segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Terapia Com Crianças- Pais /Filhos e o Brincar




Lendo um artigo  acerca das brincadeiras das crianças com os seus pais, parei diante de uma fala da psicóloga Yara Sayão, do Serviço de Psicologia Escolar da Universidade de São Paulo( USP):

" Brincar é fundamental para as crianças, mas não existe uma fórmula pronta. A forma de interagir com os filhos vai depender da cultura familiar, das possibilidades dos pais. Tem uns que trabalham muito, mas, o período que passam juntos é proveitoso. O tempo com os meninos e as meninas pode ser usado para a leitura de um livro, para fazer brigadeiro, um bolo, montar um acampamento, daqueles feitos com lençóis e toalhas, no meio da sala de estar e que bagunça tudo.
Que tal aceitar o convite e entrar para conhecer o espaço quando se é chamado?"

Nesse mundo tão virtual,( sem querer desmerecer o valor da tecnologia)  o que fazer para a vivência de mais aproximação afetiva?  ? Então pergunto:

Voce se lembra da vez mais recente que brincou com seu filho? Que rolaram , juntos,  na cama, na grama, na areia, no chão?  Como estava o seu humor? Sua disponibilidade? Sua conversa? Atenção? Carinho?
Quem sabe voce esteja necessitando de olhar  de forma mais atenciosa para esse caminho. Se assim é, qual seria o principal objetivo dessa parada?  Nessas últimas semanas, como estão suas relações familiares?

Como terapeuta familiar observo como os pais, hoje, desenvolvem mùltiplas funções, as quais lhes tomam "emprestado" inúmeras posturas que seriam também dos seus filhos ou seja, leveza, paciência, criatividade, humor, tempo...

Quando indagamos sobre o brincar dos pais ouvimos razões que "justificam" as respostas mais voltadas à negação: estresse diário, excesso de afazeres, crise financeira, pouco espaço nas moradias, os meninos de hoje "preferem" os jogos eletrônicos. Esses e outros fatores "tomam" o lugar disponível às tão essenciais brincadeiras.

Entendemos que um bom começo é compreender e procurar identificar em si, pai e mãe, momentos mais possíveis da condição ao investimento a esse momento mágico  que é o compartilhar emocional do brincar que aproxima de forma significativa os filhos dos seus pais,( vice - versa) e, ainda favorece o desenvolvimento psicológico e afetivo familiar.

Podemos dá uma folga á babá eletrônica, seja ela hoje a t.v. o computador, os jogos eletrônicos, que sabemos tem seu espaço no mundo contemporâneo.Todavia, é fato que o mundo virtual pode, em excesso diminuir as interações interpessoais, como também trazer uma visão descontextualizada e frágil das relações de afeto,

 Em momentos propícios, pais e mães, precisam  virar menino e menina, soltar a criança que existe dentro deles e experenciarem a entrega ao mundo infantil junto com seus garotos.
Quando presencio esse brincar no consultório  percebo  que a brincadeira acontece de forma mais genuína, quando pais e filhos trazem como  dois importantes "brinquedos" a entrega e  o afeto.

                                   
                                       Lígia Olveira- Terapeuta de Casal e Família

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