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Antes de começar os resumos das várias abordagens em Terapia Familiar avalio como importante falar acerca desse meu trabalho.
Sei que é essencial um olhar mais aprofundado
acerca desse tema, a todos os profissionais que vivenciam a Terapia Familiar.
Todavia, sinto, em algumas situações, a vontade de rever, conceitos,
experiências, interações, trocas, avanços, relatos de casos, de forma
mais breve, das diversas escolas de Terapia Familiar Sistêmica.
Desenvolver esse olhar mais integrativo e poder,
sistemicamente, nos "apropriar" desses conteúdos teóricos e práticos,
poderá muito nos auxiliar tanto no nosso ser pessoa, como no nosso fazer
profissional.
É dentro desse olhar que desenvolvo esse
trabalho.
obs: Os referidos resumos têm
como base de estudo o livro (o qual recomendo para aprofundamento) Terapia
Familiar, Conceitos e Métodos de Michael P.Nichols e Richard C.
Schwartz,7 ed. Porto Alegre: Artmed,2007
Em cada resumo identifico o número do capítulo do
referido livro.
TERAPIA FAMILIAR E DE CASAL- Breve
histórico
A Terapia Familiar teve seu início na década de
1950. Muitos foram os seus colaboradores, dos quais podemos citar Gregory
Bateson e Nathan Ackerman, os quais aparecem como pioneiros nos Estados Unidos.
Já nesse período, a T. F.( Terapia Familiar)
tinha a compreensão da família dentro de uma abordagem na qual o grupo familiar
era estudado como um grande sistema.
Mais na frente, de 1960 a 1970, mediante o
desenvolvimento da T.F. a mesma assumiu várias modalidades de nomes, de acordo
com as suas mais diversas escolas, dentre as quais destaco: Sistêmica,
Estrutural, Estratégica, Boweniana, Experencial. Esses modelos, juntos, rejeitavam
o modelo psicanalítico e se uniram em torno do modelo sistêmico.
Aos poucos, a abertura e o desenvolvimento da
T.F. proporcionaram a integração de várias correntes tais como a T.F.
Psicanalítica, Cognitivo Comportamental, Narrativa, Focada na Solução, como
ainda modelos integrativos.
Muitos são os estudiosos da T.F. dentre os quais
podemos citar: Bateson, Ackerman, Salvador Minuchin, Jay Haley, Virgínia Satir,
Murray Bowen, Tom Andersen, Monica McGoldrick, Harlene Anderson...
No Brasil podemos ressaltar como grandes nomes da
T.F. dentre outros: Marilene Grandesso, Maria José Esteves, Terezinha Féres,
Rosa Macedo, Sandra Fedulo, Roberto Faustino( Recife), Rosana Rapizzo, Luiz
Carlos Prado...
Antes da T.F. a pessoa era vista como o foco
principal do problema, e, o objetivo central terapêutico recaía sobre o
"portador" do problema, ou seja o"paciente identificado".
Atualmente, uma dificuldade apresentada por um
"filho problemático", faz o processo terapêutico buscar também como
alvo de estudo o seu contexto relacional, e suas influências recíprocas, ou
seja a circularidade das influências familiares no indivíduo e da pessoa no
sistema familiar .
Entendemos que o sistema familiar vivencia
interações que vão repercurtir no seu desempenho, tanto no seu ambiente interno
como externo. Asim sendo, como já mencionada anteriormente, vemos a compreensão
da circularidade como um dos principais pilares da T.F. Estuda-se,
atenciosamente, as sequências interacionais dos familiares, para um olhar mais
aprofundado acerca dos fatores que estão "segurando"o padrão
comportamental familiar.
Sabe-se que todo sistema faz parte de um sistema
maior, por esse motivo, a necessidade de se relacionar a família, observando-se
sua rede de subsistemas, mediante a leitura de contextos mais amplos, ou seja:
indivíduo, grupo, comunidade, sistema de crenças, cultural, político...
