O olhar à pessoa do terapeuta é para mim uma motivação constante.
Dentro desse movimento também me incluo, vez que nossos significados são autoreferenciais.
Lendo o artigo: "O mapa do terapeuta e a diferenciação do Self como recursos para a formação em terapia familiar( Revista BRA. de Terapia, número 1, pag.122 a 133, junho, 2014), procurei dá uma parada para refletir sobre esse tema.
Meu olhar passeia tanto em relação aos meus atendimentos sistêmicos de família e casal, nas intervisões com terapeutas familiares e no atendimento com meus pacientes de psicanálise.
Avalio que essa postura precisa ser cuidadosa e constante, e que nos propicie a compreensão necessária nas vivências das nossas ressonâncias e contratransferências com a história do "outro".
Para tal o trabalho do terapeuta deve ter como base o aprofundamento do seu genograma familiar no sentido de poder ampliar o conhecimento dos seus padrões familiares, das suas origens " que podem está afetando o seu trabalho às famílias e casais em atendimento".
Reforça o texto o caminho para que os terapeutas aprendam melhor a desbloquear os obstáculos que permeiam, da sua parte,o desenvolvimento do processo terapêutico, e, ainda a atenção direcionada para os seus "pontos cegos".
Essa postura profissional trará condições ao terapeuta para proceder o cruzamento do seu"mapa familiar com o mapa familiar ou do casal por ele atendida".
Com base na sua experiência pessoal o terapeuta reúne maior oportunidade de auxiliar seus clientes, juntando conhecimento teórico e prático aos seus filtros familiares.
Essencial ir à busca acerca da compreensão do que alguns comportamentos estão querendo dizer à pessoa do terapeuta, diante de alguns atendimentos à famílias, casais, e indivíduos tais como:
Irritabilidade
Desconforto
Ansiedade
Incomodo
Estranheza
Pressa em respostas
Falta de motivação, e outros sentimentos que possam estar dialogando com o mundo interno do profissional, ressonâncias, contransferências, não observadas, negadas...
Sabemos que esses comportamentos são naturais durante o curso do processo terapêutico, pois já falava Grandesso: "Conversar é dá voltas juntos. Nossa histórias são sempre produções coletivas"
Entendemos que os resultados dessa busca, mediante a análise do que é "meu", "teu" e "nosso" possa ajudar ao terapeuta a transformar suas ressonâncias em ferramentas e recursos terapêuticos.
Lígia Oliveira- Terapeuta de família, casal e psicanalista.
Lígia Oliveira- Terapeuta de família, casal e psicanalista.