O livro Terapia Cognitiva com Casais de Datillio e Padesky, em seu sexto capítulo, traz a seguinte pergunta: "Como um terapeuta sabe que um relaciona deve terminar"?
Explica o texto, adiante, que a decisão da separação ou da união conjugal, apenas, tem como autores os cônjuges.
A leitura nos faz refletir acerca da necessidade dos terapeutas, quando em atendimento com casais em conflito, desenvolver um olhar curioso e atento junto ao par, no sentido de aprofundarmos o conhecimento sobre a construção da relação disfuncional, como ainda, à postura metodológica e epistemológica do terapeuta.
Dentro do processo, o profissional não deve se apoiar nas questões, somente, trazidas no início da terapia e na pressa do casal, ou de um parceiro mais imediatista, em querer resolver o futuro do relacionamento.
Os casais,na maioria da situações, chegam ao consultório carregados de conflitos, culpas, acusações, falta de esperança, frustrações pelas alternativas já tentadas...E não são raras as ocasiões nas quais o casal, ou apenas um dos parceiros, traz a vontade para que esses sofrimentos acabem logo; para tal vislumbram uma separação sem momentos de reflexão mais calmos. O mesmo argumento também é pertinente aos casais que desejam a continuidade da relação sem a reflexão necessária. Tal atitude do par pode estar a serviço de conclusões pouco aprofundadas, tanto para seguir o casamento quanto para a separação.
Torna-se essencial que o terapeuta trabalhe junto aos parceiros na visualização dos seus pontos cegos, mediante a leitura mútua dos impasses, como também dos seus recursos.
É importante que a atitude terapêutica desperte nos cônjuges a motivação para avançar no entendimento que um passo imprescindível na identificação e compreensão do seu relacionamento, é a definição cooperativa dos seus principais problemas, sentimentos atitudes, crenças... descobertas básicas para o seguimento da terapia.
Segue o processo em uma linha de trabalho voltada à busca do entendimento ao casal das suas principais crenças, as quais atuam negativamente e positivamente na relação conjugal.
Um vez identificadas e explorados os significados dessas crenças, o terapeuta junto aos clientes irão seguir na criação de um plano de ação de tratamento, para ajudar ao par a rever na prática as crenças e as evidências que estão segurando comportamentos não saudáveis ao relacionamento.
Outro momento valioso na terapia se traduz na construção pelo casal dos fatores prós e contras da decisão a ser tomada, levando o casal a refletir acerca da sua vida dentro e fora do casamento.
Após a análise de várias situações vivenciadas na história de vida a dois, a decisão da continuidade ou ruptura do casamento é escolha que diz respeito ao casal.
Ao terapeuta cabe a postura de acolhimento do sofrimento conjugal, facilitar a busca das razões e sentimentos envolvidos nesse caminho, e auxiliar, cooperativamente, na busca das alternativas mais saudáveis do caminho a seguir, seja esse com o casal andando de mãos dadas ou separadas.
Ligia Oliveira- Terapeuta de casal, família e psicanalista.
Base de leitura para o texto.
Terapia Cognitiva Com Casais- Frank M. Dattilio, Christine A. Padesky, 1995,Artemed
Ligia Oliveira- Terapeuta de casal, família e psicanalista.
Base de leitura para o texto.
Terapia Cognitiva Com Casais- Frank M. Dattilio, Christine A. Padesky, 1995,Artemed
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