Eu Comigo Mesma
Hoje ao acordar, em função de um sonho, não muito bom, que eu tive, revivi lembranças de conversas repetitivas que tenho comigo mesma.
Fiquei refletindo:
Quantas são as vezes que ficamos aprisionados no passado e consciente ou inconscientemente, não queremos nos soltar dessas amarras?
Essas lembranças retornam, de vez em quando, e parecem nos dizer : OLHA PARA"ISSO" MENINA!. Todavia, logo mais adiante esquecemos essas sábias palavras e colocamos no "outro" o movimento que trará como resultado nossa liberdade?
Que liberdade é essa?
Chamo essa postura de cegueira adquirida por não querermos olhar para dentro: Só farei isso se alguém fizer aquilo, ou quando aquela pessoa se comportar diferente ...me pedir desculpas, vier falar comigo,ou até mesmo não falamos nada, na esperança,( ou seria desesperança?) de que o outro adivinhe nossos desejos...
Convoco todos que assim se sentem a se comportarem e a entrarem nos seus/nossos sentimentos na procura da compreensão do que eles estão a nos dizer e as chances que eles estão a nos oferecer.
Compreendo que nesse percurso há momentos de raras oportunidades para um aprendizado mais genuíno e inteiro, da gente com a gente mesmo, com nossos familiares, amigos...
O presente está acontecendo agora... O futuro está nascendo já, já O passado tem muita lembrança boa, mas também as ruins que ficam batendo na nossa porta, tomando a forma de mágoas, ressentimentos, dores...sequestrando nosso ser, nos intimando a favorecer atitudes ressentidas, mesquinhas, infelizes.
Hoje, vou aos poucos, olhando para esse lado meu, conversando com ele, mas também respeitando os meus limites que são ainda maiores do que eu pensava.
Nesse momento procuro ir exercitando a compreensão que para sermos mais felizes, precisamos de " desistir de ter um passado melhor."( Irvin Yalom) e seguir na elaboração do presente, quem sabe de maneira mais leve, mais real e não por isso menos feliz.
Lígia Oliveira- Terapeuta de família, casal e psicanalista.
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