sábado, 26 de abril de 2014

Trabalhando Nossas Defesas



Um dos comportamentos que muito nos atrapalha no curso da vida é a vivência de um "escudo" muito utilizado por nós: Nossas defesas, as quais, muitas vezes, defensivamente  negamos.
Enquanto negamos nossa atitude defensiva, ficamos paralisados na desculpa e na justificativa, quando procuramos explicar nossos atos: É o outro que não entende, que não fez direito, que coloca defeitos e reclamações nas nossas ações, ou ainda ficamos querendo imitar pessoas que aparecem como ídolos para nós, sem conseguirmos os seus resultados, como também sublimando projetos e sonhos por interesse mais possíveis...

Ok... Quem não tem seus momentos de defesa não é? Afinal nossa matéria prima também é feita de emoção, afeto, medo,sentimentos. "É importante observar que nem Freud nem seus seguidores acreditavam que o emprego dos mecanismos de defesas era, necessariamente, patológico. Pelo contrário, todos nós  os utilizamos; não poderíamos levar a vida sem eles. Esses mecanismos só se tornam um problema, ao serem utilizados pelo ego de forma excessiva ou inflexível" ( Freud Básico,Michael Kahn, 2005).

O padrão defensivo  falado aqui é aquele que impede ao seu"portador" uma visão melhor das suas responsabilidades afetivas, emocionais, relacionais, se baseando em respostas infantis, criando um distanciamento a um olhar mais amadurecido.
Se pensamos em crescer emocional e relacionalmente, precisamos nos movimentar alternando passos que criem distancia do polo das atitudes defensivas constantes.
Nessa postura, é necessário que exercitemos uma maior abertura conosco e com o próximo,e olhemos  como expereciamos nossas vivências positivas, negativas, infantis, amadurecidas, de sucesso, de fracasso, trazendo-as, aos poucos, para uma perspectiva mais consciente. Para tal, necessitamos de mais auto-reflexão, auto-conhecimento e em situações mais específicas, de ajuda profissional.

Reflitamos:
Quando sinto, lá dentro, que meu comportamento não está sendo bem olhado por mim mesmo e esconde, ou protege uma atitude de negação, repressão, projeção? Isso acontece frequentemente?
Quais as minhas potencialidade e possibilidade que estou jogando fora, quando insisto em não querer"encarar"minhas defesas conscientes, as quais obedecem a comandos inconscientes?
O que poderia "soltar" e trabalhar para seguir por caminhos mais leves e mais serenos?

Sabemos como o tema sobre Mecanismos de Defesa é complexo. Minha intenção é falar sobre o assunto tentando "tocar" as pessoas, no sentido de podermos prestar mais atenção quando"sentimos"
que estamos nos fixando em desculpas, negações, sublimações, repressões diante dos acontecimentos da vida.Ou seja, àquelas pessoas que já estão mais despertas emocionalmente. Que começaram a andar dando um pouco mais de foco ao sentido da vida afetiva, emocional e espiritual pois querem continuar essa caminhada.

O ego diante de situações ameaçadoras de ansiedade, angústia, utiliza os mecanismos de defesa, como proteção do sofrimento. Essa resposta tende a ser mais excessiva nas pessoas menos amadurecidas emocionalmente.Esse comportamento poderá impedir a compreensão do sofrimento, como também a busca sadia das suas alternativas de solução, podendo trazer a vivência de patologias psicológicas.


Para um rápido entendimento sobre os  Mecanismos de Defesa trazemos  um breve resumo sobre cada um deles. (Sabemos da necessidade de aprofundamento para um concreto entendimento do assunto). Avalio que o resumo é bem claro e traz exemplos concretos.   O resumo a seguir foi apresentado em um artigo da psicoterapeuta Marilene Henriques Teixeira Netto: http://artigosdepsicologia.wordpress.com:

Racionalização:

A pessoa encontra respostas lógicas, tentando afastar o sofrimento.

Identificação:

O indivíduo assimila alguma característica de outra pessoa, adotando-a como modelo.

Repressão:

Ela afasta da nossa consciência uma idéia ou um evento que poderia causar ansiedade. Esse conteúdo reprimido no entanto, não é eliminado e continua no inconsciente. O resultado seria algumas doenças psicosomáticas que poderiam estar vinculadas à essa repressão, tais como: asma, artrite, algumas fobias , frigidez...

Negação:

Quando ocorre algo que nos incomoda profundamente, há a tendencia de não aceitar esse ocorrido, ou lembrá-lo de modo incorreto.Podemos fantasiar também o que houve, na tentativa de distorcer e minimizar assim, o impacto do evento.

Formação Reativa:

Há uma inversão do desejo que é ocultado. Uma pessoa por exemplo, extremamente rígida em relação a moral ou sexualidade, pode estar ocultando seu lado permissivo ou imoral.
A pessoa justifica,explica e tenta de certa maneira usar a lógica para disfarçar os verdadeiros sentimentos. Aquilo que não é facilmente aceito, é "explicado" numa tentativa de tornar o indivíduo mais conformado diante de determinado fato.

Projeção:

Quando o indivíduo coloca no outro, sentimentos, desejos ou idéias que são dele próprio. Esse mecanismo ajudaria então a lidar de maneira mais fácil com esses sentimentos. A dificuldade em admitir determinadas 'falhas" em nossa personalidade seria projetada no outro.

Regressão

Quando a pessoa, vivendo uma difícil realidade, retorna à atitudes anteriores. O indivíduo busca uma
situação ou comportamento mais infantil. A criança pode voltar a esse estágio quando nasce um irmãozinho, voltando à chupeta ou mamamdeira.

Deslocamento:

Ao invés de agredir determinada pessoa( um chefe por exemplo) a agressão é direcionadda a um colega ou a um subalterno.

Introjeção:

O indivíduo toma para si características de outra pessoa. É comum ver adolescentes introjetarem características de seus ídolos.

Sublimação:

O impulso é canalizado a outros interesses. A impossibilidade de ter filhos por exemplo, é sublimada pelo afeto a bichinhos de estimação, cachorros , gatos, etc..


É importante entendermos que é natural a utilização de alguns comportamentos defensivos na nossa vida como respostas a quadros de dor, ansiedade, medo...
O que precisamos ficar atentos é quando os comportamentos acima citados fazem "morada" em nós nos adoecendo, de quando, apenas, nossas defesas, estão  dando uma trégua para tomarmos um fôlego, para depois irmos em frente em busca de atitudes de maior crrescimento.

                              Lígia Oliveira-Terapeuta de Família e Casal

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