A PB trabalha com a transferência do paciente de forma mais flexível mediante pontuações e leituras desses processos transferenciais. O profissional, muitas vezes se coloca no lugar do paciente, o qual poderá sentir o terapeuta como um amigo. Havendo necessidade a PB poderá se utilizar de outras técnicas e abordagens terapêuticas.
A Psicanálise Clássica observa a transferência do analisando e vai trabalhando internamente, até que o paciente no seu ritmo vá explorando e quebrando essa transferência. A postura do analista também não é muito próxima, é mais distante.
- Uso do divã:
A PB se utiliza da conversa olho no olho entre o analista e o analisando, vez que não tem como objetivo acessar conteúdos regressivos primitivos, como ainda o olho no olho auxilia ao profissional na leitura mais direta: dos gestos, expressões faciais, de conforto, constrangimento, alegria, dor...
A Psicanálise Clássica utiliza o divã como um recurso que irá facilitar o relaxamento maior do paciente, a estar ele com ele mesmo, sem a interferência do olhar face a face com o analista.
O uso do divã também traz como recurso a não visão de algum gesto do analista que possa influenciar o processo do paciente nos seus processos inconscientes.
- Momentos de crise aguda do paciente:
Na ocasião de uma crise aguda, muitas pessoas têm suas defesas rebaixadas em função de se encontrarem necessitando de uma ajuda mais rápida. Dentro dessa perspectiva, o paciente tem uma maior chance de vivenciar um vínculo positivo com o profissional e conseguir a melhora da crise dentro de um menor espaço de tempo.
Freud não orientava a Psicanálise Clássica aos pacientes em crise aguda, trazendo a explicação de que o paciente nesse momento ficava refém das suas “realidades penosas”; por consequência o paciente iria se retrair em vez de se soltar.
- Observações importantes:
- O principal sujeito do processo terapêutico é o paciente o qual é o responsável pela “permissão para que o analista junto com ele prossiga ou não no estudo do seu terreno psíquico”.
- Braier( 1986)nos traz estudos onde observou profundas modificações nos pacientes advindos da PB “ sem que esses tivessem elaborado as raízes dos seus problemas”. Diante desses estudos pode-se dizer que a PB “poderá atuar como agente sensibilizador para a base de um tratamento analítico posterior”. Sabendo-se que essa “passagem” deverá ser cuidadosamente vivenciada pelo par analítico.
A PC reforça o entendimento do efeito “carambola”, vez que ao resolver um problema central, agudo, favorecerá condições e repercussões positivas em outros comportamentos, por ter diminuído a ansiedade maior naquele momento do paciente.
Finalizando, é essencial que entendamos que o olhar do analista deverá ser aprofundado em relação à forma como esse deverá proceder quanto ao estudo e a escolha da abordagem terapêutica direcionada ao seu paciente.
Para tal o psicanalista, deverá investir em uma leitura criteriosa levando em conta a singularidade, a história de vida, e o contexto no qual seu paciente se encontra.
Lígia Oliveira- Psicanalista, terapeuta de casal e família
Recife,janeiro, 2015
Muito bom seu texto. Me ajudou muito a entender melhor a diferença da Psicanálise clássica e psicoterapia breve.
ResponderExcluirOlá...Que bom poder ajudar em relação a assuntos que versam acerca da Psicanálise! Grata, Lígia Oliveira, psicanalista, terapeuta de casal e família.
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