segunda-feira, 2 de julho de 2012

"Gestando" os Filhos Para a Vida







Em algumas situações volto à lembrança falas que denunciavam meu jeito super protetor de cuidar dos meus filhos.
Relembro como em momentos perigosos( nem sempre tão perigosas assim), meu primeiro impulso era colocar meus filhos "debaixo das minhas asas", as quais se multiplicavam em mais de mil.

Entendia, racionalmente, que essa atitude era prejudicial à aprendizagem da independência e a autonomia dos meus rebentos.Todavia, ao menor sinal de perigo, lá estava eu, buscando resguardá-los dos perigos do mundo.

Mais pra frente, no início da adolescência, eu agora mais aberta aos reclamos do meu marido e dos questionamentos dos meus filhos, fui treinando a diferenciar, vagarosamente, prevenção, cuidado afetivo, de superproteção e necessidade de controle excessivo.

 Fui aprendendo a "recolher minhas asas" e a compreender que meus filhos já precisavam e sabiam dar seus voos. Ufa! Difícil, mas muito necessário. Não só para eles, mas também para nós como pais, para o relacionamento familiar, conjugal...
Dentro desse caminhar é significativo entender que uma educação voltada à autonomia e a autoconfiança, não significa excesso de liberdade e falta de acompanhamento dos pais.
O estabelecimento e o monitoramento dos limites, do nosso papel de pais, da nossa autoridade é estruturante à aprendizagem para que sejam compreendidos e vivenciados direitos, deveres, regras, acordos de convivência, respeito, incorporação das decisões e suas consequências...Só através desse valores voltados a si , ao outro, à sociedade, "gestaremos" uma família autoconfiante e independente.

Como pais atentos percebamos que em cada ciclo dos nossos filhos temos a oportunidade de desenvolvermos juntos, novas habilidades e treinos os quais  nos preparam à experiências nas mais diversas competências, sabendo-se que a autonomia e autoconfiança responsáveis são partes de um processo que se vive, de forma atenta, passo a passo.Assim sendo devemos estar alertas em saber diferenciar as situações da necessidade de controle, intervenção aos nossos filhos, com o momento de soltá-los.

É essencial que que também aprendamos juntos com os nossos filhos, mediante uma grande professora: A vida. Atentemos para olhar para fora da família e percebamos as situações nas quais precisamos dar aos mãos a esse ensinamentos, como ainda sabermos descartá-los, quando prejudiciais. Aprender a fazer esse balanço é enriquecedor e prepara para a vida lá fora e  dentro da gente.

Gestar filhos voltados à autoconfiança, independência e autonomia requer que nós enquanto pais, entendamos a necessidade de estarmos presentes, de forma afetiva e efetiva, firme e cooperativa. Importante que saibamos dá o apoio nas horas mais difíceis, a motivação nas horas de dúvidas, o colo na hora do choro, o sorriso na hora da alegria, mas também, soltemos,conscientemente, nosso filhos nas horas que eles precisam andar com seus passos e aprendam, mediante tentativas, acertos  e erros a construírem suas estradas, as quais se iniciam a partir dos primeiros meses de vida

Essa construção é experenciada na família, dia a dia em um cotidiano repleto de momentos para incentivá-la
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"Dai aos filhos raízes, depois asas"- Provérbio chinês.

                   Lígia Oliveira- Terapeuta de Casal e Família.

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