Terapia de soluções de problemas
A terapia familiar estratégica teve seu apogeu
entre os anos de 1970 a 1980. Os nomes mais citados dessa abordagem são: Jay
Haley, John Weakland, Mara Silvini, Bateson, Miltom Erickson, Boscolo, Cecchin.
Conhecida como a abordagem mais voltada à
resolução de problemas, recebeu, posteriormente, inúmeras críticas, em função
de ter um caráter "manipulador, vez que o cliente era
"levado à mudança com ou sem colaboração".
Críticas à parte, a terapia estratégica, deu
significativa contribuição ao processo terapêutico familiar, pela utilização de
poderosos insigts. Pontua a abordagem que os membros familiares,
frequentemente, perpetuam seus problemas por repetições de soluções mal
direcionadas e que diretrizes terapêuticas adaptadas às necessidades
específicas de cada família, podem muita vezes produzir mudanças súbitas e
decisivas.
A terapia estratégica teve sua origem na Teoria
da Comunicação desenvolvida por Bateson , no seu projeto de estudo acerca da esquizofrenia e evoluiu em tres modelos diferentes: Terapia do M.R.I.,
terapia estratégica de Haley e Madames e modelo sistêmico de Milão.
Todos os tres modelos nasceram no Mental Research Institute.
A terapia estratégica teve influência dos estudos
Milton Erickson( famoso hipnoterapeuta) o qual afirmava que as pessoas podiam
mudar subitamente, mediante suas experiências com a hipnose. Erickson
transformou a terapia estratégica em um processo muito breve.
No contexto familiar as mensagens são
padronizadas como regras que têm como objetivo preservar a homeostase familiar.
Na terapia estratégica são analisadas as
respostas dos membros familiares às regras e estudados os padrões de
comportamento. Nesse processo, avalia-se os feedbacks familiares que investem
na homeostase da família, e rejeitam a mudança, e os que favorecem à
transformação.
O objetivo é focar as interações que perpetuam a
dificuldade que podem ser modificados, em vez de se aprofundar nas causas
subjacentes, as quais, segundo a visão estratégica, nem sempre são sensíveis à
mudança.
Haley também foca o olhar na estrutura de
hierarquia familiar e diz:"A perturbação de um indivíduo está em proporção
direta com o número de hierarquias defeituosas nas quais ele se insere".
Tanto Haley como Silvini pontuam que os
terapeutas familiares precisam ficar atentos aos jogos de poder das interações
familiares como ainda, observarem bem a função protetora dos sintomas para toda
a família.
A terapia familiar estratégica apresenta tres
explicações básicas de como os problemas se originam:
1- As dificuldades são transformados em problemas
crônicos, em função de soluções ineficientes;
2- Os problemas são consequências de hierarquias
incongruentes;
3- As dificuldades acontecem quando os familiares
tentam esconder ou negar a função do sintoma , para o grupo familiar como um todo.
Os terapeutas familiares estratégicos, de foco
breve, trabalham para que seus clientes estabelecam seus próprios objetivos,
tendo como meta imediata mudar as respostas comportamentais dos familiares aos
seus problemas. Nesse período eram enfáticos em atribuir a responsabilidade da
mudança do cliente somente ao terapeuta.
Mais adiante, Boscolo e Cecchin desenvolveram uma
terapia estratégica afastando-se das diretivas e manipulações, passando a se
interessarem mais pelo processo, histórias e significados familiares.
O modelo do Mental Research Institute traz na sua
abordagem estratégica os seguintes passos ao processo terapêutico:
- Introdução à organização do tratamento;
- Investigação e definição do problema;
- Apreciação do comportamento que mantem o
problema;
- Estabelecimento de objetivos de tratamento;
- Seleção e execução de intervenções
comportamentais;
- Término.
São várias as técnicas utilizadas que ainda hoje
fazem parte do instrumental da terapia estratégica, tais como conotação
positiva e vivência de rituais.
Haley avaliava que para um processo terapêutico
ter sucesso, precisava começar bem. Assim sendo, direcionava muita atenção ao
processo inicial do tratamento. Independentemente de quem era apresentado como
o paciente identificado, entrevistava todos os familiares. Esse estudo inicial
obedecia aos seguintes estágios: estágio social,estágio do problema, estágio de
interação e estágio de estabelecimento de objetivos.
A partir de 1990 modelos terapêuticos mais
colaborativos, se distanciaram um pouco da terapia familiar estratégica.
Todavia é essencial que não desmerecemos os fatores valiosos dessa abordagem,
tais como:"Ter um objetivo terapêutico claro, antecipar como os familiares
reagirão às intervenções, compreender e não perder de vista as sequências de
interações e utilizar diretivas criativamente".
Lígia Oliveira- Terapeuta de família/casal e psicanalista.
Base de leitura para o resumo: Terapia familiar : conceitos e métodos /Michael P. Nichols, Richard C. Schwartz; tradução Maria Adriana Veríssimo Veronese. -7ed.- Porto Alegre : Artmed, 2007
Lígia Oliveira- Terapeuta de família/casal e psicanalista.
Base de leitura para o resumo: Terapia familiar : conceitos e métodos /Michael P. Nichols, Richard C. Schwartz; tradução Maria Adriana Veríssimo Veronese. -7ed.- Porto Alegre : Artmed, 2007
ResponderExcluirQual é a importância das intervenções familiares?
http://blog.viversemdroga.com.br/qual-e-a-importancia-das-intervencoes-familiares/