terça-feira, 13 de novembro de 2012

Terapia de Casal - A Escolha do Parceiro





Terapia de Casal- A Escolha do Parceiro



No processo terapêutico conjugal, quando trabalhamos os significados da escolha do parceiro,   observamos, que essa escolha pode traduzir necessidades ainda não percebidas pelo casal. Necessidades essas que ficaram "presas lá atrás " na vida de cada um. 

Estudos comprovam que todos os seres humanos, na hora que fazem uma escolha, estão respondendo  a anseios  e motivações que nem sempre têm consciência, e,  quando a escolha está direcionada ao parceiro amoroso, uma multiplicidade de fatores faz parte desse processo.

Na dimensão histórica de cada ser envolvido, inserem-se os valores, influências, legados, mitos, significados adquiridos na família de origem, os quais explicam a maneira como cada um estruturou seus vínculos afetivos, com os seus familiares mais próximos e o seu contexto histórico.

Na linha psicanalítica, Bolwby, psiquiatra ingles, apresentou estudo sobre a relação existente no estilo de amar e apego ao outro, pelo adulto, como resultante do estilo do apego do familiar mais próximo à criança, geralmente a mãe, principalmente nos primeiros anos de vida, estilos esses que citamos, de forma breve, abaixo:

Apego seguro: A pessoa tem na figura dos seus pais modelos de segurança e intimidade, que estão disponíveis nos momentos de enfrentamento e decisivos para a criança. Reforça-se  a postura positiva, afetividade, curiosidade para explorar o mundo, sem desenvolver por parte da criança sentimento de abandono.

Apego ansioso- ambivalente- A pessoa sente-se incerta em relação à  forma dos pais terem disponibilidade para ajudá-la e amá-la, vez que a ambivalência de comportamento e emocional por parte dos pais é muito frequente.

Apego ansioso com evitação- Caracteriza-se pelo apego no qual a criança não tem confiança no vínculo  das figuras cuidadoras,e, teme constantemente a rejeição por parte deles, sentindo sentimentos de ansiedade, insegurança e rejeição..

O estudo da conjugalidade reforça a estrutura que é formada a partir das duas bases individuais dos parceiros e da dinâmica que se forma entre os membros do par conjugal. Essencial observar como esse encontro amoroso e a conjugalidade evolui com bases em lembranças, formas de dar e receber amor, figuras de apoio,  legados, repetições comportamentais passadas, e como o casal propicia condições à construção do relação dentro de uma visão que possibilita à abertura ao pertencimento e também a diferenciação de cada um. Ou seja, o olhar precisa avançar nas tres dimensãoe: eu, tu e a conjugalidade.
 
É na relação amorosa, que certas necessidades afetivas são satisfeitas cobradas,exigidas, retribuídas...
A queixa acontece, quando um dos parceiros não consegue satisfazer, as carências do outro, ou quando ainda, um tem em relação ao outro, expectativas idealizadas, imaturas, ressentidas...
Uma das grandes dificuldades surge se  o relacionamento conjugal  traduz-se em um encontro de duas carências, onde cada um espera que o outro esteja ali para preencher os seus vazios.
 
Caso os desejos imaturos, infantis, alguns deles tendo como base sentimentos de débito ou cobrança não sejam "cumpridos", por razões de limitação da própria condição humana, ou por um dos parceiros compreender a situação de forma diferente, vai se instalando no par um clima de cobranças,mágoa,acomodação,indiferença, silêncios, raivas, conflitos, contribuindo à desestruturação conjugal.
 
Muitos entram no casamento baseados em suas fantasias,e pensamentos egocentrados os quais se baseiam em um clima mágico  de poder à realização  dos seus desejos e suas motivações. Assim sendo, nesses casais, é reforçado o entendimento "cristalizado" do conceito de complementação com conceitos referentes a não inteireza de cada um dentro do relacionamento, mas sim que cada um é a " metade da laranja".
 
A Terapia de Casal visa aprofundar o olhar para essas leituras de vida afetiva, suas origens, influências, levando o par a observar que o vínculo conjugal terá condições de ser melhor vivenciado através do desenvolvimento de um olhar mais atencioso para as múltiplas influências presentes nesse processo: dependência  x independência, realidade x fantasia, individualidade x conjugalidade, pertencimento x diferenciação, possibilidades x limitações, mudanças x aceitação...

Compreendemos que no casal existe dois inteiros que se relacionam tendo como base afetiva seus significados mútuos e divergentesA construção do "eu conjugal" acontece junto ao desenvolvimento do eu individual, em um percurso de idas e vindas de momentos de complementação mas também de diferenciação.

Quando os parceiros desejam o desenvolvimento do relacionamento amoroso mais próximo e saudável, necessitam empenhar atenção e energia  para esse objetivo. Precisam trabalhar na identificação da necessidade dos ajustes no que se refere às suas fronteiras, papéis, funções, interesses, bem como numa maneira mais saudável de compreender e negociar essa vivência.

       Lígia Oliveira- Terapeuta de Casal e Família

Obs- O texto abaixo teve como base de leitura o livro O Casal em Crise de Maurício Andolfi, Claudio Angelo e Carmine Saccu, organizadores,Sumus, 1995.
Momografia- A Dinâmica da Relação Amorosa e Terapia de Casal- Lígia Maria Bezerra de Oliveira-
Universidade Federal de Pernambuco-2005

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Para que Fazemos Terapia de Casal



Na maioria das vezes que um casal procura pela Terapia de Casal, seu pedido de ajuda baseia-se na experiência de problemas geradores de desequilíbrios entre os cônjuges.
A visão do casamento, para o casal em crise, apresenta-se como destrutiva, onde cada parceiro encontra-se limitado pelo o outro, estando o vículo afetivo, naquele momento, visto como perda e não ganho.
A Terapia de Casal, nesses casos, vem clarear e refletir acerca dos pontos críticos, pontos fortes e promover o desenvolvimento psicoemocional do par.
Mediante trabalho cooperativo, o processo investirá  no aprofundamento das causas, contextos, alternativas e possibilidades. Assim sendo, o terapeuta conjugal procura ver cada cônjuge como possuidor de um sistema de idéias, sentimentos, como ainda favorece condições à participação de cada um no compartilhamento da construção de um relacionamento mais saudável.
É importante compreender que a Terapia Conjugal tem como principal objetivo a facilitação da comunicação do casal. Não é função do processo terapêutico separar ou juntar os parceiros.
É também significativo observar  os momentos de crise, não só  como algo perigoso que coloca em risco o equilíbrio conjugal. A crise que pode possibilitar a transformação, informa que algo precisa ser mais olhado, trazendo ao par um olhar aos recursos a serem ativados à melhoria do laço afetivo.
 Apresentamos como obetivos gerais do processo de Terapia de Casal:
-  Promover conversa mais clara  entre os parceiros, colocando-os de frente com as situações de conflito, e as suas influências na vida a dois;
-  Favorecer para que cada um se coloque no lugar do outro, facilitando a compreensão dos motivos, semelhanças, diferenças, na busca de um entendimento mútuo;
-  Desenvolver condições a uma melhor exploração dos problemas, da história familiar de cada cônjuge, investindo na aprendizagem do falar e do ouvir, auxiliando a cada um e ao casal como um todo, na compreensão de como se percebem, se interpretam, se aproximam, se distanciam e constroem suas experiências e significados;
-  Refletir acerca das carências e dificuldades existentes, encobertas e negadas pelo casal;
Trabalhar também a parte saudável da relação, mediante o incentivo ao investimento de ações que possam favorecer um sentido de vida mais funcional.
A Terapia de Casal viabiliza  o trabalho dentro de uma visão de saúde, ajudando aos cônjuges a lidar de forma mais compreensiva e efetiva com o casamento Real, em um caminho mais aberto à mudança e aceitação.
Importante entender que tanto a dificuldade como o recurso conjugal não pode ficar sendo responsabilidade de um só, mas  sim compreendidos e vivenciados dentro do espaço relacional do par.
                                     Lígia Oliveira- Terapêuta de Casal e Família

