segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Separação e Recasamento-




A terapeuta Gladis Brun em entrevista,(2010)  sobre a compreensão da "Nova Família", diz que é cada vez mais comum a formação de lares compostos por padrasto, madrasta, enteados, meio irmãos, tias, avós "postiços"...


Vemos que a separação conjugal traz como consequência, tanto ao casal, como aos filhos e família extensa sentimentos de ansiedade, medo, resistência, revolta, frustrações...

Observamos, fazendo uma contextualização da sociedade como um todo, como ocorreram múltiplas mudanças nos mais diferentes segmentos. Assim sendo, precisamos investir na compreensão dessas mudanças, como ainda aprendermos a nos posicionarmos em direção a nossa adequação às mesmas.

Em relação ao casamento e a família, novos formatos foram criados e aos poucos, a sociedade vai aprendendo e internalizando esses novos modelos.

Fala Brun: " A família não está em extinção. Agora é permitido chamar de família composições diferentes que fogem ao simples pai e mãe e filhos"

As dinâmicas  das separações e recasamentos conjugais são cada vez mais frequentes.

É importante observar como a estrutura do recasamento é complexa, vez que envolve um número maior de pessoas na vivência familiar: avós, tios, primos, tias, pessoas que até então desconhecidas, e, que agora são chamados de parentes. Toda essa teia de relações propicia a necessidade de um olhar mais amplo em relação aos construtos familiares.

Brun pontua ainda, na sua entrevista, que em uma separação todos irão sofrer: " Não tem como passar imune a esse sofrimento. Não existe analgésico eficiente para a dor do divórcio. Todavia, se os filhos forem bem cuidados, haverá a cicatrização"

É essencial que o luto pela separação seja trabalhado, digerido por todos em todos os seus espaços, para que a partir daí, os ex-parceiros possam estar inteiros à formação de um sentimento de família novamente.

Dentre das condições "normais", quando não ocorrência de dificuldade mais profundas, em aproximadamente um ano e meio as feridas tendem a sarar.

No dia a dia dessas transformações,e, na formação de novas famílias, alguns pontos são necessários observar:

            Compreender a influência das mães e pais biológicos, entender  a importância afetiva do avós
            ( muitas vezes canais essenciais entre pais e filhos). Saber sobre a ajuda emocional quando
            não colocadas as questões de formas polarizadas nas figuras de "mocinhos e bandidos", como
            ainda saber negociar bem os papéis, funções, limites, possibilidades...


Finaliza Gladis na sua entrevista:

"As pessoas precisam entender que o sucesso da nova família está na diminuição das cobranças e acusações e na convivência com as diferenças. São as pequenas gentilezas que vão firmando os laços de amizade, e, isso só acontece se existir boa vontade e cooperação de todos os lados".

                                 Lígia Oliveira- Terapeuta de família e casal                            

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