A família é compreendida como um sistema aberto,
e, dependendo de como "administra" suas relações, poderá
"trabalhar" para diante de um desafio, problema, continuar na sua
zona de conforto e não propiciar a mudança, ficando na homeostase.
Pode também "trabalhar" no favorecimento da mudança buscando
condições de superação e novos significados.
É importante ressaltar que a T.F. dos dias
atuais, tem seus paradigmas baseados na Ciência Pós Moderna e se apóia nos
seguintes conceitos:
Complexidade- Não existe só uma realidade: base
no multiverso;há diferentes olhares, múltiplos significados acerca de um mesmo fato.
A T.F procura facilitar a compreensão desses saberes, investindo em uma leitura ampliada da realidade;
A T.F procura facilitar a compreensão desses saberes, investindo em uma leitura ampliada da realidade;
Imprevisibilidade -Compreender que as
imprevisibilidades existem, pois muitos fatos não estão sob o nosso controle;
Intersubjetividade- Influências recíprocas entre
o observador e a realidade observada: negação da neutralidade.Ou seja, enquanto participante do processo terapêutico, o terapeuta, também, coloca nesse percurso suas vivências.
obs- Aos que quiserem aprofundar
o assunto, sugiro a leitura do livro Terapia Familiar Sistêmica- Bases
Cibernéticas- Maria José Esteves, 1995.
A Teoria Sistêmica nos ensina a olhar como a vida
das pessoas é moldada pelas interações tanto com seus familiares como pelos
contextos nos quais estão inseridos.
O contexto familiar é compreendido de forma menos
objetiva, mais complexa, na qual se vai em busca dos diversos significados dos
membro familiares e da família como um todo.
O terapeuta familiar deverá atuar como um
facilitador, ajudando nesse processo de curar feridas e também de mobilizar
talentos e recursos.
Para tal é preciso que ao trabalhar no processo
terapêutico familiar, o terapeuta possa se aprofundar nos seguintes pontos
significativos:
Contexto relacional;
Circularidade dos comportamentos: individual e
familiar,emocional,afetivo, cognitivo...
Padrão de comportamento familiar-Abertura
/fechamento à mudança;
Estrutura familiar: subsistemas, fronteiras, triângulos,alianças, coalizões, hierarquia, papéis;
Heranças familiares e suas influências :
Proximidade e diferenciação, sentimento de pertencer à família através dos seus valores e aprendizados, mas também se trabalhar em busca de um sentido de autoria própria: autonomia.
Esse olhar familiar é transgeracional focando a família de origem e a família nuclear.Muitas vezes, trabalhamos com a compreensão de tres gerações.
Esse olhar familiar é transgeracional focando a família de origem e a família nuclear.Muitas vezes, trabalhamos com a compreensão de tres gerações.
Processos dc Comunicação;
Crenças, valores, significados;
Ciclos de vida familiar;
Função do sintoma na familia;
obs- Os ítens acima são frutos
da minha prática clínica, podendo, dependendo da singularidade de cada caso,
serem complementados, modificados...
O terapeuta familiar sistêmico procura desenvolver
uma epistemologia voltada à atenção de como evolui na sua forma de conhecer,
atuar, mediante a observação atenta dos seus valores, sua visão
de mundo, e a forma através da qual faz a integração desses fatores ao contexto
terapêutico.
Seu olhar é, continuadamente, voltado ao
contextual, ao relacional, sem esquecer também o valor do fator individual em
cada sistema familiar, refletindo o terapeuta, que ao mesmo tempo que é parte
integrante do sistema, haverá momentos nos quais precisará desse sistema tomar
uma cautelosa distância.
Contextualizando uma visão pós- moderna, sistêmico- si - cibernética, dentro do conceito da Terapia familiar , 1980, ( Maria José Esteves) é importante reforçar os seguintes pontos:
Entender que a família é um sistema aberto e que o terapeuta não estar a serviço de reparar ou consertar a disfunção. Importante o trabalho cooperativo entre família e terapeuta voltando o olhar à família também como recurso e não só dificuldade.