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

O Poder daSombra na Nossa Vida




O livro Efeito Sombra- Encontre o Poder Escondido na Sua Verdade,escrito por Deepak Chopra, Debbie Ford e Mariane Williamson, 2010, nos faz pensar acerca da vivência de sentimentos, pensamentos e emoções sombrios no nosso viver. Ou seja, aqueles que mentem sobre a gente, nos impelem a fazer atos, construir e alimentar pensamentos e ações que nos empobrecem.
 
O que seria esse lado humano sombrio?
 
Ele acontece e cresce, quando não dedicamos atenção a esse lado nosso obscuro, no qual também está presente uma força escondida e desperdiçada, pois essa nos imobiliza ao caminho de colocar mais luz nesses pedaços de vida encobertos por pensamentos e sentimentos paralisados por densas, repetitivas e inférteis vibrações. Nosso lado sombrio, quando não olhado, permite que façamos o jogo da autossabotagem dos nossos sentimentos, sonhos, projetos...Trazem sentimentos de desconforto, o qual muitas vezes não sabemos de onde vem;  nos impossibilita viver de forma genuína.
 
O livro explica que para conseguirmos, de forma plena, trabalharmos nossas sombras, precisamos primeiro reconhece-las, acolhe-las e em seguida desarmá-las. Após esses passos, irmos em busca das transformações necessárias a um viver mais harmonioso.
 
Diz Chopra:
 
  " Nosso lado sombrio nos incita a agir de forma que jamais imaginam e a desperdiçar energia vital"
 
" ... Correr da sombra, apenas intensifica o seu poder."

" Reclamar as partes de nós que foram relegadas à sombra é o caminho mais confiável para realizarmos nosso potencial humano.Quando nos tornamos amigos dela, nossa sombra se torna um mapa divino que nos reconecta à vida que deveríamos viver e às pessoas que deveríamos ser. ( Debbie Ford) 
 
Aqueles que procuram buscar mais compreensão do seu lado obscuro, precisam se desarmar para empreender com  humildade a verdadeira jornada transformadora, vez que essa caminhada " vai além de qualquer teoria psicológica, porque considera o lado sombrio uma questão humana, uma questão espiritual, que todos nós precisamos resolver se quisermos ter uma vida na qual nos expressemos por completo".
 
 Reflexão:
Quais as minhas sombras que preciso olhar ?
O que posso transformar? Para que ?

                               Lígia Oliveira- Terapeuta de Casal e Família


segunda-feira, 29 de outubro de 2012

A Mediação Familiar- Visão Geral




 Para podermos primeiro compreender o processo de mediação familiar torna-se necessário que entendamos, primeiro, o que vem a ser uma mediação.

" Mediação é uma técnica para a resolução de conflitos, na qual as partes solicitam ou aceitam a intervenção confidencial de uma terceira pessoa imparcial e qualificada, que detém um poder de solução limitado e não autoritário o que possibilita aos envolvidos encontrar, voluntariamente, uma solução duradoura e mutuamente aceitável que contribuirá para a reorganização da vida pessoal e familiar" ( Alencar e Ávila, 2006, Moore, 1998) .
Seguindo essa linha de pensamento podemos dizer que a mediação familiar trabalha para facilitar a comunicação, voltada ao restabelecimento das ligações familiares rompidas.
A postura do mediador familiar caracteriza-se por ser participativa, não interventiva às decisões, e imparcial. Como já diz o próprio nome, o mediador media os conflitos redimensionando as leituras desses, como algo que pode ocorrer em toda família, o caráter provisório desses problemas que não deverão ser vistos apenas como litigiosos.
Percebemos que  os familiares chegam na mediação com alta carga emocional e pontos de vistas cristalizados. A função do mediador é ir aos poucos, habilmente, exercitando a desconstrução desses pontos de vistas rígidos, explorando, cooperativamente, as diversas alternativas de solução.
Para uma maior compreensão do processo, apresentamos a seguir os principais passos de uma mediação:

                Identificação dos conflitos;
                Levantamento de interesses, necessidade e desejos de cada parte;
                Esclarecimento das controvérsias e questões;
                Construções de opções;
                Análise das possíveis soluções;
                Negociar  as soluções encontradas;
                Registro das soluções encontradas;
                Realização do termo de acordo entre as partes.
               
As fases descritas acima tem, na sua vivência, a intencionalidade, de através da redução dos conflitos, se investir em  novos modelos de comunicação, com base na clarificação dos pontos específicos em questão, e a construção de acordos de convivência. Para tal, o mediador deve ter presente  posturas de facilitação ao processo tais como:
                
                 Capacidade de escuta ativa
                 Capacidade de entrar na relação;
                 Capacidade de não dramatizar;
                 Capacidade de resumir a situação;
                 Capacidade de ter um olhar imparcial e não personalizar os conflitos.

Mesmo sabendo que a mediação familiar é voltada à resolução dos conflitos, há situações as quais segundo Ávila ( 2004), a mediação não deve ser indicada, são elas:

                 Desinteresse da família ou casal em resolver os conflitos
                 Desequilíbrio de poder entre as partes;
                 Alguns casos de violência conjugal ou familiar;
                 Problemas de saúde mental;
                 Desrespeito às regras de base de mediação.

Sabemos que a matéria prima da mediação é o conflito. Na mediação familiar observamos, como o conflito manifesto traz em sua dinâmica, além da dificuldade imediata, múltiplos fatores anteriores,que  apresentam focos relacionais negativos entre as partes, diferença de valores, crenças...
Faz-se necessário a compreensão e um olhar atento do mediador e dos mediandos acerca dos fatores anteriormente mencionados, uma vez que, na maioria das vezes, explicam as causas do conflito familiar.
O processo mediativo familiar deve incluir o estudo dos aspectos emocionais, com habilidade e neutralidade( representamos o terceiro imparcial), investindo em uma conversação produtiva, que objetive a superação dos problemas de comunicação, mediante a clarificação das questões, buscando uma solução negociada entre as partes

Observamos que a mediação familiar não é terapia familiar. A terapia investe mais nos conteúdos emocionais e psicológicos, reforça um olhar mais aprofundado a si e aos vínculos familiares e a historicidade de cada um, em um contexto de passado, presente e futuro.
A Terapia Familiar é um processo o qual  traz como pilar a reflexão, mediante perguntas circulares, nas quais o terapeuta atua dentro de uma postura baseada na complexidade, que difere da objetividade, intersubjetidade que é diferente da neutralidade, e, instabilidade que difere da previsibilidade.
Para finalizar reforçamos sobre a característica fundamental da mediação: a voluntariedade das partes.
A mediação familiar trabalha os conflitos familiares de forma focal, dentro de um período que consideramos breve, em média de 3 a 8 sessões, encontros nos quais mediador e família investem na melhoria da comunicação, exercita-se caminhos de negociação, sabendo-se que cabe ao mediador facilitar mas não interferir nas decisões dos mediados.
        
