Separação dos Pais:
Conversando com os filhos
O livro Manual de mães e pais separados de Marcos Wettreich aborda importantes "dicas" acerca de como os pais poderão dizer aos seus filhos pequenos, de forma clara e cuidadosa, que se decidiram pela separação.
Wettreich pontua recomendações básicas na orientação aos pais, que por estarem, muitas vezes perdidos nas suas dores, culpas e temores, não tem condições de desenvolver um processo de revelação de forma clara e afetiva.
Transcrevo, abaixo, as recomendações das páginas 105 e 106 do livro acima citado, reforçando a necessidade para que na conversa com os filhos estejam presentes o pai e a mãe.
"8 RECOMENDAÇÕES FUNDAMENTAIS PARA FALAR COM SEU FILHO SOBRE A SEPARAÇÃO":
1- Não dê mais que uma razão para a separação.
2- Não demonstre culpa.
3-Enfatize que seu filho não é,de maneira alguma, a causa da separação.
4-Diga que vão continuar cuidando dele.
5- Descreva as coisas que vão continuar sendo as mesmas e aquelas que vão mudar.
6- Se a criança for mais velha, é permitido falar sobre o que foi feito para tentar salvar o casamento. Em todos os casos, ela deve ter espaço para demonstrar o que sente sobre a questão.
7- As perguntas também devem ser encorajadas. Dúvidas não resolvidas fazem com que as crianças produzam explicações por conta própria e imaginem razões ainda piores do que as verdadeiras. Quando um dos pais sai de casa, por exemplo, não raro os filhos imaginam que ele estar muito doente e precisou viajar para fazer um tratamento.
8- Não dê a notícia um dia antes de viajar ou num domingo à noite, sabendo que no dia seguinte você passará o dia todo no trabalho. Prefira a sexta- feira, que lhe dará oportunidade de estar disponível para as dúvidas, angústias e medos que provavelmente povoarão a mente da criança. É muito importante estar por perto nos dias que se seguem ao comunicado.
É essencial que pai e mãe falem a mesma linguagem, para evitar mal interpretações por parte dos filhos, como ainda não permitir a criação de fantasias e fantasmas, que podem trazer maiores dificuldades relacionais,
O esforço dos pais no sentido de buscarem formas menos traumáticas de vivenciarem o sofrimento real originado pela separação conjugal, facilitará à alimentação de um importante fator que deverá ser sempre alimentado ou seja : o senso da conexão afetiva presente em toda relação saudável entre pais e filhos.
Na página 109 o manual apresenta algumas perguntas que poderão surgir nos filhos crianças, as quais precisam ser melhor compreendidas e conversadas entre pai e mãe, com o objetivo dos pais poderem fazer antes,as negociações possíveis, para que suas respostas sejam coerentes e não ambivalentes.
As perguntas mais frequentes segundo Marcos Wettreich, são:
- Quem irá tomar conta de mim?
- Eu serei deixado sozinho?
- Onde irei morar a partir de agora?
- Eu ainda vou poder estar com vocês dois?
- O que acontecerá quando eu estiver doente?
- Nós iremos morar na mesma casa?
- Vocês continuarão a ser minha mãe e meu pai?
- Eu poderei continuar a viver com o meu irmão?
- E o animal de estimação, Quem ficará com ele ?
- Onde papai vai morar?
- Quem vai tomar conta dele?
Sabemos que cada separação tem as suas especificidades, tanto em relação aos motivos, como na vivência das suas fases.
Cada família, pai e mãe conhecendo os seus filhos podem saber, quais os tipos de perguntas eles poderão fazer, e para tal podem combinar as respostas parentais. Essa postura reforça a segurança, já fragilizada pela separação e ajuda na diminuição do sentimento de abandono sentido pelos filhos, quando acontece a separação dos pais.
Cada família, pai e mãe conhecendo os seus filhos podem saber, quais os tipos de perguntas eles poderão fazer, e para tal podem combinar as respostas parentais. Essa postura reforça a segurança, já fragilizada pela separação e ajuda na diminuição do sentimento de abandono sentido pelos filhos, quando acontece a separação dos pais.
Assim sendo observo que as orientações acima e as que são pertinentes a cada família, podem ser compreendidas como uma ajuda para que o processo caminhe dentro de um "planejamento" possível, de acordo com as possibilidades e os limites de cada família.
Uma separação conjugal que acontece com um olhar voltado aos filhos de forma mais amadurecida requer amorosidade, atenção... Com certeza caminho difícil. Todavia, lá na frente fará a diferença para MELHOR em todos os níveis
Lígia Oliveira- Terapeuta de casal e família
Base de leitura:Wettreich, Marcos
Manual de mãe e pais separados: guia para a educação e felicidade dos filhos- Rio de Janeiro: Ediouro, 2006
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