A intersubjetividade do terapeuta deverá ser compreendida e incluída no contexto do sistema: o terapeuta deverá, ao mesmo tempo que faz parte do sistema, dele tomar distância para refletir conteúdos que são seus e das famílias.
Sabendo que não existe apenas uma realidade, o terapeuta precisa estar consciente das suas ideias que tem acerca das patologias, estruturas disfuncionais, seus preconceitos, das suas demandas, para que colocando tudo isso em parênteses, possa estar aberto para visões alternativas.
Essencial que o terapeuta aja como facilitador da autonomia do cliente, vez que ele tem a função de "arquiteto do dialogo", que incentiva condições e facilita a abertura para a criação do espaço dialógico.
O terapeuta deverá compreender que adotar o pensamento circular não significa anular o pensamento linear, que faz parte da sobrevivência de todos nós. Importante é focalizar idéias, sentimentos e ações,compreendendo como esses se entrelaçam e contribuem ao sentido de autoria das famílias, olhando também as condições de interdependência dessas situações.
Fundamental ao terapeuta pós moderno é investir, continuadamente, no exercício de aprender sobre terapia familiar, aprender como fazer terapia familiar e aprender como ser um terapeuta de família.
Contextualizando uma visão pós- moderna, sistêmico- si - cibernética, dentro do conceito da Terapia familiar , 1980, ( Maria José Esteves) é importante reforçar os seguintes pontos:
Entender que a família é um sistema aberto e que o terapeuta não estar a serviço de reparar ou consertar a disfunção. Importante o trabalho cooperativo entre família e terapeuta voltando o olhar à família também como recurso e não só dificuldade.
A intersubjetividade do terapeuta deverá ser compreendida e incluída no contexto do sistema: o terapeuta deverá, ao mesmo tempo que faz parte do sistema, dele tomar distância para refletir conteúdos que são seus e das famílias.
Sabendo que não existe apenas uma realidade, o terapeuta precisa estar consciente das suas ideias que tem acerca das patologias, estruturas disfuncionais, seus preconceitos, das suas demandas, para que colocando tudo isso em parênteses, possa estar aberto para visões alternativas.
Essencial que o terapeuta aja como facilitador da autonomia do cliente, vez que ele tem a função de "arquiteto do dialogo", que incentiva condições e facilita a abertura para a criação do espaço dialógico.
O terapeuta deverá compreender que adotar o pensamento circular não significa anular o pensamento linear, que faz parte da sobrevivência de todos nós. Importante é focalizar idéias, sentimentos e ações,compreendendo como esses se entrelaçam e contribuem ao sentido de autoria das famílias, olhando também as condições de interdependência dessas situações.
Fundamental ao terapeuta pós moderno é investir, continuadamente, no exercício de aprender sobre terapia familiar, aprender como fazer terapia familiar e aprender como ser um terapeuta de família.
Termino esse breve resumo citando Maria José
Esteves na sua fala sobre a atuação do terapeuta familiar:
"Trabalhando adequadamente as reações que a
família provoca nele, o terapeuta familiar, terá em mãos mais um poderoso fator
de mudança da família em si próprio."
Lígia Oliveira - Resumo dos livros acima citados.
Lígia Oliveira- Terapeuta de família/casal e psicanalista
Lígia Oliveira - Resumo dos livros acima citados.
Lígia Oliveira- Terapeuta de família/casal e psicanalista
Adorei o blog, me ajudou bastante a conhecer a teoria
ResponderExcluirOlá Bia, bom dia
ExcluirFico grata e feliz com o seu comentário. Um dos objetivos do blog é realizar essas trocas que nos motivam a seguir em frente.
Caso tenha sugestões de temas e novos comentários, pode enviar que serão benvindos.
Fica na LUZ, Lígia
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirOla!Gostei do blog,estou acompanhando.Iniciei meu estagio.Estou estudando,conhecendo sobre as Escolas clássicas da terapia familiar.Gostei dos resumos estava procurando a"Experiencial".VC pode me enviar por favor?
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