                     Lígia Oliveira- terapeuta  e mediadora de família e casal e psicanalista

    
Obs- O texto acima teve como base as leituras seguintes:
Mediação Familiar, Manual de Terapia Familiar, volume II ( Porto Alegre:Artmed,2011 ,p. 191-201)
Mediação Familiar: Uma Alternativa para Humanizar o Sistema Judiciário, Pensando Famílias,julho 2008,p-83-97)
Manual de Mediação Judicial, Ministério da Justiça- Brasil- 2009

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Para Que Fazemos Terapia de Casal e Familia






Muitas são as famílias e casais que nos procuram e trazem com eles o sofrimento e a esperança da melhoria do clima relacional. Nós terapeutas familiares de forma curiosa e respeitosa, ouvimos a história de cada um, facilitando para que o diálogo  e a escuta sejam aprendizados de todos.

Em terapia de casal e família desenvolvemos os seguintes objetivos gerais:

- Estudar junto aos familiares e o casal o problema dito como principal e as suas dificuldades recorrentes, visando compreender o que desencadeou o problema, o que concorre para sua manutenção, quais os recursos possíveis à  melhoria do relacionamento, rede de apoio afetiva, social, econômica...

 - Exercitar a compreensão da importância do falar e do ouvir, procurando entender que conversar pode também significar discordar.

- Aprender a se comunicar de forma clara, verdadeira, respeitando os limites individuais, familiares e conjugais.
- Gerar entendimento familiar e conjugal no sentido de  ver o problema como responsabilidade de todos e não somente daquele que apresenta o sintoma.
- Trabalhar para que o casal e a família possa expor seus sentimentos sem precisar desviá-los para comportamentos agressivos, ressentidos, vingativos.

 - Aprender a observar o padrão de comportamento nocivo e trabalhar, para substituí-lo por outros mais saudáveis.
Importante ampliar o significado do processo terapêutico não só como um local onde vamos para falar dos nossos problemas, mas também exercitar habilidades e talentos.
    Lígia Oliveira- Terapeuta de Casal e Família

Terapia de Casal e Família- Recife





Lígia Oliveira- Terapeuta casal, família e individual- (psicanalista)
Recife- PE  081-99678834
CONSULTÓRIO- AVENIDA ROSA E SILVA, 1206, EMPRESARIAL CASA GRANDE.
SALAS:606-607- AFLITOS
FONE: 081 999678834 



Muitas são as famílias e casais que nos procuram e trazem com eles o sofrimento e a esperança da melhoria do clima relacional.O terapeuta familiar de forma curiosa e respeitosa ouve a história de cada um, facilitando para que  o diálogo e a escuta sejam aprendizado de todos.

Em uma terapia de casal e de familia desenvolvemos os seguintes objetivos gerais:

 - Estudar junto aos familiares e  o casal o problema dito como principal e as dificuldades recorrentes, visando compreender o que desencadeou o problema, o que concorre para sua manutenção, quais os recursos possíveis à melhoria do relacionamento, rede de apoio afetiva, social, econômica...

- Trabalhar para que cada familiar ou cônjuge possa expor seus sentimentos sem precisar desviá-los para comportamentos agressivos, ressentidos, vingativos...

- Gerar entendimento familiar ou conjugal  no sentido de ver o problema  como responsabilidade de todos e não somente daquele que apresenta o sintoma.

- Exercitar a compreensão da importância do ouvir e do falar, podendo entender que conversar pode também significar discordar.

- Aprender a se comunicar de forma clara, verdadeira, respeitando os limites familiares, conjugais e individuais.

- Aprender a observar o padrão de comportamento nocivo e trabalhar, cooperativamente, para substituí-lo por outro mais saudável.

Importante ampliar o significado do processo terapêutico não só como um local onde vamos falar dos nossos problemas, mas também exercitar habilidades e talentos.



                                                               Lígia Oliveira -terapeuta de casal e familiar

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Brigas de Crianças x Comportamento dos Pais





Reportagem da revista Cláudia, abril de 2004,  fala sobre o comportamento dos adultos diante da briga dos seus filhos crianças.
O artigo ressalta a fala da pedagoga alemã,  Heike Baun, autora do livro, Estou Morrendo de Raiva! Lidando com a Raiva e a Agressividade das Crianças (Verus).
Diz Baun:
"Quando nós adultos nos envolvemos nas brigas, impedimos que as crianças se reconciliem sozinhas".
 
Assim sendo,  a pedagoga orienta que os pais ou os adultos, somente devem ajudar  ou intervir nas brigas infantis, em ocasião de agressão física.
Caso precise separá-los, os pais devem ser cuidadosos em não reclamar, ou se dirigir apenas a uma criança, vez que dificilmente existe um só culpado. Ou seja, ficarem  atentos a visão sistêmica do conflito infantil.
 
Continua Heike em sua orientação: " Eles precisam de voz calma capaz de promover o relaxamento. Com paciência e voz firme. Explique que sabe o quanto cada um está  zangado".
Após o período  mais crítico da zanga, com a situação mais relaxada, o adulto deverá conversar se dirigindo aos dois para que cada um tenha condições de expressar seus sentimentos, favorecendo uma conversa mais próxima .
 
É  essencial que os pais compreendam que a autonomia e o equilíbrio dos filhos é caminho que se cria, passo a passo com um olhar atento, conjunto ( pai e mãe), paciente, em um exercício de paciência, liberdade, coerência, limites e firmeza.
 
Refexão:
 
 Voltando ao seu tempo de criança, relembre um momento de briga com outra criança.
 Como os adultos mais próximos reagiram à briga? Qual foi o seu sentimento?
 Hoje, como voce tem agido em  relação às brigas com seus filhos?
 O que precebe que precisa modificar?

                            Lígia Oliveira- Terapeuta de casal e família

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Terapia Familiar- Trabalhando Recursos




Lembro  que ouvi de uma pessoa, que vou chamar de João, sabendo que eu era terapeuta familiar, a seguinte fala:
"Participei de algumas sessões de terapia, mas saía de lá de baixo astral. Só era problema".
Não querendo fazer observações acerca da prática da sua terapeuta, como também não sabendo quais as queixas da pessoa que me falava, e qual o contexto de toda essa sua narrativa,silenciei.Quase no mesmo momento, lembrei de uma conversa que gosto de dizer quando inicio um processo terapêutico com familas ou casais, e, repeti, dessa vez, para   o João.
"Em um primeiro momento, na terapia, procuramos identificar e compreender as influências do problema sobre a pessoa,e, aos poucos vamos identificando as  influências da pessoa  sobre o problema."

Não sei até que ponto João entendeu minha resposta.Olhou para mim, com ares de que não tinha se "convencido" do valor de um processo terapêutico. Quem sabe seria melhor se ele, depois, pudesse pensar sobre o que quis lhe fazer sentir. Não sei... Minha intenção não era o convencimento, e sim a reflexão.
Sabemos,que no processo sistêmico as fases de escuta e alternativas de solução ocorrem muitas vezes, de forma concomitante, e, que quando a família chega muito focada no problema é preciso respeito e curiosidade do terapeuta, no sentido de explorar as múltiplas faces da dificuldade, investindo, primeiro, no aprofundamento da queixa trazida.
Depois de um tempo dessa conversa, estava lendo o livro, Atendimento Sistêmico de Famílias/ Redes Sociais. vol.II, TOMOII( Juliana Gotijo,Ma.José Esteves, Sonia Vieira coelho, 2007) e encontrei modelos de entrevistas que me fizeram ampliar o meu olhar  terapêutico aos recursos familiares.Lembrei-me de João, e fiquei pensando como ele teria se sentido quando, junto com as suas dores, estivessem presentes perguntas que fizessem crescer nele e em sua família, força, apoio, otimismo realista...

