É pertinente a nós terapeutas sistêmicos de família e casal, quando estivermos em frente aos nossos clientes e ao longo dos nosso atendimento, seja esse no consultório e nos momentos de estudo, que façamos a avaliação de como estão nossos recursos.
De que forma empreendemos postura ao desenvolvimento do nosso olhar humano, científico e metodológico?
Em que proporção compreendemos que como terapeutas, também fazemos parte da história do cliente, enquanto observadores e participantes?
Como colocar nessa grande roda o entendimento dessas influências recíprocas?
Carl Rogers fala no seu livro, Tornar-se Pessoa, 2010, que quando no início da sua carreira como terapeuta perguntava-se:
" Como posso tratar, curar ou mudar uma pessoa? Depois ele relata que foi ampliando sua visão na seguinte perspectiva terapêutica: Como posso proporcionar uma relação que essa pessoa( cliente) possa utilizar para seu próprio crescimento"?
" Como posso tratar, curar ou mudar uma pessoa? Depois ele relata que foi ampliando sua visão na seguinte perspectiva terapêutica: Como posso proporcionar uma relação que essa pessoa( cliente) possa utilizar para seu próprio crescimento"?
O processo de mudança do cliente terá condições de se iniciar a partir do momento que o terapeuta procura, dentro dos seus limites e subjetividade, trazer sua visão para os sentimentos e pensamentos dentro da percepção do cliente. Esse, a partir desse encontro percebe -se mais solto para falar acerca do seu mundo apresentando-o com menos justificativas e defesas.
" Quanto mais uma pessoa é aceita, compreendida, maior é a sua tendência para abandonar falsas defesas para se mover para frente". ( Carl Rogeres)
" Quanto mais uma pessoa é aceita, compreendida, maior é a sua tendência para abandonar falsas defesas para se mover para frente". ( Carl Rogeres)
Permitir ao outro a oportunidade de experenciar sua própria liberdade interior e seguir em frente com seus ganhos e suas perdas, contribuirá para abrir caminhos à melhoria da comunicação e mudanças. Seguindo esse pensamento, precisamos, enquanto terapeutas, ficarmos atentos para valorizarmos nossos sentimentos tão quanto nossa bagagem teórica, e, propiciar ao processo como um todo, um clima acolhedor de afeto, calor humano, distante do julgamento, do certo, do errado, do bem e do mal.
É necessário investir na compreensão dos acontecimentos de uma forma mais ampla mediante estudo dos contextos e das suas influências na historicidade de cada um. Percurso que demanda um olhar cuidadoso e ao mesmo tempo flexível do terapeuta, ao processo, no sentido de vivenciar o distanciamento e a aproximação dos seus clientes, mediante postura que mistura acolhimento, respeito, genuína curiosidade, técnicas, dentro de uma abordagem que visite todos esses espaços de vida , emoção e sentimento.
Aos poucos, clientes e terapeutas vão dando passos na construção colaborativa de mudança e ampliando os seus sentidos de autoria.
Ao terapeuta fica a reflexão de Grandesso, 2000:" Refletir sobre a própria prática é um meio de transformá-la"
Lígia Oliveira- Terapeuta de Casal e Família
Obs1- O texto acima teve como base de leitura o Capítulo1 "Esse sou eu"- O desenvolvimento do meu pensamento profissional e de minha filosofia pessoal' , do livro Tornar-se Pessoa de Carl Rogers, 2010.
Obs2- O texto acima teve como base teórica o capítulo Como Poderei Ajudar os Outros, do livro: Tornar-se Pessoa, CarL R. Rogers, São Paulo:WMF Martins Fontes, 2010.
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