O texto que vou compartilhar com voces é uma adaptação de parte de um capítulo do livro de Içami TIBA, Família de Alta Performance, Conceitos Contemporâneos na Educação, psicoterapeuta autor de vários livros, no nosso país.
São orientações, não um roteiro pronto, que têm como objetivo levar os pais a refletirem melhor acerca da criação dos seus filhos, e suas posturas comportamentais, afetivas e emocionais.
É essencial a compreensão que as orientações, de acordo com a historicidade de cada família, poderão ser complementadas e ou modificadas, dependendo das singularidades familiares.
O resumo traz assuntos sobre criação e manutenção de regras, disciplina, sentido de coerência, autoridade dos pais e melhoria da comunicação familiar. Fatores esses, que pela prática clínica, observamos que estão precisando de mais atenção na maioria das famílias que vão à Terapia Familiar
Para melhor compreensão de cada item, os mesmos serão apresentados em tópicos:
Filhos precisam aprender que comer é uma necessidade e decisão deles. Para tal é essencial a criação e o desenvolvimento da rotina alimentar.
Na hora de explicar uma regra, uma determinação ao filho, fale claramente, pergunte se o filho entendeu e peça para o mesmo explicar a regra com suas próprias palavras. Ex: comer, brincar, dormir, jogar, tarefas etc...
Em cada tarefa cumprida o filho estará aprendendo a praticar a regra. Esta atitude lhe passa segurança e auto-estima.
Não à ambivalência dos pais- Pai e mãe precisam conversar entre si acerca das orietações que passarão aos filhos. O jogo de poder, autoridade e incoerência entre os pais é uma abertura à estratégia dos filhos para praticar a indisciplina, como ainda à insegurança dos filhos.
Limites precisam ser conversados, acordados,( quando for adequado) determinados e monitorados.
Os pais precisam ficar atentos e não praticar, salvo em raríssimas ocasiões, ao hoje pode e amanhã não pode.
No caso da exceção, quando for preciso uma tolerância, cuidar para que essa exceção não se transforme em regra.
É responsabilidade dos pais fazerem os filhos compreenderem que eles são responsáveis pelos seus atos negativos e positivos e suas reais consequências. Ex: O filho sabe que precisa escovar os dentes e não escovou? Então ele não pode ir brincar, jogar, dormir até realizar a escovação.
Escovou? Então poderá brincar, jogar... Desde que tenha realizado seu dever, poderá usufruir do seu direito.
Prazo de execução para as ordens, tarefas, pedidos: É importante fazer uma diferenciação aos prazos que precisam ser mais breves daqueles que podem ser negociados, pois, é importante investir no sentido de realização de metas, e sentimento de missão cumprida. Ex: Tirou os brinquedos da caixa para brincar? Terminou a brincadeira, hora de arrumar os brinquedos.
Disciplina sem autoritarismo, ou seja, obediência cega. O filho deve entender que a disciplina é uma qualidade básica para se alcançar a vitória, pois envolve respeito a si e ao outro.
Não a violência, agressões, gritos, vez que esses atos são resultado de imaturidade emocional. Devem os pais saber que são para os seus filhos o modelo primário de comportamento, e, que eles aprendem mais pelos exemplos que pelas palavras.
Quando os filhos tiverem repetidos comportamentos agressivos, é necessário que os pais observem o que podem estar fazendo para reforçar a manutenção desse comportamento
.
.
Caso o filho se comporte com gritos e agressividade, olhe-o firme nos olhos, se precisar segure-o pelos braços, mediante voz firme e clara diga-lhe o que ele precisa lhe ouvir. Os pais devem exercer sua autoridade para que seu filho entenda que seus destemperos não vão conseguir levá-lo a lugar nenhum.
Caso a agressividade do filho continue, respire fundo, procure manter a calma, afinal o adulto é você.
Se precisar saia do local, sendo esse seguro para seu filho, não se destempere, nada de gritos, beliscões, ameaças, vez que atitudes como essas podem estragar um caminho que já venha sendo percorrido por vocês.
Volto ao tema sobre o autoritarismo, atitude que trará como consequência filhos com comportamentos baseados no medo, timidez, revolta, dissimulação, falta de autonomia...
Na educação respaldada na vivência de uma autoridade mais horizontal, próxima, pais e filhos terão condições de investirem no diálogo, fazerem negociações (quando os assuntos assim os permitirem). Com essa conduta os filhos são mais ouvidos, têm direito a voz e questionamentos dentro de um clima de respeito recíproco, como também desenvolvem melhor sua autonomia.
Nesse clima familiar os papéis, funções, regras, prazeres, rotinas são bem definidos e vivenciados, pois cada familiar trabalha consciente na observação das suas possibilidade e limitações, direitos e deveres, individuais e da família como um todo.
Lígia Oliveira- Terapeuta de família/ casal e psicanalista.
-
Muito boa esta matéria! Principalmente mães de primeira viagem, como eu, sentem muita insegurança na hora de educar seus filhos. Seu texto foi muito claro. Parabéns!
ResponderExcluir
ResponderExcluirOlá Kereline
Fico grata e motivada com seu comentário. Espero poder continuar a ajudar aos leitores que me auxiliam também a construir nossas trocas, afetos e relacionamentos.
Abraços, Lígia Oliveira