Pedi emprestado algumas perguntas do livro, acrescentei outras e elaborei um roteiro de perguntas que, em momento oportuno ao processo de terapia, são trabalhadas com a família, compreendendo-se esse roteiro como uma trilha e não como um trilho. Agora, quero compartilhar essa dinâmica com voces.

Orientação da terapeuta, no momento da dinâmica familiar:


"Sabemos que a vida familiar tem suas dificuldades, mas, muitas vezes nossos olhos parecem não enxergar os pontos positivos que podem ajudar. Vamos fechar os olhos, voltar nosso pensamento, e refletir caminhos de melhoria através da nossa força familiar".


Conversamos acerca de explicações mais específicas e depois, terapeuta entrega prancheta e lápis para as respostas serem escritas. Após todas as respostas, trabalhamos a Resiliência Familiar.
.

 Reflexões:

Olhando para sua família, quais os principais sinais de força familiar?

Onde e como a família busca apoio nos momentos difícies?

Olhando para voce  e para toda a família, qual a principal qualidade de cada um  que
poderia ajudar à melhoria familiar?

Cite um problema que sua família conseguiu superar.

O que a família aprendeu com esse processo?

Escolha uma dificuldade que a família precisa olhar melhor para vencer.


Geralmente a ordem das falas das respostas, obedece a hierarquia familiar.
Ao término criamos um inventário dos reservatórios de força  familiar.


                                          Lígia Oliveira- Terapeuta Familiar e de Casal




 .

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Terapia de Casal -Ampliando o Olhar à Relação a Dois


Em alguns atendimentos na Terapia de Casal,  dependendo do momento de cada um,  e repeitando a demanda dos clientes, podemos juntos, desenvolver uma dinâmica, onde temas de resiliência conjugal possam ser refletidos.
O processo é explicado ao casal, e quando compreendido e aceito,  realizado de forma dialogada e com liberdade para ser complementado pelos cônjuges, fato que na maioria das vezes acontece e enriquece a reflexão.
Abaixo registramos as perguntas:
   Qual foi a última gentileza que voce fez para o seu par?
   Qual foi a última gentileza que voce lembra seu par ter feito para voce?
   Em relação ao item gentileza do casal o que voce gostaria de manter na sua relação
   afetiva? Cite uma vivência.
   Fale sobre um comportamento positivo do seu par;
   Fale sobre um comportamento positivo seu.
   Coloque notas de 1 a 10 nos seus comportamentos em relação ao seu par:
   (10 quando muito frequente e assim por diante).
                                            Atitudes minhas em relação à vivência conjugal:
            Aproximação:
        
            Ajudar
            Cuidar
            Entender
            Confiar
            Pedir mudanças
            Cooperar
            Estimular
            Negociar


            Fuga:

            Negar
            Ignorar
            Desprezar
            Afastar-se
            Calar
            Controlar 
            Manipular
   

            Ataque:

             Criticar
             Desvalorizar
             Rejeitar
             Dominar
             Ameaçar
             Punir
             Agredir

    Obs - Os itens acima foram apresentados em uma Tabela do livro: Não Discuta
     a Relação - Patricia Love e Steven Stosny.
     Para finalizar, perguntamos:
     O que voce avalia que seu par agradeceria a voce?
     O que voce agradeceria ao seu par?
Nessa dinâmica há um investimento na utilização de linguagem que aproxima o casal. O terapeuta  motiva em vez de convencer. É reforçado o papel de sujeito de cada cônjuge, como ainda a necessidade de cada um sair do "lugar de espera", paralisado pelas queixas e o aguardar que o outro dê o primeiro passo.

                               Lígia Oliveira - terapeuta de casal/ familiar e psicanalista
 


quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Terapia Familiar e Famílias Com Adolescentes






A adolescência  caracteriza-se por ser um período de contínuas mudanças físicas, emocionais,afetivas, de pensamento, sociais, de relacionamento...
Dia a dia, o adolescente vai alargando sua visão de mundo para além das fronteiras familiares, ou seja, vivências  que extrapolam as orientações e o amor dos pais.


Nesse processo, o adolescente parte em busca de aceitação do grupo o qual faz parte, ampliando suas visões, mediante a conquista de novas amizades, ideias, valores e comportamentos. Tudo isso vai legitimar ao adolescente seu "novo olhar" sobre a realidade que se descortina para ele.
Esse descortinar traz também ao mundo "secreto" do adolescente uma convivência com novos conflitos os quais podemos resumir nas seguintes reflexões:


         O que quero?      Não quero?    O que posso?      Não posso?
         O que é certo?    Errado?           Por que meus pais não me entendem?
         Não quero falar agora    Quero ficar só.     O que pensará meu grupo?
Pensamentos e sentimentos de ambivalência são recorrentes pois o adolescer reforça a autonomia, todavia, também traz sentimentos de prazer, medo, dúvidas, certezas, culpa, raiva, arrependimentos, alegrias...
Por mais que os meios de comunicação, escolas, palestras, terapeutas procurem explicar sobre esse ciclo de vida, é natural que existam conflitos afetivos e de autoridade entre pais e filhos, conflitos esses que,  em muitas ocasiões, são passos de uma dança na qual  os dois perdem o ritmo, a paciência e o controle.
Em relação aos pai, observamos que alguns deles ao lidar com os filhos, reforçam modelos idealizados em motivações próprias, tentando consciente ou inconscientemente, transferir aos seus filhos sonhos e  expectativas. Essa postura, na maioria das vezes, pode ocasionar o desenvolvimento de conflitos e frustrações recíprocas.


É importante, nesse momento, entender os movimentos dos pais e filhos. Os filhos vivendo um  despertar legítimo do querer se diferenciar dos pais para a construção de uma identidade e uma   autonomia próprias e os pais ainda muito confusos pelo sentimento de perda do exemplo deles como modelo para o filho e, quem sabe também, não querendo aceitar a perda da "sua criança".
McGoldrick, no seu livro As Mudanças no Ciclo da Vida Familiar, 1995, explica que os pais de adolescentes, quando procuram a Terapia Familiar, costumam chegar sentindo-se confusos, zangados, e descontrolados e apresentam posturas que refletem, naquele momento, a incapacidade deles em lidar com as  " tarefas" da adolescência.



Abordando de forma breve, a ação da Terapia Familiar com famílias de adolescentes podemos dizer que no início é direcionada à família como um todo,  para avaliação conjunta dos padrões de comportamentos, principais dificuldade, e significados para cada um e para a família em geral. Depois dessa visão geral, na maioria dos casos, existe a necessidade de encontros separados, ou seja, sessões com os pais e com o filho.
Nesses encontros é feito o acolhimento das necessidade, desejos, ideias, mágoas e procura-se clarificar as leituras e significados desses fatores e suas influências tanto na dimensão interna como nas situações práticas do relacionamento familiar.
Em relação aos pais facilita-se uma volta à adolescência de cada um  investindo na compreensão dessa fase na vida. Essa experiência muito ajuda aos pais fazerem uma volta aos seus significados vivenciados, aos significados atuais dos seus filhos, procurando-se olhar o que precisa ser compreendido em função dos novos padrões de comportamento sociais, como também as regras e valores de cada família.


