terça-feira, 26 de janeiro de 2016








PSICOFARMACOLOGIA E PSICANÁLISE                                                       

 PSICOFARMACOLOGIA DE ANTIDEPRESSIVO- RICARDO ALBERTO MORENO E MÁRCIA BRITTO DE MACEDO SOARES( resenha do artigo)


A Contribuição da Psicofarmacologia dos Antidepressivos no Processo Psicanalítico.

Muitas são as situações nas quais o psicanalista trabalha no setting terapêutico com pacientes encaminhados por psiquiatras ou que estão fazendo uso de psicofármacos.

Observa-se também que durante o processo psicanalítico pode haver a necessidade  do psicanalista proceder o encaminhamento do analisando a um profissional da psiquiatria.

Esse trabalho multidisciplinar é bem reforçado pelo grande psicanalista Winnicot, 1989, quando ele diz: ”Feliz do psicanalista que tem algum amigo psiquiatra que recebe e cuida dos seus pacientes analíticos quando eles estão em surto, e, ainda convida o analista a continuar assumindo o tratamento”.


Necessário se faz que o psicanalista saiba acerca da atuação, de maneira geral, e a forma pela qual esses medicamentos poderão interferir no comportamento humano.

Para tal o analista precisa desenvolver um conhecimento acerca dos princípios básicos da Farmacologia, mediante a compreensão de como os medicamentos interagem com a dinâmica do organismo humano para produzir seus efeitos terapêuticos, seus mecanismos de ação, seus caminhos pertinentes a cada estágio  do medicamento no corpo, ou seja: absorção, distribuição, biotransformação e excreção.

Observa-se através dos tempos, um significativo avanço da Farmacologia, por um contínuo estudo, pesquisa e desenvolvimento de fármacos, cada vez mais eficazes e com menos efeitos colaterais.

Em relação à psicanálise, vimos, inicialmente,  que alguns analistas foram resistente ao uso dos psicofármacos em seus pacientes, comportamento que foi substituído pela aceitação dos medicamentos dentro de uma terapêutica multidisciplinar cada vez mais vivenciada .

Percebe-se, nos dias atuais a importância da utilização dos medicamentos da psicofamarcologia nos analisandos que estão desenvolvendo patologias no âmbito psicológico, afetivo e emocional.

Dentro desse percurso terapêutico, nessa atuação mútua entre os fármacos, analista e paciente, percebemos que enquanto os medicamentos agem sobre os sintomas e causas orgânicas  a análise  atua e investe na relação do sujeito com ele mesmo e suas relações.

O artigo estudado sobre Psicofármacos de Antidepressivo pontua que nessas últimas décadas, o estudo e a pesquisa tendo como objeto a depressão, conseguiram uma evolução representativa, e como esses medicamentos têm atuado positivamente nos tratamentos dos pacientes em depressão.

A pesquisa científica, nesse campo, vem trazendo condições que reforçam a qualidade da melhoria da terapêutica mediante o acompanhamento e avaliação cuidadosos junto às respostas dos pacientes.


Inicialmente, até 1980 existiam apenas duas categorias de antidepressivos, os ADTs, tricíclicos e os IMAOs inibidores de monoaminooxidase. Esses tratavam a depressão de forma eficaz, todavia traziam inúmeros efeitos colaterais indesejáveis, como também, no caso de uma superdosagem poderia levar o paciente à morte.


A pesquisa farmacológica avança no estudo do aprimoramento dos medicamentos voltados aos pacientes depressivos, os quais( medicamentos) pudessem trazer mais eficiência e eficácia.


Estudos mais recentes traduzem o aprimoramento dos medicamentos e esses têm tido respostas com melhores resultados mediante a atenuação dos tão temidos efeitos colaterais.


O s novos medicamentos antidepressivos são bem absorvidos pelo trato intestinal e mais rapidamente biotransformados pelo fígado, todavia poderá demorar de quatro a oito semanas para dá uma resposta clínica mais efetiva.


O artigo explica que mesmo com todo esse olhar científico voltado aos medicamentos antidepressivos pode-se dizer que ainda não se tem “uma explicação completa e adequada  do funcionamento dos antidepressivos e assim servimo-nos de hipóteses para entender o mecanismo de ação desses medicamentos”.


É importante que o paciente entenda que na maioria dos casos o resultado da atuação do fármaco não se faz de maneira imediata. Como já mencionamos anteriormente, a atuação do medicamento antidepressivo tem um período entre quatro a oito semanas.


É apresentado no artigo estudado de forma minuciosa, a classificação dos medicamentos de acordo com a sua estrutura química e as suas propriedades farmacológicas através de registro dos seguintes tópicos:


Mecanismos de ação, farmocinética, efeitos colaterais, necessidade de atenção médica, interações medicamentosas, cuidados na alimentação, medicamentos proibidos, medicamentos permitidos, contra indicações, sistemas de retirada, cuidados a considerar em casos especiais, uso na gestação e lactação.


As informações e tabelas apresentadas no estudo  auxilia ao psicanalista dentro de uma postura geral, dotando-o de informações importantes à compreensão do trabalho combinado entre analista, psiquiatra, psicofarmalogia e paciente.


 O desenvolvimento da pesquisa farmacológica em relação aos medicamentos antidepressivos fala que:


“Comparando os novos antidepressivos aos clássicos ADTs e IMAOs, verifica-se um esforço no sentido de aperfeiçoar cada vez mais a ação em sítios receptores determinantes de eficácia clínica, evitando aqueles responsáveis pelos os efeitos colaterais”


O referido artigo tem o cuidado de falar que mesmo com todo esse esforço de pesquisa em relação aos antidepressivos atuais, ainda é necessário maior aprofundamento em relação às respostas desses fármacos em pacientes graves, como também reforça que: “para vários antidepressivos novos a segurança em gestantes e lactantes ainda não foi estabelecida”


A leitura atenta do artigo oferece ao leitor uma compreensão ampla da dinâmica medicamentosa dos psicofármacos, como ainda dos esforços da pesquisa científica voltados a  essa doença cada dia mais presente no mundo contemporâneo, como uma verdadeira epidemia: DEPRESSÃO.


Desta forma facilita a equipe profissional que se dedica ao processo terapêutico junto ao deprimido, melhores condições de um olhar e postura voltados ao TODO que é o paciente.



Lígia Maria Bezerra de Oliveira- Psicanalista em formação.

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