimento da espiritualidade, seja essa entendida como ações voltadas à solidariedade ou como uma valorização mais próxima da figura de Um Ser Maior e  do amor, ressignificando valores e comportamentos.
 
A Terapia Familiar diante desse processo mediante acolhimento da família, orienta o olhar para tres fatores, como meio de facilitar aos familiares no compartilhamento desse momento tão delicado:
 
      -   Provimento de um conforto emocional imediato;
      -   Criação de uma rede de apoio;
      -   Mudança de padrões de funcionamneto familiar.
 
No processo de enfrentamento do câncer a família passa por transformações nos mais diversos segmentos: papéis, funções, dificuldade de controle e aceitação, autonomia, disponibilidade, espaço, rotina cotidiana...
Como já dissemos, anteriormente, percebemos a área emocional  como  a mais sofrida, em função do estigma da doença, efeitos colaterais, sofrimento no tratamentos, idas e vindas ao hospital...Carcateriza-se por ser um período repleto de medo, esperança, desesperança, ansiedade, superações...
 
Carvalho, 2003, fala o seguinte sobre o câncer e nossa relação com a doença: " Existem muitas doenças fatais além do câncer, porém a impressão é que a outras doenças matam, o câncer destrói".
A função da Terapia Familiar é contextualizar a família no presente, acolher seus sofrimentos , trabalhar suas  alternativas de solução e reforçar o caminho da superação.
 
Entendemos que é uma tarefa que tem muitos altos e baixos, onde o sofrimento e a queixa precisam ser sentidos, falados, acolhidos e legitimados. Que juntos terapeutas e familiares possam, cooperativamente, se revezarem nas suas fraquezas, esperanças, coragem,limites e superações para que a afirmação acima de Carvalho não seja realizada.

Obs- Leitura base na realização do texto:
         Capítulo 8 do livro : Fortalecendo a Resiliência Familiar, Froma Walsh,S.Paulo, : Roca, 2005

         Lígia Oliveira- Terapeuta de Casal e Família

terça-feira, 8 de maio de 2012

Crise e Superação : Terapia de Família e Casal




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Percebemos no processo da terapia, que os casais e as famílias com um olhar mais voltado à força e à resiliência( motivação para superar as dificuldades), desenvolvem melhores condições no enfrentamento dos desafios da vida e seus resultados contabilizam mais vitórias
.
Compreendemos essa não ser uma "postura" simples e fácil. Observamos o quanto esse caminho necessita de  um olhar cooperativo o qual demanda idas e vindas, como ainda as pessoas envolvidas nas dificuldades, saberem que poderão se alternar em momentos de doação, de força, paciência e otimismo realista,  mas também entenderem que terão situações onde poderão precisar do ombro e do afeto do outro.É um processo mútuo de apoio, trocas e construção.
Entendemos que os momentos de crise trazem aos casais e famílias a vivência ativa das diferenças, semelhanças, limitações, possibilidades, o que dependendo da ocasião intensificam os conflitos.
É comum em situações difíceis acontecer um período crítico, no qual vários acontecimentos complicam a dinâmica do relacionamento familiar e conjugal. Pode ocorrer o que denominamos de "onda de choque", ou seja, problemas sucessivos que originam novas dificuldades.
É importante que a Terapia Familiar e  de Casal procure junto aos clientes identificar as situações que desencadeiam os problemas, ações que perpetuam essas dificuldades como também os recursos de cada um, da família e do casal como um todo.
Procura-se investir em um olhar realista sobre os comportamentos que já foram vivenciados anteriormente em busca da superação, cuidando para não ter uma postura paralisada na crise. Caminha-se para melhoria da comunicação, explicitando-se falas, escutas, desejos, neecessidade, expectativas, medos... Junto, terapeuta e clientes, precisam descobrir os comportamentos destrutivos que alternam reclamações e silêncios que podem gerar e ampliar a crise familiar e conjugal, procurando ofercer aos clientes um contexto afetivo e protetor à compreensão de emoções tão carregadas de conflitos e dores.
O caminho segue trazendo movimentos de  enfrentamentos e as suas possíveis adaptações,  mediante as possibilidade e os limites das família e casais.
É importante salientar que em relação à superação familiar uma postura mais resiliente diante das dificuldades muito irá auxiliar uma compreensão mais ativa dos passos a seguir como facilitará o acesso de novas modelos de ação e aceitação.
Finalizando, cito Froma Walsh, estudiosa  em resiliência  que diz:"Quando o foco familiar ou conjugal é mais voltado à motivação para superação e ou aceitação dos obstáculos, os casais e famílias cada um a seu modo, compartilham vivências voltadas à prendizagem da adequação dos seus desafios com os seus recursos".
Avalio que esse é um caminho que construímos quando não queremos ficar apenas no primeiro passo .

Obs- Principais motivos para realização de terapia de casal e família:

    Conflitos constantes- brigas
    Problemas de comunicação
    Agressividade- verbal,física
    Problemas com a família de origem
    Desconfiança- Infidelidade
    Problemas na administração financeira
    Individualismo exagerado
    Alcoolismo- dependência química
    Depressão, transtornos de comportamento

   O casal ou a família entra em contato pelo telefone 9 99678834, ou pelo email, ligiaolivaaa@gmail.com, marcando uma entrevista inicial com a terapeuta.

Lígia Oliveira - Terapeuta de casal, família e psicanalista( individual).







sexta-feira, 4 de maio de 2012

Quando o Choro Fala Sobre o Que Não Foi Falado




No livro Os Desafios da Terapia Irvin Yalon, 2006, o autor diz que o choro  "significa a entrada nos compartimentos mais profundos da emoção". Reforça que a tarefa do terapeuta, nesse momento de expressividade é encorajar o cliente a mergulhar  mais a fundo no sentimento. Procurar não sair desse momento. Permanecer nele com respeito e acolhimento, mas não negar nem confortar a emoção. É preciso vive-la, para senti-la e entende-la.  Quem sabe, se com esse comportamento, não fiquemos tão paralisados na dor.

Yalon até faz uma pergunta muito oportuna sobre o choro do cliente: "Se suas lágrimas tivessem uma voz, o que estariam dizendo"?

Lembro, agora, de um casal atendido por mim, cujo homem desenvolvia um comportamento sempre muito racional e contido. Pouco a pouco foi se entregando ao processo terapêutico. Perdia, encontro a encontro o medo da vivência mais livre do sentimento, e dos seus significados para sua vida. Houveram situações de grande entrega emocional, no qual o choro e as lágrimas ajudaram o homem e a mulher a se soltarem das suas amarras e irem compartilhando suas mágoas, dúvidas, seus receios e pedidos.
Reflitamos juntos sobre aquele choro não mais entendido, como fragilidade, vulnerabilidade, contudo como uma nova forma mais inteira e humana de compreender e viver a vida.

Como terapeutas é essencial que procuremos aprofundar o significado do choro dentro do contexto passado, traze-lo para a situação presente e junto com o cliente explorar a compreensão, como bem falou Yalon, sobre o que a lágrima de ontem diria para a lágrima do hoje e vice versa.
Importante também olharmos e aprofundarmos o que no choro do cliente, está doendo na gente.

                                         Lígia Oliveira- Terapeuta de casal e família