Continuação da Parte Um
No decorrer do processo do divórcio, independente de quem pediu a separação, cada ex- cônjuge passa por situações de crise emocional, vivenciando uma espiral temporária de altos e baixos.
Um momento significativo acontece quando a separação é compartilhada para toda a sociedade e quando os ajustes da Justiça são iniciados. É comum, nessas situações, um aumento dos conflitos.
Na fase que McGoldrick denomina de Reorganização do Sistema o foco é na clarificação das novas fronteiras para todo o sistema familiar, podendo ser vivenciadas novas dificuldades, em função da necessidade de diversas negociações até se chegar a um novo perfil familiar.
"Os papéis, as fronteiras, a associação e estrutura hierárquica mudam...Todos os subsistemas da família são afetados: marido/mulher, pais/filhos; irmãos/irmãs, avós/netos, conjugalidade
/família,(amigos,trabalho,comunidade". (McGoldrick,1995)
/família,(amigos,trabalho,comunidade". (McGoldrick,1995)
Na prática clínica observamos como todas essas transformações, no início, reforçam o aumento do nível de tensão, como ainda em algumas famílias trazem posturas de resistências as quais necessitam, habilmente, serem trabalhadas.
Estudiosos das diversas fases do divórcio afirmam que em 95% dos casos o primeiro ano é observado como o período mais difícil. Nessa etapa, as conversas mais recorrentes apresentam como tema a educação dos filhos e os arranjos financeiros da família.
Um ponto essencial para uma elaboração mais saudável do processo do divórcio refere-se ao apego emocional dos cônjuges à relação amorosa. É indispensável se compreender como está sendo experenciado, nos dois ex-parceiros, o divórcio emocional. Explicando melhor: como eles elaboram seus lutos, suas expectativas idealizadas,observando como essas vivências estão auxiliando ou não a libertação gradual da dependência afetiva do ex- parceiro.
" Elaborar o divórcio emocional é um processo triplo: fazer o luto pelo casamento e pela família perdida, examinar o próprio papel na deterioração do casamento e planejar uma maneira de seguir em frente sem distorções ou rompimento com o passado"( McGoldricK 1995).
Continua no próximo texto
Lígia Oliveira- Terapeuta de casal e família
Obs: Base de leitura para o texto: As mudanças no cilclo familiar- Uma estrutura para a terapia familiar, Mônica MacGoldrick-Porto Alegre; Artes Médicas, 1995
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