quinta-feira, 21 de maio de 2015

Pai e Mãe : O Papel das Frustrações na Educação dos Filhos / Um pouco da Teoria Psicanalítica





Observando a relação mãe/pais e filhos entendemos a necessidade de uma compreensão, de forma geral, do papel das frustração na nossa vida. Esse olhar nos leva a compreensão de uma das funções essenciais da mãe, e por que não paterna, no sentido de ajudar ao filho no entendimento de como experenciar de forma saudável suas frustrações.

É fato que as frustrações são muito presentes durante todo o decorrer  da vida. Vemos como elas são indispensáveis ao desenvolvimento afetivo, emocional,cognitivo, social...

Todavia, é preciso atenção   no sentido dos pais avaliarem  como essas frustrações  podem ser vivências adequadas ao crescimento ou terem conteúdo e dinâmica patogênicos.

Assim sendo, as frustrações se mostram nocivas à pessoa na medida em que  podem ser evitadas pelos pais, sem prejuízo para nenhuma das partes, e não são; quando são demasiadamente escassas e exageradas, ou ainda, continuamente, incoerente, ou seja como diz o psicanalista David Zimerman: "gratificar rápido demais estimula a simbiose ( excesso de ligação/mãe/filho); gratificar lento demais  gera protesto porque é vivido pelo bebe como frustração."

As experiências da frustração podem  ser adequadas quando são necessárias ao aprendizado da criança e reforçam condições à estruturação sadia da personalidade. Contudo, também podem ser  inadequadas e desestruturantes.

Segundo Zimermam, pag. 108 e 109, no seu livro Fundamentos Psicanalíticos, as frustrações inadequadas tem origem numa dessas três possibilidades:

" São por demais escassas, em cujo o caso, a mãe tende a resolver todas as necessidade e desejos da criança, antecipando-se à capacidade dessa de poder pensar para achar soluções para os problemas criados. Assim,  a mãe não só inibe no filho, a capacidade para pensar, como também, ao mesmo tempo, ela reforça, excessivamente, a onipotência  e a vigência do " princípio do prazer.

Quando são continuadamente exageradas, tanto na intensidade como numa possível quantidade de injustiça contra o filho,essas frustrações geram na criança um sentimento de falta de autonomia, raiva, ódio intenso, ansiedade...

As frustrações incoerentes que provocam na criança um estado de confusão, instabilidade, e permanente sobressalto quanto à reação dessa mãe enigmática"

 Concluindo, Zimerman pontua sobre essas três formas patogênicas de educar os filhos: severidade excessiva, indulgência excessiva e incoerência nas atitudes dos educadores, reforçando a pior de todas que seria a indiferença pela criança.

Enquanto pais, educadores e terapeutas  reflitamos acerca de como podemos desenvolver nos nossos filhos, educando e pacientes, atitudes mais saudáveis no aprendizado da vida.
         Lígia Oliveira- Terapeuta de família e casal e psicanalista em formação.
  Base de estudo:David Zimerman: Fundamentos Psicanalíticos: Teoria, Técnica e Clínica

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