A organização subjacente da vida familiar
Quando se fala em terapia familiar estrutural o
primeiro nome que vem na nossa lembrança é o de Salvador Minuchin.
Nascido na Argentina mudou-se para os Estados Unidos, país no qual desenvolveu
sua vida científica e profissional ( década de 1950). Lá conheceu Jay Haley,e,
essa amizade contribuiu, positivamente, ao campo científico nas áreas da
Psiquiatria e Terapia Familiar.
A terapia familiar estrutural tem um foco mais
direcionado à estruturação dos comportamentos familiares.
A terapia estrutural facilita o conhecimento
familiar mediante a criação de um esquema para análise dos processos
interacionais.
São tres os fatores principais ditados pela
terapia familiar estrutural para o entendimento da organização da estrutura das
famílias:
Estrutura- formas apreendidas de se comportar;
Subsistemas- família de origem, casal, filhos,
irmãos...
Fronteiras - triangulações,coalizões,alianças,
sistema hierárquico sistema de
autoridade...
.
Estrutura: Padrão de comportamento através do
qual os familiares interagem: repetições de atitudes, padrões mais duradouros,
regras, expectativas que tendem a se prepetuar...
"Seja qual for o padrão escolhido pela
família ele tende a se autoperpetuar. Embora existam alternativas, as famílias
provavelmente não as considerarão, até que uma mudança nas circunstâncias
produza estresse no sistema".
A estrutura de uma família é singular, assim como a personalidade de cada indivíduo.
É essencial o olhar atento do terapeuta para compreender e diferenciar, na dinâmica familiar as estruturas dominantes e as subordinadas.
As estruturas dominantes são aquelas nas quais as ações familiares se baseiam.
As estruturas subordinadas são menos solicitadas , todavia essenciais à família.
Ex: Quando uma mãe é a responsável maior pela educação dos seus filhos e o pai como auxiliar dessa função, conversam juntos sobre o processo educativo; o mesmo está construindo uma estrutura subordinada.
A estrutura de uma família é singular, assim como a personalidade de cada indivíduo.
É essencial o olhar atento do terapeuta para compreender e diferenciar, na dinâmica familiar as estruturas dominantes e as subordinadas.
As estruturas dominantes são aquelas nas quais as ações familiares se baseiam.
As estruturas subordinadas são menos solicitadas , todavia essenciais à família.
Ex: Quando uma mãe é a responsável maior pela educação dos seus filhos e o pai como auxiliar dessa função, conversam juntos sobre o processo educativo; o mesmo está construindo uma estrutura subordinada.
O terapeuta necessita ter um foco atencioso nas
interações concretas dos familiares, para um bom entendimento da estrutura
familiar.
Subsistemas: A família é formada por diversos
subsistemas e diferencia-se a partir deles: sistema conjugal, sistema parental,
sistema filial, sistema fraterno.
Nesses diversos subsistemas cada pessoa tem seus
papéis e funções.
Fronteiras: Os indivíduos, os grupos de
subsistemas, a família como um todo são demarcados por fronteiras
interpessoais, invisíveis, as quais têm a função de colocar limites no contato
uns com os outros.
As famílias que não "trabalham"
adequadamente as fronteiras dos seus subsistemas aumentam as suas
possibilidades de terem problemas relacionais futuros.
Nas famílias funcionais as fronteiras são
delimitadas de forma clara, tendo como objetivo propiciar a autonomia e a
independência dos seus membros, mas também reforça a afetividade e a ajuda
mútua.
De maneira geral , as fronteiras familiares poderão se apresentar das seguintes formas:
Rígidas- Flexíveis - Difusas- Emaranhadas.
Rígidas- Apresentam comportamento de fechamento às mudanças. É comum observarmos, nessas famílias distanciamento afetivo entre seus membros por excesso de apego às idéias, razões, crenças...
Flexíveis- Vivência de abertura ao diálogo, posturas com mais flexibilidade à escuta, sentimento de pertencimento familiar, papéis bem definidos.
Difusas- fronteiras frouxas, comportamentos ambivalentes, distanciamento afetivo emocional.
