sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

De Pais Para Filhos- O Que Pode Ser Feito em Alguns Minutos Que Reverbera Para a Vida Toda







Sabemos que cada família tem sua forma própria de vivenciar seus laços afetivos.
De acordo com leituras acerca de ações que contribuem à melhoria do relacionamento familiar, apresentamos  algumas "dicas" que muito poderão ajudar à família na aproximação de um clima afetivo mais saudável.

   "Dicas" que se  realizadas com amor e sinceridade, poderão contribuir para
     melhoria do relacionamento entre pais e filhos:
    
     Ter pelo menos, uma refeição diária juntos;
     Dar carinho, ser afetuoso, dizer que é feliz por te-lo como filho;
     Fazer projetos juntos;
     Participar dos eventos do seus filho;
     Quando não puder participar, explique com clareza e depois converse com ele
     sobre o evento;
     Peça-he ajuda sobre os problemas mais simples;
     Invista no processo de autonomia do seu filho;
     Valorize as idéias do seu filho, dizendo, muito bem, parabéns;
     Compartilhe seus sentimentos, os dele, os dos familiares;
     Elogie seu filho no momento oportuno; não deixe passar o momento;
     Seja firme no não, explique-o  mas não justifique-o. Dê limites.
     Tenham momentos juntos de vivência espiritual;
     Comemore juntos pequenas vitórias; as grandes  também;
     Crie algumas hora especiais: Do programa de t.v., da tv desligada, da conversa...
     Desça até a idade dele,mas não seja infantil. Voces são os pais. Deixe isso claro; 
     Ajude seu filho a saber ouvir, Dê voce primeiro o exemplo.
     Escolha um assunto do interesse do seu filho, alimente o aprendizado do diálogo 
     Não podendo conversar com seu filho explique o motivo e marque outro momento;
     Cumpra seus compromissos com seu filho;
     Oriente seu filho sobre o uso das palavras: algumas são agressivas outras mais
     afetivas, conversando com ele sobre o momento adequada de cada uma;
     Volte aos seus pais e lembre-se o que, afetivamente, foi bom, positivo e veja como
      o exemplo vem antes das palavras.
  
         Lígia Oliveira- Terapeuta de Família e Casal

Obs- Base de leitura para o texto:Celso Antunes: "A Construção do Afeto"- Augustus Editora- 2000

Casal: Descompasso na Vida Sexual- Parte Dois




Continuação da parte um

Dentre as dificuldades mais comuns na área conjugal sexual, vamos falar, nesse texto, uma cada vez mais presente nos dias de hoje: a falta do desejo sexual ou o desejo hipoativo ( baixo desejo).

Os sexólogos costumam falar que o maior e  o mais importante órgão sexual humano é a nossa mente,a nossa psique.

Desta forma tornar-se essencial que possamos identificar e aprofundar os motivos psicológicos que estão favorecendo a disfunção sexual conjugal.

Entre as causas psicológicas mais gerais que contribuem para a diminuição ou a  não presença da libido, na relação amorosa podemos destacar:

            Relacionamento instável, falta de confiança na relação e no parceiro;
            Conflitos emocionais, culpas, mágoas, ressentimentos, hostilidade do parceiro;
            Estresse, ansiedade de desempenho;
            Infidelidade;
            Baixa-auto estima;
            Crenças rígidas;
            Violência verbal e física ;
            Conflitos intra psíquicos,  originados na infância, adolescência
            Abuso;
            Consequências emocionais e psicológicas advindas do uso de álcool, e substâncias psicoativas

A terapia vai trabalhando passos através de uma conversa gradativa, descobrindo junto com o casal qual o papel que cada um vem construindo na vida sexual, olhando o que poderá ser fator de manutenção do problema, como também que caminhos poderão facilitar a melhoria.
Esses movimentos vão auxiliando ao diálogo a  trazer mais clareza daquilo que o casal descobre como estradas a seguir. 

Muitos são os casais que nos perguntam: sobre "o que consideramos normal em uma relação sexual?Avaliamos que o "normal" se refere as ações que despertem e conduzem os parceiros à satisfação e que não causem prejuízos físicos e emocionais.

Apresentamos, agora, alguns pontos de reflexão e dicas à melhoria da sexualidade conjugal, sabendo de antemão, que cada casal tem a sua singularidade na construção das suas histórias de vida:

-Valorizar o encontro:

Priorizar o olhar para a vida a dois. Quem sabe esse olhar já faz tempo que ocupa um lugarzinho lá no final da fila?
Programas a dois, como conversar em um lugar agradável, ir a um cinema, restaurante, assistir a um filme em casa, cozinhar juntos, comer pipoca no sofá, rever fotos antigas...Ou seja, investir em um clima mais leve, de conquista, e não apenas viver um sexo mecânico que começa e termina do mesmo jeito;

- Mais humor:

Quer pior caminho para baixar a libido que uma reclamação, uma cara fechada, um ambiente pesado?
Resgate histórias divertidas, relembre-as juntos.

-Pense em sexo:

Sabemos que nosso primeiro momento antes da ação é o pensamento.
Algumas vezes para a motivação e a ação chegar é necessário que estimulemos nossa mente. Pense em sexo, pois ajuda a estimular a libido e reforça o desejo sexual. 
Estimule suas ideias, a sua criatividades. Compartilhe-as com seu par. O desejo não aparece do nada. Invista mais no que desperta e mantêm a sua libido .

