sábado, 11 de maio de 2013

Ansiedade- Voltando ao Tema



Lendo um pouco sobre a ansiedade, companheira bem presente nos dias de hoje, sob as mais diversas formas, encontrei no livro Freud Básico de Michael Kahan, algumas observações que, agora, compartilho com vocês.

Entendo que melhorar o conhecimento de fatores e contextos, os quais disparam a ansiedade, contribuirá, um pouco, à compreensão sobre o tema, como ainda à criação de alternativas mais conscientes ao desenvolvimento de comportamentos voltados à atitudes mais serenas.

O artigo faz uma diferenciação entre o que entendemos por medo e ansiedade.
Quando sentimos medo sabemos definir do que, qual o objeto, situação...  A ansiedade se caracteriza como um sentimento mais indefinido; sentimos o desconforto, todavia, na maioria das vezes, não sabemos bem definir o porquê.

Asim sendo, a ansiedade é experienciada por uma série de distúrbios físicos, psicológicos, emocionais, afetivos, os quais chegam até nós sem uma explicação lógica dos seus motivos.
Registra Kahan que a ansiedade é "uma antecipação  do sentimento de desamparo diante do perigo."
Se o perigo surge a ansiedade é automática  Se o perigo é ainda iminente, a ansiedade se caracteriza por ser  a antecipação do desamparo diante da situação ameaçadora.

Resalta Freud que a vivência ansiosa não acontece só com a antecipação do perigo, pois quando nos sentimos confiantes diante das situações perigosas, não desenvolvemos a ansiedade.
Sendo a ansiedade uma função do ego, esse precisa aprender a administrar o id, o mundo exterior e o superego, nossa censura, nossa moral vigilante.

 Para um melhor entendimento, reproduzo as divisões feitas por Freud, quando classifica as categorias da ansiedade:

Ansiedade Realista: Quando nos sentimos em perigo diante  de algo concreto do mundo externo.Ex, ladrão, fogo, doenças...

Ansiedade Moral: Quando tenho medo de ser punido pelo meu superego. ou seja : posso fazer algo que me traga culpa.

Ansiedade Neurótica: Essa origina-se por um impulso encoberto pelo id, não sabemos, concretamente quais as suas causas. Quando esse impulso é revelado poderá se tornar realista ou moral.
Sabemos que a ansiedade Neurótica é a vivência de um perigo não claro. Diante dessa compreensão, a meta terapêutica principal é fazer o cliente aprender a lidar, compreender, enfrentar e transformar o processo ansioso.

Algumas abordagens como a  Cognitiva Comportamental trabalha com o cliente no sentido de que o mesmo perceba que a sua ansiedade tem proporções maiores na sua mente, que o perigo real.

Desta forma, o terapeuta investe em técnicas de "dessensibilização sistemática", que de maneira geral, após cuidadoso trabalho, consiste em colocar o cliente em situações de aproximação e enfrentamento da situação ameaçadora. Essa aproximação é realizada, primeiro se trabalhando mentalmente, seguindo-se no enfrentamento gradual ao perigo entendido pelo cliente como real. Mediante experiências de sucesso a ansiedade se tornará cada vez menos paralisante

O artigo também ressalta, que existem muitos casos de ansiedade que sem uma busca mais completa das causas reais inconscientes, poderá haver o perigo de uma recaída, ou até mesmo de uma substituição de sintomas, em função de uma não investigação mais profunda.
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      Lígia Oliveira - Terapeuta de Casal e Família

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