O processo da separação é explicado tanto pelos homens como pelas mulheres como de muita dor. Assim sendo observamos na nossa prática clínica que muitos casais, em sofrimento,continuam juntos, para poderem confirmar se o casamento está acabado, ou não.
Torna-se essencial entender que um processo de separação, requer cautela e um olhar cuidadoso, onde deverão ser clarificados muitos aspectos significativos do relacionamento conjugal, suas dificuldades e possibilidades, recursos e limites.É importante que o par, quando procura pela Terapia de Casal, possa saber que a função da Terapia é facilitar a compreensão da comunicação entre os dois, clarificar os principais pontos de distanciamento e aproximação conjugal,e, investir na saúde emocional e afetiva dos dois. Diante dos resultados compartilhados, os parceiros tomarão a decisão em relação ao percurso a ser escolhido.
Estudo realizado por Terezinha Féres, tendo como base casais de classe média carioca na idade entre 25 a35 anos e 45 a 55 anos em 2002, traz como resultado várias visões sobre o processo de separação conjugal. Visões as quais utilizo nesse texto para melhor compreensão dos leitores.
Féres- Carneiro, 1998,fala:"Embora a separação possa ser, às vezes, a melhor solução para o casal, cujo os membros não se consideram capazes de continuar tentando ultrapassar suas dificuldades, ela é sempre vivenciada como uma situação, extremamente, dolorosa, havendo um luto a ser elaborado. Enquanto os homens enfatizam mais os sentimentos de frustação e fracasso, no processo da separação, as mulheres resaltam sobretudo, a vivência de mágoa e solidão".
Caruso, 1989, fala que estudar a separação amorosa, significa estudar a presença da morte na vida, ou seja: os cônjuges vivenciam uma sensação de morte recíproca. Cada um tem que morrer, em vida, dentro do outro.
Caruso, 1989, fala que estudar a separação amorosa, significa estudar a presença da morte na vida, ou seja: os cônjuges vivenciam uma sensação de morte recíproca. Cada um tem que morrer, em vida, dentro do outro.
Féres ressalta que muitos casais buscam a terapia com a intenção de uma separação "bem resolvida",e, à medida que a terapia acontece entram em contato com o desejo, talvez inconsciente de continuidade do vínculo. Contudo, há também aqueles casais que tem como objetivo terapêutico continuarem a relação, e, mediante as sessões se resolvem pela separação. Assim sendo, retorno a explicação que foi mencionada anteriormente: a decisão do casal será uma responsabilidade dos dois.
Um dos pontos mais falados no que se refere ao processo da separação é o sofrimento pelos períodos de solidão e lembranças.O caminho vai sendo seguido, pouco a pouco, através de um complexo percurso de desconstrução da vida a dois, ou seja do Eu- Conjugal, ao mesmo tempo que vai se tornando necessário, um olhar mais individual em busca de novas responsabilidades, projetos afetivos, pessoais....
Se inicialmente o sentimento de solidão batia mais forte, com o passar dos dias, vai sendo experenciado um maior conhecimento de si, como também de liberdade, pois o trabalho direcionado à desconstrução do olhar a dois, trará, aos poucos, um reconstrução da identidade emocional.
Continua no próximo texto
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