Voltando ao processo mais amplo, família toda reunida, há uma orientação ao olhar da família, aos ciclos familiares, padrões positivos e negativos, papéis e funções familiares,  fatores internos e externos que poderão estar contribuindo para a dificuldade e a melhoria do relacionamento familiar.
Em algumas situações, dependendo da demanda da família, torna-se necessário que o terapeuta familiar explique aos familiares a necessidade de desenvolver um trabalho conjunto com redes de apoio  de uma equipe terapêutica multidisciplinar.


               Lígia Oliveira - Terapeuta familiar e de casal


Obs- O texto teve como base de leitura o Capítulo 12 do livro As Mudanças no Ciclo da Vida Familiar- McGoldrick, Artmed, 1995

domingo, 23 de setembro de 2012

Oração: Palavras Que Acalmam





















Na  sala de espera de um consultório médico ouvi uma senhora falar para seu acompanhante: Nesse momento estou precisando de palavras que acalmem. Procurei ouvir a resposta do acompanhante, mas não consegui. Vi, apenas, um acenar de cabeça, de cumplicidade. Fiquei pensando no que aquela senhora queria dizer( parecia aflita), e no como o seu acompanhante teria compreendido aquele desabafo.
Depois do fato, essa fala ficou vibrando dentro de mim. Venho andando por um caminho que tem como parada final a Serenidade. Um lugar interno que me transmita ondas de paz e serenidade. Alguém,( meu querido terapeuta Filipe)já me fez refletir que nesse caminhar,o processo é mais importante que a linha de chegada. Hoje, aos poucos vou também aprendendo desse jeito. Que bom!Vamos incorporando falas e histórias daqueles que, em nossa vida, fizeram a diferença para melhoR.
Conversando comigo mesma, quantas vezes procurei por palavras, mensagens, idéias através das quais eu pudesse ter a serenidade mais presente na minha vida.
Então lembrei do livro: Ao Encontro Com Voce Mesmo, frei Angelino, 2004. Velhinho franzino, de voz mansa e quanta sabedoria!( Obrigada frei Angelino, obrigada Rúbia por ter me dado esse tão feliz presente).
Seus textos despertaram em mim mais amorosidade e paciência com aquilo que não podia mudar .Quantas das suas  palavras me traziam a seiva necessária para alimentar minha paz interior:

" Deus encontra um espaço para ultrapassar o que eu sinto no meu eu". Entendia o que ELE queria dizer:
"Conte comigo, minha presença nunca é uma ameaça para subjugar voce, para tornar voce dependente, mas como amigo articulado comigo, livremente e amorosamente. O Sopro vai cuidar de voce daquilo que estava sem controle".
Palavras que me ajudavam a repensar sobre meus apegos excessivos, meus muitos entulhos interiores, carências preenchidas com materiais tóxicos, e o que precisava fazer para mudar meu olhar e minha postura. Esse percurso, também me sinalizava o referencial de força que tinha dentro de mim.
Sim, eu como aquela mulher da sala de espera, também estava precisando ouvir palavras que me acalmassem. Todavia, aprendi que esas palavras também poderiam ser faladas por mim e para mim.
Percebi que iria ajudar muito vivenciar o aprendizado  da fé realizante e  o poder da oração, que quando de dentro da gente, é  entrega verdadeira de amor e confiança em um poder Transcendente,e, transformam-se em palavras que nos acalmam e nos fazem seguir em frente com alma renovada.
Fiz do livro falado um amigo silencioso,  cada dia mais presente. Aprendi com suas palavra amigas a importância da oração: "Orar é acolher Deus dentro de mim. É experimentar Deus e não apenas colocar  nosso pensar com palavras para Ele nos ouvir".
É através da nossa conversa com Deus que podemos ir compreendendo a ter mais aceitação do nosso momento presente, seja ele qual for ( para mim, etapa das mais difícies), com os nossos pés no chão, e com um coração de esperança.
Importante dia a dia, irmos reforçando nossa vida caminhante na oração, sendo essa o fio condutor para uma vida mais repleta de serenidade e simplicidade.  Essa direção não é só uma experiencia nossa, mas, fundamentalmente, um trabalho em nós,"ação criadora do Sopro Divino com a nossa participação"

            Lígia Oliveira - Terapeuta de Família, Casal e psicanalista..

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domingo, 2 de setembro de 2012

O Processo da Separação- Terapia Familiar - Parte Dois







Parte Dois

Nas leituras sobre o Processo da Separação, em relação as reações emocionais dos parceiros, são observados diferentes comportamentos, os quais vão depender também dos motivos e contextos da separação. Alguns se referem a um período de  grande  sofrimento, outros relatam que sofreram menos e alguns reforçam uma sensação de alívio.

Não queremos aqui negar o impacto de uma separação. Observamos que o processo traz aos ex- cônjuges uma complexa carga de energia emocional, vulnerabilidade, nos mais diversos níveis, vez que eles precisam investir esforços afetivos, no sentido de se desconstruirem em muitos segmentos, os quais tinham como complemento o  ex-parceiro.

No que se refere à concepção de casamento, o estudo, registra uma diferença em relação ao homem e a mulher: Enquanto a mulher ver o casamento como " uma relação amorosa", o homem reflete o casamento como "uma constituição de família". Por essa razão é mais fácil de compreender o porquê da maioria dos pedidos de separação serem por parte das mulheres, pois quando a parte afetiva da relação está mal, e caminha para maior dificuldade, muitas mulheres falam em separação.

Observamos várias fases ao processo de separação, as quais, didaticamente, são divididas da seguinte forma:
            Desejo da separação
            Decisão da separação
            Processo da separação
            Reconstrução da Identidade Individual 

Percebemos a existência de duas fases emocionais no processo de separação conjugal: A primeira diz respeito a vivência de sofrimento mais profundo trazendo sentimentos como: baixa autoestima, tristeza, raiva,mágoa, conflitos frequentes, abandono, traição,dúvidas, medo, ambivalência...

A segunda fase, após adequação de alguns fatores, as pessoas começam a investir mais na valorização da sua auto percepção, como ainda em alternativas pessoais, afetivas e emocionais que visem soluções mais claras e saudáveis, com  emoções menos negativas. Nessa etapa, na maioria dos casos,  as feridas já estão cicatrizando, e, o aprendizado de todo processo trouxe crescimento para um fortalecimento da Identidade Individual na busca de alternativas mais saudáveis,e,quem sabe  postura mais atenciosa na construção do Nós nos próximos relacionamentos.


                      Lígia Oliveira- Terapeuta de Família e Casal

Obs- a- O texto teve como base de leitura o artigo: Separação: o doloroso processo  de dissolução da conjugalidade- Terezinha Féres -Carneiro
www.scielo/pdf/epic/v8n3/19958./pdf

b- Na temática sobre  separação conjugal  não abordamos casais com filhos.
    
    


O Processo da Separação e Terapia de Casal- Parte Um


O processo da separação é explicado tanto pelos homens como pelas mulheres como de muita dor. Assim sendo observamos na nossa prática clínica que muitos casais, em sofrimento,continuam juntos, para poderem confirmar se o casamento está acabado, ou não.

