Quando jovem, muitas vezes, entendia o caminho do meio de forma diferente como o percebo hoje . Achava que era covardia não pular o muro, não tomar partido, ter medo de desenvolver alianças. Sim, era jovem e muito dona da verdade.
Entendo que essa impulsividade é própria dos que estão desbravando o mundo e a si mesmos. Caminhava dando passos cheios de vida, ancorados no poder de querer estar sempre com a razão, e entendo que muito desse agir viabiliza o que hoje sou. Como tudo, tem os dois lados: o positivo e o negativo. Pode nos fortalecer em determinados contextos e nos enfraquecer em outros.
Entendo que essa impulsividade é própria dos que estão desbravando o mundo e a si mesmos. Caminhava dando passos cheios de vida, ancorados no poder de querer estar sempre com a razão, e entendo que muito desse agir viabiliza o que hoje sou. Como tudo, tem os dois lados: o positivo e o negativo. Pode nos fortalecer em determinados contextos e nos enfraquecer em outros.
O prazer também estava presente na vivência sem temores, dos nossos desafios, das nossas defesas, crenças e comportamentos "certos", através dos quais descobríamos e construíamos a vida. Havia momentos que eu fechava os olhos, ficava cheia de medos, me sentia vulnerável, mas guardava esses sentimentos dentro de uma caixa que venho abrindo e clareando até hoje.
Aos poucos, mediante os ciclos da vida,vamos aprendendo, uns mais cedo, outros, tardiamente, a praticar um olhar mais rico em trocas afetivas, e acolhimento, que pode não significar aceitação, das ideias e posturas diferentes das nossas, mas quem sabe, a vivência de uma melhor abertura à reflexão de que o outro me complementa como também complemento o outro, e, que esse dueto faz a vida ficar mais harmoniosa, nem por isso menos criativa.
Importante sabermos o que queremos e acreditamos em relação a nós, aos nossos projetos e relacionamentos. Essencial também sabermos escolher quais as bagagens de comportamentos antigos, apoiados na nossa rigidez, nos quais querermos ter sempre a última palavra, que precisamos jogar fora, ou melhor, reciclar, para ampliar nossa visão e nosso movimento ao caminho do meio.
Não avalio o caminho do meio como um lugar estreito, apertado, indefinido, ao contrário, quando me sinto nele, de forma refletida, acredito que é um bom lugar de se estar, pois temos a dimensão da gente, do outro, das condições adversas e positivas, dos fatores de risco e proteção...
Assim vou olhando e administrando meu uso de mim mesma, vendo onde preciso me acolher, libertar e renovar.
Lígia Oliveira- Terapeuta de Casal e Família
Lígia Oliveira- Terapeuta de Casal e Família
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