Emaranhadas- Não se diferenciam os papéis individuais dos familiares e conjugais. As pessoas são tão misturadas que uma parece ser parte da outra.
Um comportamento que também aparece quando estudamos as fronteiras familiares é o que chamamos de violação das funções de fronteiras.
Ex: Um filho desenvolvendo a função de pai, esposo...
Outras vivências da família importantes à compreensão do processo terapêutico são as alianças, triangulações e coalizões.
Em relação às alianças o terapeuta precisa focar a formação dessas alianças, temporárias e estáveis, entre os membros familiares, principalmente no que concerne aos objetivos das alianças. Ou seja, se estão a serviço da mudança positiva, ou se reforçam e mantém o sintoma.
Triangulações- Ocorrem quando cada membro familiar elege um terceiro, de modo que esse se ver obrigado a cooperar um momento com um e outro momento com o outro.
Coalizão- Membros da família determinam um terceiro como fonte do problema.
De maneira geral , as fronteiras familiares poderão se apresentar das seguintes formas:
Rígidas- Flexíveis - Difusas- Emaranhadas.
Rígidas- Apresentam comportamento de fechamento às mudanças. É comum observarmos, nessas famílias distanciamento afetivo entre seus membros por excesso de apego às idéias, razões, crenças...
Flexíveis- Vivência de abertura ao diálogo, posturas com mais flexibilidade à escuta, sentimento de pertencimento familiar, papéis bem definidos.
Difusas- fronteiras frouxas, comportamentos ambivalentes, distanciamento afetivo emocional.
Emaranhadas- Não se diferenciam os papéis individuais dos familiares e conjugais. As pessoas são tão misturadas que uma parece ser parte da outra.
Um comportamento que também aparece quando estudamos as fronteiras familiares é o que chamamos de violação das funções de fronteiras.
Ex: Um filho desenvolvendo a função de pai, esposo...
Outras vivências da família importantes à compreensão do processo terapêutico são as alianças, triangulações e coalizões.
Em relação às alianças o terapeuta precisa focar a formação dessas alianças, temporárias e estáveis, entre os membros familiares, principalmente no que concerne aos objetivos das alianças. Ou seja, se estão a serviço da mudança positiva, ou se reforçam e mantém o sintoma.
Triangulações- Ocorrem quando cada membro familiar elege um terceiro, de modo que esse se ver obrigado a cooperar um momento com um e outro momento com o outro.
Coalizão- Membros da família determinam um terceiro como fonte do problema.
Em relação às fronteiras conjugais essas são
delimitadas de forma saudável quando o casal aprende a acomodar as necessidades
mútuas e os estilos de interação. As trocas são
equilibradas, e ambos procuram aprender a dar e receber mediante conversas e
acordos de convivência.
Quando chegam os filhos, o sistema conjugal
precisa criar fronteiras que separe, positivamente, os sistemas parental e
conjugal. Essa postura é essencial pois permite também aos filhos interagir com
o subsistema parental, respeitando o espaço do casal.
"Os sistema familiares precisam ser
suficientemente estáveis para garantir a continuidade, mas suficientemente
flexíveis para se acomodar às mudanças na estrutura".
As dificuldades na família têm origem na não
adaptação dos seus membros às condições internas e externas. Assim sendo,
surgem as disfunções, por conta do estresse mal administrado.
A terapia estrutural procura junto aos
familiares redefinir conteúdos e formas que possam alterar, positivamente, sua
estrutura disfuncional. É função do terapeuta ativar as estruturas adaptativas
latentes que já fazem parte do repertório familiar. Trabalho que acontece
através de vários encontros com toda a família, nos quais os seus membros
buscam alternativas de solução à melhoria da dinâmica familiar.
Em um primeiro momento, o terapeuta procura
compreender a leitura que os familiares tem acerca do problema e facilita
interações à criação de padrões alternativos capazes de trazer transformação à
estrutura familiar. Para tal se utiliza de várias técnicas( aprofundar com a
leitura completa do capítulo ), entre as quais a encenação. Nessa técnica o
terapeuta pede aos familiares mostrar, mediante uma dramatização, como a
família se comporta diante de uma situação específica. Depois o terapeuta faz
observações sobre a encenação, trazendo reflexões e soluções que podem melhorar
a organização da família.