Torna-se essencial entender que um  processo de separação, requer cautela  e um olhar cuidadoso, onde deverão ser clarificados muitos aspectos significativos do relacionamento conjugal, suas dificuldades e possibilidades, recursos e limites.É importante que o  par, quando procura pela Terapia de Casal, possa  saber que a função da Terapia é facilitar a compreensão da comunicação entre os dois, clarificar os principais pontos de distanciamento e aproximação conjugal,e, investir na saúde emocional e afetiva dos dois. Diante dos resultados compartilhados, os parceiros tomarão a decisão em relação ao percurso a ser escolhido.

Estudo realizado por Terezinha Féres, tendo como base casais de classe média carioca na idade entre 25 a35 anos e 45 a 55 anos em 2002, traz como resultado várias visões sobre o processo de separação conjugal. Visões as quais utilizo nesse texto para melhor compreensão dos leitores.
 
Féres- Carneiro, 1998,fala:"Embora a separação possa ser, às vezes, a melhor solução para o casal, cujo os membros não se consideram capazes de continuar tentando ultrapassar suas dificuldades, ela é sempre vivenciada como uma situação, extremamente, dolorosa, havendo um luto a ser elaborado. Enquanto os homens enfatizam mais os sentimentos de frustação e fracasso, no processo da separação, as mulheres resaltam sobretudo, a vivência de mágoa e solidão".


Caruso, 1989, fala que estudar a separação amorosa, significa estudar a presença da morte na vida, ou seja: os cônjuges vivenciam uma sensação de morte recíproca. Cada um tem que morrer, em vida, dentro do outro.
Féres ressalta que muitos casais buscam a terapia com a intenção de uma separação "bem resolvida",e, à medida que a terapia acontece entram em contato com o desejo, talvez inconsciente de continuidade do vínculo. Contudo, há também aqueles casais que tem como objetivo terapêutico continuarem a relação, e, mediante as sessões se resolvem pela separação.  Assim sendo, retorno a explicação que  foi mencionada anteriormente: a decisão do casal será uma responsabilidade dos dois.

Um dos pontos mais falados no que se refere ao processo da separação é o sofrimento  pelos períodos de solidão e lembranças.O caminho vai sendo seguido, pouco a pouco, através de um complexo percurso de desconstrução da vida a dois, ou seja do Eu- Conjugal, ao mesmo tempo que vai se tornando necessário, um olhar mais individual em busca de novas responsabilidades, projetos afetivos, pessoais....

Se inicialmente o sentimento de solidão batia mais forte, com o passar dos dias, vai sendo experenciado um maior conhecimento de si, como também de liberdade, pois o trabalho direcionado à desconstrução do olhar a dois, trará, aos poucos, um reconstrução da identidade emocional.

                         Continua no próximo texto


terça-feira, 28 de agosto de 2012

Só e Bem Acompanhado




Somos por natureza animais gregários e dependentes do relacionamento com o outro.
Ao nascermos, precisamos do cuidado de alguém, sem o qual não sobreviveríamos.


.Assim sendo, vamos percebendo, pouco a pouco, como nossa vida pode ganhar um colorido mais limpo e mais pesado, dependendo do nosso relacionamento com as pessoas, sejam essas familiares, e demais pessoas que fazem parte do nosso ciclo de relações. Sim, preciso do outro, da mesma forma que ele precisa de mim.
Estava pensando nessa caminhada compartilhada, quando não sei porque, me lembrei de um programa de t.v., no qual os entrevistados falavam sobre o seguinte tema: Só e Bem Acompanhado
Eram pessoas, adultas, mais ou menos na faixa entre os 45 a 60 anos, que optaram por viver sós ( apenas um vivia com a esposa).
Escolheram viver sozinhas longe do barulho das grandes cidades e de todo o burburinho que essas cidades trazem.Os motivos dessa opção eram os mais variados: espirituais, profissionais, existenciais..
.
Interessante perceber que todos os entrevistados, naquele momento, não pareciam amargurados com o passado, revoltados, magoados nem queriam convencer o público sobre as suas escolhas. Meu sentimento, de maneira geral, é que todos tinham uma sutil energia no olhar: uma sensção de liberdade. Falavam uma língua comum sobra a forma de viver sozinhos sem sentirem solidão. Explicavam, cada um do seu modo, que tinham aprendido a viver no presente e aceitar as condições que a vida os ofereciam.( Penso eu: acomodação? medo? egoísmo? desapego? sabedoria?)
Ao contrário do que os outros pensavam, no meu perceber, eles eram preenchidos por uma sensação de paz e completude.
Um deles falou  que entendia que sentir-se só,  tem principalmente, relação com o eu interior e com as nossas carências, do que com a falta de alguém ao nosso lado.
Ao término do programa fiquei cheia de indagações.
Como, ao meu modo, poderia ampliar o sentido de solidão na minha vida? Avalio que seria bom se eu refletisse mais um pouco sobre a parte conceitual da solidão falada pelos entrevistados e não na parte prática. Não desejo me isolar e viver sem as pessoas queridas por perto.
Penso que primeiramente, precise olhar para a emoção da solidão de uma forma mais relativa, mas principalmente compreender, de frente, quando responsabilizo,somente o outro, pela minha solidão.
Afinal quais as minhas carências que precisam ser preenchidas para que eu fique comigo mesma e em boa companhia?
Reflexão:
Quais os momentos que voce se sente só?
Qual a emoção que vem junto?
Como voce responderia o último parágrafo?

                          Lígia Oliveira - Terapeuta de familia e casal

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

E a Sua Conversa Com Voce Mesmo ?



     E A SUA CONVERSA COM VOCÊ  MESMO?     www.terapiacasalefamilia.blogspot.com

Quantas vezes já ouvimos a afirmação: Somos aquilo que pensamos.

 Seguindo nessa linha,  poderíamos acrescentar como consequência dos nossos pensamentos: Somos aquilo que escolhemos, permitimos, alimentamos...

Nos construimos racional e emocionalmente, mediante a combinação dos nossos pensamentos e afetos com as nossas ações. Desta forma, aos poucos, escolhemos caminhos e deixamos outros, sem percorre-los. Incorporamos valores, expectativas, crenças, prêmios,vazios, muros, amores, muitos dos quais apreendidos pelas heranças familiares, como ainda, reconstruídos por cada um de nós, através de novos olhares, que vamos reeditando pelo caminho.

Paremos para refletir:
Como ando conversando comigo mesmo?
Quais as minhas falas que são centrais no meu diálogo interior que funcionam como base na forma como construo a minha vida?
Como está a sintonia do diálogo que "cobro" do outro com a minha conversa interior?
Alguns poderão dizer: Sei lá... Para que complicar? Todavia, avalio que se voce parou e leu o texto até essa parte,tem interesse em reforçar esse olhar.

Nessa parada é essencial que observemos melhor sobre o que queremos, onde pretendemos chegar, responsabilidades, expectativas,  prioridades, compreendendo as  condições e os contextos.
É frequente, em todos nós, a prática de pensamentos que chamamos de "automáticos". São pensamentos que vem à nossa mente e não refletimos, nem questionamos sobre eles. Simplesmente, os repetimos e os aceitamos como verdadeiros.

Uma conversa atenciosa conosco, trará luz  a essa automatização, pois nos ajudará a definir aqueles pensamentos que  nos prejudicam, carregados de negatividade, culpas, recriminações, medos , submissões, mágoas, arrogância... daqueles pensamentos que nos trazem experiência de crescimento individual e relacional.


