Terapia Familiar- A "criança problema"
É muito importante que ao começarmos um texto com esse título, possamos entender que os seres humanos não funcionam como partes isoladas de um contexto mais amplo, nesse caso, a família.
Assim sendo, transformar o padrão comportamental da criança "problema" implica,também, em trabalhar as "relações da criança com seus pais e cuidadores".( Osório e Zanonato,2010)
O tratamento infantil requer um olhar mais amplo em relação aos diversos subsistemas : conjugal, familiar, fraterno, família extensa...
Na maioria das situações, os sintomas infantis são expressões de sofrimento presentes no âmbito familiar, podendo ser compreendido como um pedido de socorro.
Procurar compreender o sofrimento e o comportamento dos filhos de forma isolada é como focar apenas uma fatia do grande sistema familiar.
Alguns terapeutas familiares já começam a terapia com a família toda reunida, mediante conversa na qual os pais possam relatar acerca dos motivos pelos quais buscaram ajuda, e, os filhos possam colocar suas falas e sentimentos.
A forma inicial da terapia irá depender da disfuncionalidade familiar, como ainda da postura de cada terapeuta.
Há casos nos quais a primeira entrevista é realizada apenas com o sistema parental para que esses possam lidar de forma mais natural com os temas problemáticos. ( Sabendo-se que a visão dos pais é um olhar que necessita ser complementada pela família como um todo).
Em seguida, o terapeuta reúne-se com a família completa,e, em alguns momentos, o terapeuta fica mais voltado à mediação entre pais e filhos, investindo na criação e no desenvolvimento de um ambiente possível de conversa mais clara e menos conflituosa.
O terapeuta lança mão de diversos recursos, orais e não orais, tais como: desenhos, criação de histórias, jogos, massa de modelar, argila, álbum familiar,externalização, baralho das emoções, termômetro das emoções, escolha de figuras que representem a família hoje, ontem e no futuro, criação de entrevistas entre pais e filhos, volta à infância dos pais, genograma simbólico, com bonecos, brincar da hora de falar e ouvir...( Vários exemplos e uma explicação mais detalhada de alguns desses recursos estão presentes no livro:Trabalhando com crianças e suas famílias, casos clínicos ilustrados, Zanonato e Osório, 2010)
Sabemos das singularidades de cada família, como ainda da multiplicidade de correntes teóricas.
Entendemos que essa visão integradora, aliados à sensibilidade e habilidade do terapeuta, fornecerão subsídios a um trabalho mais rico e eficiente à melhoria do clima familiar.
Entendemos que essa visão integradora, aliados à sensibilidade e habilidade do terapeuta, fornecerão subsídios a um trabalho mais rico e eficiente à melhoria do clima familiar.
Lígia Oliveira- Terapeuta familiar, de casal e psicanalista,
Ligia, seus posts são tão esclarecedores! Fico sempre feliz com as trocas e aprendizado que você nos proporciona.
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