domingo, 2 de setembro de 2012

O Processo da Separação- Terapia Familiar - Parte Dois







Parte Dois

Nas leituras sobre o Processo da Separação, em relação as reações emocionais dos parceiros, são observados diferentes comportamentos, os quais vão depender também dos motivos e contextos da separação. Alguns se referem a um período de  grande  sofrimento, outros relatam que sofreram menos e alguns reforçam uma sensação de alívio.

Não queremos aqui negar o impacto de uma separação. Observamos que o processo traz aos ex- cônjuges uma complexa carga de energia emocional, vulnerabilidade, nos mais diversos níveis, vez que eles precisam investir esforços afetivos, no sentido de se desconstruirem em muitos segmentos, os quais tinham como complemento o  ex-parceiro.

No que se refere à concepção de casamento, o estudo, registra uma diferença em relação ao homem e a mulher: Enquanto a mulher ver o casamento como " uma relação amorosa", o homem reflete o casamento como "uma constituição de família". Por essa razão é mais fácil de compreender o porquê da maioria dos pedidos de separação serem por parte das mulheres, pois quando a parte afetiva da relação está mal, e caminha para maior dificuldade, muitas mulheres falam em separação.

Observamos várias fases ao processo de separação, as quais, didaticamente, são divididas da seguinte forma:
            Desejo da separação
            Decisão da separação
            Processo da separação
            Reconstrução da Identidade Individual 

Percebemos a existência de duas fases emocionais no processo de separação conjugal: A primeira diz respeito a vivência de sofrimento mais profundo trazendo sentimentos como: baixa autoestima, tristeza, raiva,mágoa, conflitos frequentes, abandono, traição,dúvidas, medo, ambivalência...

A segunda fase, após adequação de alguns fatores, as pessoas começam a investir mais na valorização da sua auto percepção, como ainda em alternativas pessoais, afetivas e emocionais que visem soluções mais claras e saudáveis, com  emoções menos negativas. Nessa etapa, na maioria dos casos,  as feridas já estão cicatrizando, e, o aprendizado de todo processo trouxe crescimento para um fortalecimento da Identidade Individual na busca de alternativas mais saudáveis,e,quem sabe  postura mais atenciosa na construção do Nós nos próximos relacionamentos.


                      Lígia Oliveira- Terapeuta de Família e Casal

Obs- a- O texto teve como base de leitura o artigo: Separação: o doloroso processo  de dissolução da conjugalidade- Terezinha Féres -Carneiro
www.scielo/pdf/epic/v8n3/19958./pdf

b- Na temática sobre  separação conjugal  não abordamos casais com filhos.
    
    


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