Quantas vezes na nossa vida sentimos culpa?
Em alguns momentos, esse sentimento nos aparece como um pequeno desconforto de não termos desejado ou realizado pensamentos e ações adequados, "certos" à nossa consciência.
Em outras ocasiões, o sentimento culposo torna-se um companheiro constante e fica ali nas esquinas da vida, nos sinalizando sua presença, não deixando fluir vivências importantes no caminho a seguir.
O que fazer para não alimentarmos mais a culpa, como ainda compreender os motivos da sua "instalação" em nós?
Perguntas e uma atenção focada poderão ajudar:
Como foi nossa experiência com a culpa com a nossa família de origem? Como "ela" era reforçada ou evitada?
Em que momentos eu e meus familiares colocávamos mais lenha " nessa fogueira"? Qual a intenção que voce pensa que segurava como pilar esse comportamento familiar? O que hoje voce repete? Faz diferente?
A literatura fala também sobre a culpa ética, a qual nos aponta ações que se realizadas, trarão sérias consequências à nossa vida, vida do outro e da sociedade.
Aqui falamos da culpa dentro do viés psico- emocional e afetivo, que dependendo da sua intensidade nos impede de viver momentos presentes, por estarmos presos em emoções passadas, ainda não acolhidas, não compreendidas ou não perdoados por nós.
Ao longo da nossa existência é essencial observarmos que os significados são construídos mediante nossos eu individual, relacional e social.
Assim sendo, olhemos a necessidade de reavaliarmos as possibilidades e limitações referentes à vida lá atrás, como ainda daquilo que queremos nos prover, no momento presente.
Sabemos que existe a culpa excessiva, frutos de uma postura parada na autopunição, baixa autoestima, excesso de controle, insegurança na delimitação sobre ações necessárias e proibidas(...), que se não compreendidos podem pautar uma vida de sofrimentos e recuos diante de novas situações.
No livro Perdas Necessárias, Judith Viorst, 2005, a autora faz as seguintes observações sobre a culpa,
que penso serem importantes refletirmos:
que penso serem importantes refletirmos:
" Nem toda culpa é neurótica. Todos nós sabemos que durante nossa vida praticamos atos que sabemos moralmente errados. E quando isso acontece a resposta saudável é a culpa. A culpa saudável leva ao remorso, mas não ao ódio por si mesmo( culpa neurótica) ... A culpa saudável evita a repetição do ato culposo, sem isolar um vasto campo de nossas paixões e prazeres."
Além dessa diferenciação mencionada acima, é significativo que nos façamos perguntas e avaliemos nossas respostas, ficando atentos para a frequência, a intensidade e a duração da nossa culpa.
Reflitamos:
O que não quero soltar junto com esse sentimento de culpa? Quais os meus ganhos e minhas perdas?
Por que insisto em me agarrar a essa dor emocional? Para que repito esse comportamento?
O caminho do trabalho da compreensão da culpa, traz momentos nos quais "ela" nos avisa da nossa condição humana, do que necessitamos acolher, modificar, perdoar, não repetir .É estrada que se anda passo a passo. Dependendo dos passos que dermos, esse percurso poderá nos trazer ações de reconciliação e reparação conosco, com o outro e com o sentido da vida..
Ligia Oliveira- Terapeuta de família e casal
Ligia Oliveira- Terapeuta de família e casal
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