E aí?  Qual a conversa interior que você vai querer começar?

                      Lígia Oliveira- Terapeuta de Casal /Família e Psicanalistista

sábado, 18 de agosto de 2012

- Terapia de Casal- Aprendendo a Ser Casal- Parte II






Em relação aos tres níveis de programas voltados ao do casal focando a aprendizagem e o exercício de condições mais saudáveis, observamos que o mesmos apresentam uma caractéristica comum: A prevenção.
Os programas tem como pilar de sustentação, o trabalho direcionado aos cônjuges, para que os mesmos aprendam a resolver,  de forma funcional, os possíveis conflitos e diferenças que serão trazidos pela passagem dos diversos ciclos da vida em comum.

Importante falar que grande parte dos casais vão em busca de ajuda com o clima conjugal muito contaminado por aspectos negativos. Caso essas dificuldades fossem trabalhadas, preventivamente,teriam mais  chances de serem melhor resolvidas.
Os programas de educação conjugal trabalham os padrões de comunicação do par, através do treino de uma escuta mais atenciosa, formas menos agressivas e reativas, maneiras mais  eficazes de negociação e acordos.

Mediante dinâmicas, são colocados à luz, os fatores de risco e proteção relacional, com a atenção também voltada aos contextos, ou seja, aos extressores internos e externos.
Os principais fatores trabalhados nesses programas se dividem em dois: fatores estáticos e fatores diâmicos( Halford, Markman, Hline e Stanley, 2003).
Os estáticos são aqueles que não podem ser mudados como: família de origem, idade dos cônjuges, fase do ciclo de vida, filhos e uniões anteriores,casamento prematuro, pais, divórcios dentre outros.
Os dinâmicos são os fatores que podem ser modificados como: expectativas sobre o casamento, padrões de comportamento,capacidade de adaptação, habilidades para resolver conflitos, falta de comprometimento para com a união conjugal, crenças, atitudes...

Os programas que estão no nível educativo/assessoramento tem como objetivo a orientação aos casais voltados à compreeensão de dinâmicas preventivas, antes dos sintomas se fortalecerem. Nesses programas, são utilizados questionários com perguntas estratégicas, como primeiro instrumento de estudo, partindo-se da realidade dos casais. Em seguida os temas são discutidos para uma maior clareza das dúvidas, negociações e acordos a seguir.

Em se falando de Brasil, observamos poucos programas voltados à área preventiva da administração dos conflitos conjugais. Vemos algumas iniciativas de instituições religiosas. Contudo, no segmento terapêutico, percebemos uma cultura maior da procura por ajuda quando as relações já estão adoecidas.
Em relação aos grupos terapêuticos que visualizam a educação conjugal, esses utilizam dinâmicas e técnicas voltadas ao comportamento do par onde os casais possam compreender e melhorar seus processos de comunicação, resolução de confitos, afetividade, diferenças e semelhanças, intimidade afetiva...
"Cabe ressaltar que, na proposta de educação conjugal, todas as técnicas utilizadas vão servir como modelos externos aos casais, proporcionando a eles uma referência para outras possibilidades de interação". ( Osório, 2011)

                               Lígia Oliveira- Terapeuta de Casal e Famili

Obs- Base de leitura para o texto: Manual de Terapia Familiar, vol. II, cap.21, Luiz Osório, Elizabeth do Valle e colaboradores,Porto Alegre, 2011 . 

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Terapia de Casal- Aprendendo a Ser Casal- Parte I







 É muito importante  que o olhar terapêutico voltado`a conjugalidade, nos trabalhos direcionados à dinâmica conjugal, não se fixe com mais atenção à parte "doente" da relação. É essencial ser dado igual valor às potencialidades e aos recursos do par. A busca não pára na "patologia conjugal": Nós terapeutas sistêmicos, precisamos também, vivenciar junto ao par, seus recursos de força, humor e resiliência, muitas vezes esquecidos, em função do olhar paralisado na dor e na "culpa" do outro.
Observamos o crescimento, em alguns espaços religiosos e também terapêuticos, de grupos de casais participando de estudos e vivências com objetivos  motivados à aprendizagem de habilidades que favoreçam condições de bem estar, no dia a dia.


Nos espaços terapêuticos, os casais com a facilitação de um terapeuta, revisitam suas dificuldade emocionais, ao mesmo tempo que visualizam quais os recursos para que essa "dança" entre no compasso e no rítmo.
Sabemos que nesse bailado é natural  que os casais saiam do rítmo, errem os passos, relembrem quais os passos que os ajudam e quais os que os paralisam, tenham vontade de fazer piruetas, e sintam desejo de dançar abraçadinhos.

Voltando para uma linguagem menos metafórica, a educação voltada à melhoria conjugal, procura adequar a compreensão dos fatores de risco e proteção da conjugalidade às condições do par. Nessa perspectiva, o casal, passo a passo, poderá ir construindo e exercitando habilidades de comunicação e convivência de forma afetiva e efetiva.


" A educação conjugal está definida teoricamente como um treinameento preventivo/educativo. 
 A intervenção visa a engajar os membros do casal em um processo de aprendizagem, reflexão, conscientização e treinamento de habilidades  no intuito de que estabeleçam relações com melhores níveis de saúde e estabilidade "( Osório, 2011).
As participaçãoes dos facilitadores que atuam com objetivo direcionados à educação para a conjugalidade podem ser divididas em tres níveis( Ríos Gonzáles, 1994):

                         1- educativo
                         2- assessoramento/ aconselhamento
                         3- terapêutico
                       
 No próximo texto faremos a complementação dos programas que trabalham a aprendizagem da melhoria da conjugalidade.                    

                              Lígia Oliveira- Terapeuta de Casal e Família.

Obs- Base de leitura para o artigo: Educar para a Conjugalidade. Que a Vida Não Nos Separe.
          Adriana Wagner e Clarisse P. Mosmann. Manual de Terapia número ,II, 2011

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Quanto Tempo Eu Dedico Para Minha Transformação?








A pergunta acima pode parecer estranha para algumas pessoas,  e também muito próxima para aqueles que se motivam no percurso da auto-reflexão. Não falo aqui de um caminho penoso e sim da criação de momentos dedicados a tempos, fatos, pensamentos e sentimentos direcionados à vontade e vivência de um olhar desejoso de compreensão desarmada, quem sabe levando a vida  a ser reinventada, dentro de um compromisso( não digo obrigação), com mais espontaneidade, sinceridade, flexibilidade, amorosidade, acolhimento e também fazendo as "pazes" com nossos limites.
Importante  lembrar que nessa nova "agenda" de vida é imprescindível a espiritualidade, ou seja, ampliação do sentido do nosso caminho, nos mais diversos segmentos.
Muitas vezes passamos um existência inteira, brigando com certos aspectos  nossos, dos outros, das situações, os quais amargam o nosso gosto de viver.
Que tal observarmos com mais atenção, as páginas da nossa agenda que merecem ser relidas, transformadas, aceitas ou apenas serem, sabiamente, deixadas de lado.
É significativo que também reflitamos sobre esse jeito nosso de estar querendo sempre "consertar" as  coisas ou querê-las, na maioria dos momentos, que sejam da nossa forma. Quem sabe não seja preciso, primeiro, compreende-las ou vê-las pelo lado do outro? Caminhos repletos de desculpas, atalhos, justificativas, na maioria das vezes por nós adiados, ou pouco caminhados.
Precisamos avaliar nosso processo de relacionamento conosco, com o outro com as situações da vida. Observemos quando nossos relacionamentos estão tóxicos com tudo isso.Relacionamentos tóxicos nos adoecem,  muitas vezes também nos cegam.
É essencial que aprendamos, através do aprofundamento da nossa leitura interior, que saibamos, quais as nossas bagagens que necessitam ser descarregadas, e quais as que deverão ser cuidadas e aprimoradas
.
Quando encaramos de frente nossas dificuldades, elas não nos parecem tão fantasiosas, e, damos chance à mudança, mediante os nossos recursos. Sinto que esse caminho pode funcionar como um bom toque de despertar, como ainda, e, principalmente, nos mostra a quantidade de coisa boa que temos dentro da gente e que precisamos vivenciar e aprimorar.