-Fale sobre as suas vontades:

Em vez de adivinhar pergunte.Cada cônjuge deve falar sobre as práticas que lhe trazem prazer e as que não gratificam.Mas também desconstrua o hábito antigo de colocar expectativas demasiadas nos encontros.

Quem falou que o sexo atual tem sempre que superar o de ontem?
Se abra para o novo. Se não foi bom, fale sem magoar e não juntem mais lixo emocional.

- Como está a sua aparência?

Será que você tem descuidado da sua aparência?
A experiência fala que "intimidade demais pode estragar o relacionamento e o sexo"Que tal se olhar nesse item?
É muito bom quando nos sentimos mais bonitos e mais "tratados", pois nos tornamos mais desejados e esse é um fator que atinge positivamente a nossa libido, vez que estamos valorizando a nossa sensualidade.

- Momento de maior entrega:

Aprendam juntos a explorar, viver e aproveitar as sensações de prazer dos seus corpos. Aprendam um com o outro os caminhos das carícias.
Sexo é aprendizado. Vá devagar.Vá conquistando passo a passo,a entrega, o dar e o receber, trazendo como principal vontade o resgate do senso de conexão entre vocês.

O objetivo desses textos é contribuir um pouco para a compreensão das relações amorosas ,procurando entender alguns dos seus sintomas que geram sofrimento, na área sexual , mas que sabemos reverbera para o processo relacional como um todo, pois como diz a Física Quântica "o todo tem uma dimensão integradora, porque é na organização das partes que se dá a harmonia".
 
           Ligia Oliveira- Terapeuta de casal e familia

obs- Base de leitura:
Sexo  no Casamento- Pamela Lister- Editora Gente

Artigos:  Abordagem Sistêmica em Terapia Sexual- Samira Chalhub
             Psicoterapia nos Transtornos Sexuais- Heitor Hentschel, LuciananParisotto
             A Regulação da Intimidade Conjugal- Gilda Castanho- Franco Motoro
          




           
      
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Relacionamento Avós e Netos





Artigo do Portal da Família publicou matéria que  fala sobre o livro Na Casa dos Avós é Sempre Domingo, de Lídia Aratangy e Leonardo Posternark, trazendo a reflexão já do título,o qual incita, de forma criativa, a nossa curiosidade.

Apresenta o texto a importância de pesquisa mundial referente ao século dos avós, apontando as modificações sociais em função do aumento da longevidade e expectativas de qualidade de vida.

Fala a pesquisa que entre os americanos, é grande a quantidade de pessoas que se tornaram avós entre os 49 e 53 anos, passando por essa razão, de 30 a 40 anos na função da avosidade. Na França, cerca de 80% das pessoas com mais de 65 anos tem netos e quase metade desse total chegará a ser bisavô e bisavó...

No Brasil, segundo o IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o número de pessoas com mais de 60 anos passou de  14.8 milhões em 1999 para 21,7 milhões em 2007.
Diante desses números e das mudanças da sociedade em relação aos valaores culturais, sociais, afetivos, relacionais, como entender o papel e as funções contemporâneas da avosidade?

Observamos que até 50 anos atrás a figura dos avós, na sua grande maioria, se encaixava dentro daquela moldura de austeridade e ou docilidade, a quem os netos deviam respeito, tomavam a benção, ouviam história... Os avós faziam como fonte principal, o papel de repasse da ancestralidade, dos valores, mitos e rituais familiares.

Atualmente, os avós são pessoas mais participante, muitos ainda com vida profissional ativa, dividindo esse tempo individual com a responsabilidade aos cuidados com os netos. Ajudam aos seus filhos nas tarefas de levar os netos para escola, médico, tomando conta para que os pais dos seus netos possam crescer no mercado de trabalho.

A psicóloga Lídia Aratangy, no livro acima citado, reforça a significativa ajuda dada, principalmente pelas avós, às filhas e noras, no sentido dessas poderem desenvolver uma vida profissional com mais apoio familiar, tranquilizando-se por saber que a avó, estaria complementando, ou, muitas vezes substituindo funções parentais de afeto, cuidado e autoridade, durante o seu fazer profissional.
Pesquisa realizada sobre avós pela professora Cristina Brito (2004, Recife) apresenta como principais funções dos avós atualmente:

- Transmissão de crenças e valores;
- Ajuda ao desenvolvimento cognitivo, emocional, social, espiritual dos seus netos;
- Mediação de conflitos entre pais e filhos;
- Auxílio na diminuição da ansiedade infantil;
 -Fortalecimento da auto- estima e independência dos netos;
- Apoio aos netos numa melhor compreensão dos seus pais.

A pesquisa pontua como principais significados dos netos para os avós:
- Continuidade biológica, nome familiar;

 -Observação da passagem dos ciclos da vida
- Possibilidade de resgatar erros passados, revisão de vida;
- Renovação do entusiasmo  e interesse pela vida;
- Complementação do self( ser).
Termino o texto com uma reflexão do pediatra Leonardo Posternack, mais focado na figura do avô, todavia percebo ser também adequado a figura da avó e da sua respectiva experiência de recebimento da maternagem como filha e do seu desenvolvimento maternal como mãe.


 "Como para a avó, como também para o avô o neto representa a ilusão da imortalidade e a compensação de perdas, a passagem do devedor a credor da vida.
Porém para ocupar bem o privilegiado lugar do avô, é preciso, primeiro, compreender e aceitar o pai que se teve e o pai que se conseguiu ser com os erros e conflitos inerentes a essas experiências. Só assim será possível ter empatia com a paternidade do filho".

       Ligia Oliveira- Terapeuta de Casal e Família