No seu livro Família e Terapia Familiar, Minuchin
apresenta as tres fases, em relação ao terapeuta, que se sobrepõe ao processo
de terapia familiar. São elas:
Reúne de toda a família com o terapeuta em
posição de liderança;
Mapeia a estrutura familiar subjacente;
Intervém para transformar essa estrutura.
obs- Essa sequência pode parecer
simples, mas complica em função das múltiplas variedades de padrões familiares.
É essencial saber que o profissional após vasto
estudo sobre os aspectos técnicos da terapia estrutural precisa,
atenciosamente, entender o momento e a dinâmica adequada de utilização.
Importante lembrar que no início terapêutico o
terapeuta necessita fazer uma adequação entre o seu fazer profissional e a
estrutura possível da família.
Vai, aos poucos, investindo na confiança da
relação, e passo a passo, sai um pouco dessa posição central, para que os
familiares se apropriem da sua autonomia e possam criar condições à mudança da
sua desorganização estrutural.
Os resultados dessa dinâmica relacional são,
conjuntamente, enquadrados dentro dos subsistemas e suas fronteiras, para serem
utilizados na busca dos caminhos mais funcionais.
"O modelo estrutural orienta o olhar além do
conteúdo dos problemas, e, até além da dinâmica da interação, para a
organização subjacente, que sustenta e limita essa interações.
Muita coisa mudou desde de 1974, mas o
modelo estrutural continua sendo a maneira mais ampla utilizada de se compreender
o que acontece com a família nuclear".
Lígia Oliveira- Terapeuta de família/casal e psicanalista
Base de leitura para o resumo: Terapia familiar : conceitos e métodos/ Michael P. Nichols, Richard C.
Schwartz; tradução Maria Adriana Veríssimo Veronese.-7ed.- Porto Alegre : Artmed, 2007
Lígia Oliveira- Terapeuta de família/casal e psicanalista
Base de leitura para o resumo: Terapia familiar : conceitos e métodos/ Michael P. Nichols, Richard C.
Schwartz; tradução Maria Adriana Veríssimo Veronese.-7ed.- Porto Alegre : Artmed, 2007
Realmente um resumo tão completo! Fica ótimo estudar primeiro aqui para depois aprofundar.
ResponderExcluir
ResponderExcluirAlice,Ttarde boa
Legal saber que o resumo a ajudou na base do conhecimento dessa abordagem em Terapia de Família Estrutural.
Fico grata e motivada com seu comentário.
Abraços, Lígia
Ficou simplesmente incrível!!
ResponderExcluirOlá Caty Luise.
ExcluirMuito grata . Lígia Oliveira- Terapeuta casal, família e psicanalista.
Continue!! Texto ótimo!!!
ResponderExcluirContinue!! Texto ótimo!!!
ResponderExcluirOlá.. Muito grata pelo incentivo! Fico feliz em poder contribuir com a busca de conhecimentos que versam sobre temas familiares. Ligia Oliveira, psicanalista, terapeuta de casal e família.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirMuito bom esta reflexão de terapia no modelo estratégico, ajudou com o trabalho da pós. Obrigada.
ResponderExcluirQue bom, grata!
ExcluirMuito bom esta reflexão de terapia no modelo estratégico, ajudou com o trabalho da pós. Obrigada.
ResponderExcluirMuito bom esta reflexão de terapia no modelo estratégico, ,e ajudou com o trabalho da pós. Obrigada.
ResponderExcluirMuito grata pelo incentivo
ExcluirFico feliz em poder ajudar!
ExcluirExcelente resumo, ajudou muito!!
ResponderExcluirObrigada
Bom dia!
ResponderExcluirEstou estudando neste momento sobre Concepção Psicanalítica Familiar,e achar o seu texo, foi um grande achado para enriquecer meus estudos. Grato.