Essa vontade de parar e olhar sobre o que precisamos evoluir nos prepara à "luta" pela busca de uma vida maior e melhor, enquanto o medo nos  paralisa e nos coloca, presos, de frente com o adiamento de uma vida mais feliz.

                            Lígia Oliveira- Terapeuta de casal e família

segunda-feira, 2 de julho de 2012

"Gestando" os Filhos Para a Vida







Em algumas situações volto à lembrança falas que denunciavam meu jeito super protetor de cuidar dos meus filhos.
Relembro como em momentos perigosos( nem sempre tão perigosas assim), meu primeiro impulso era colocar meus filhos "debaixo das minhas asas", as quais se multiplicavam em mais de mil.

Entendia, racionalmente, que essa atitude era prejudicial à aprendizagem da independência e a autonomia dos meus rebentos.Todavia, ao menor sinal de perigo, lá estava eu, buscando resguardá-los dos perigos do mundo.

Mais pra frente, no início da adolescência, eu agora mais aberta aos reclamos do meu marido e dos questionamentos dos meus filhos, fui treinando a diferenciar, vagarosamente, prevenção, cuidado afetivo, de superproteção e necessidade de controle excessivo.

 Fui aprendendo a "recolher minhas asas" e a compreender que meus filhos já precisavam e sabiam dar seus voos. Ufa! Difícil, mas muito necessário. Não só para eles, mas também para nós como pais, para o relacionamento familiar, conjugal...
Dentro desse caminhar é significativo entender que uma educação voltada à autonomia e a autoconfiança, não significa excesso de liberdade e falta de acompanhamento dos pais.
O estabelecimento e o monitoramento dos limites, do nosso papel de pais, da nossa autoridade é estruturante à aprendizagem para que sejam compreendidos e vivenciados direitos, deveres, regras, acordos de convivência, respeito, incorporação das decisões e suas consequências...Só através desse valores voltados a si , ao outro, à sociedade, "gestaremos" uma família autoconfiante e independente.

Como pais atentos percebamos que em cada ciclo dos nossos filhos temos a oportunidade de desenvolvermos juntos, novas habilidades e treinos os quais  nos preparam à experiências nas mais diversas competências, sabendo-se que a autonomia e autoconfiança responsáveis são partes de um processo que se vive, de forma atenta, passo a passo.Assim sendo devemos estar alertas em saber diferenciar as situações da necessidade de controle, intervenção aos nossos filhos, com o momento de soltá-los.

É essencial que que também aprendamos juntos com os nossos filhos, mediante uma grande professora: A vida. Atentemos para olhar para fora da família e percebamos as situações nas quais precisamos dar aos mãos a esse ensinamentos, como ainda sabermos descartá-los, quando prejudiciais. Aprender a fazer esse balanço é enriquecedor e prepara para a vida lá fora e  dentro da gente.

Gestar filhos voltados à autoconfiança, independência e autonomia requer que nós enquanto pais, entendamos a necessidade de estarmos presentes, de forma afetiva e efetiva, firme e cooperativa. Importante que saibamos dá o apoio nas horas mais difíceis, a motivação nas horas de dúvidas, o colo na hora do choro, o sorriso na hora da alegria, mas também, soltemos,conscientemente, nosso filhos nas horas que eles precisam andar com seus passos e aprendam, mediante tentativas, acertos  e erros a construírem suas estradas, as quais se iniciam a partir dos primeiros meses de vida

Essa construção é experenciada na família, dia a dia em um cotidiano repleto de momentos para incentivá-la
.
"Dai aos filhos raízes, depois asas"- Provérbio chinês.

                   Lígia Oliveira- Terapeuta de Casal e Família.

domingo, 24 de junho de 2012

Melhorando meu Relacionamento com o Tempo




" Mariana arruma tempo para tudo e consegue com seu jeito organizado fazer o que foi planejado.Quando olho para mim, me vejo meio perdida no meio de tantas tarefas, muitas inacabadas e uma sensação no peito de tempo perdido".
Importante atentar para a citação acima e observar melhor o comportamento das pessoas em relação a sua forma de administrar seu tempo e a ansiedade diante de tantos afazeres do cotidiano.
Percebemos que aquelas pessoas que sabem "aproveitar" bem o tempo, desenvolvem várias atividades e  têm motivação e disposição para seguir em frente. Aquelas que não trabalham essa habilidade, se atrapalham, nessa administração, seja por escolherem não adequadamente as ações, por um padrão comportamental pouco voltado ao planejamento e também à procrastinação( adiamento constante do que precisa fazer, deixar para a última hora).
As pessoas que conseguem uma boa relação com o tempo, falam que um dos maiores segredos é planejar, fazer uma tarefa de cada vez,  terminar cada coisa, para só depois partir para a próxima. Em outra palavras: Estabelecer prioridade, ritmo e foco.
" O mundo sempre vai nos pedir um milhão de coisas. Mas não podemos esquecer que o tempo é nosso tesouro e a oportunidade de ganhar ou perder", reforça a professora Flávia Rodrigues, em uma entrevista dada a uma revista que fala sobre comportamento.
Os fatores extressores externos como trânsito, cobranças no trabalho, familiares, afetivas, dificuldades financeiras, podem propiciar ainda mais um desgaste nos nossos compromissos.
Quando queremos melhorar nossa relação com o gerenciamento do nosso tempo, no início pode ser difícil mudar hábitos já cristalizados. É essencial que, de forma atenciosa, consigamos entrar em um acordo entre nosso tempo e as nossas demandas pessoais, sociais, familiares, afetivas, profissionais....
Observamos que na ocasião dos primeiros passos em direção a essa organização, se seguimos com determinação, começamos a vivenciar momentos de mais harmonia, menos ansiedade, e no caminho desse percurso vamos nos sentindo mais habilidosos com os nossos horários, tendo o cuidado para não ficarmos escravos do relógio, aprendendo a usá-lo a nosso favor. Ou seja, abandonamos o nosso lugar de vítima do tempo, a reclamação de estar, continuadamente, colocando a culpa em fatores externos, e assumimos, de fato, nossa reponsabilidade em usar o tempo como um aliado.
Refexão:
Como me observo em relação à administração do meu tempo?
Em que percurso me coloco: Deixo para última hora,
sou ansioso e quero fazer tudo rapidamente, ou
procuro fazer do relógio um aliado?
Em que área da minha vida preciso melhora em relação  à  minha relação com o tempo?

                      Lígia Oliveira - Terapeuta de casal e família