segunda-feira, 16 de junho de 2014

Nossa Coleção de Apegos




   NOSSA COLEÇÃO DE APEGOS
Nossa forma de amar traz, na sua bagagem, a vivência das condições pelas quais aprendemos sobre o amor. Alguns falam que esse "inventário amoroso" tem a sua origem na infância; outros, que até antes.
Bowlby, estudioso dos fatores psicológicos, criou uma teoria acerca do como desenvolvemos nossos apegos: A Teoria do Apego.
Claro que aqui vou apenas citá-la como fonte de estudo para quem quiser, depois, aprofundar-se sobre o tema.
Bowlby revela a importância de observarmos nossso primeiros modelos relacionais e as "marcas" que trazemos da infância, mediante esse aprendizado do amar. Classificou os apegos na sua Teoria da seguinte forma:
    - Apego Seguro: Quando a criança sente confiança no vínculo afetivo em relação a sua figura cuidadora, que na grande maioria das vezes é a mãe.A pessoa tem na figura dos seus pais modelos de segurança e intimidade, que estão disponíveis à ajuda em momentos decisivos da criança. Reforça-se a postura positiva de enfrentamento às dificuldades e a curiosidade para explorar o mundo, sem se desenvolver por parte da criança sentimento de abandono.
     - Apego Ansioso: Quando a criança sente dúvidas, ambivalência, em relação ao vínculo  afetivo da sua figura cuidadora. A pessoa sente-se incerta quanto à forma dos pais terem a disponibilidade para ajudá-la e amá-la, apresentando comportamento ansioso, temendo a vivência da separação.
      -  Apego Ansioso com Evitação: Quando a criança sente-se rejeitada pela sua figura cuidadora.Caracteriza-se pelo apego onde o indivíduo não tem confiança nos pais, temendo sempre a rejeição por parte deles.Os que vivenciam esse apego, em grau elevado, podem superar a insegurança tornando-se  auto-suficientes.. Esse modelo resulta de um comportamento repetitivo de rejeição materna, experenciado pelo filho.

Observamos que nossa forma de amar,  responde psicológica, afetiva e emocialmente as nossas primeiras figuras de apoio, cuidado e amorosidade.. Bom seria se todos tivessem a vivência de um apego seguro. Contudo não é dessa forma que a vida acontece.

À medida que vamos seguindo nos ciclos da vida, dependendo das nossas experiências e das formas pelas quais as compreendemos, teremos mais chances, ou não, de irmos olhando as nossas heranças e transformá-las em conceitos e atitudes próprias. Nesse movimento de crescimento, poderemos querer ver, nossas atitudes mensageiras de comportamentos que nos limitam e as  que nos ampliam, a fim de desenvolvermos clareza sobre onde queremos investir .
 Em relação ao nosso apego, precisamos ficar atentos, vez que a luzinha do desconforto, da ansiedade, do medo... nos informa a diferença de quando esse apego é apenas cuidado, proteção,ou quando o comportamento fica refém de sentimentos que nos empobrecem.
O apego emocional excessivo é algo que nos aprisiona,  nos tira a paz e a espontaneidade.
O que seria então o apego excessivo? Penso que ele acontece quando damos exagerdo valor a pessoas, objetos, pensamentos, situações, princípios, rotinas... Comportamentos esses que nos deixam presos dentro de um sentimento de posse e controle do "objeto amado". Nesse caminhar, muitas vezes, sentimos sintomas que nos colocam lado a lado com a ansiedade, desconfiança, dependência, controle... os quais poderão  propiciar, mais na frente,  doenças psicossomáticas.
Então qual seria o caminho para o desapego? Reflito que antes de tudo, não seja o de demonizar  aqueles  que são muito apegados, e, também não ficar com o dedo apontado, dentro de uma postura crítica.

Que tal  começarmos pela lista dos nossos apegos? Ir colocando, devagarinho o controle pela vida, aos filhos, ao marido, namorado, amigos, idéias, verdades...

Sim, mas não vale achar que está desapegado, quando esse movimento é vaidoso e esconde a vontade de mostrar para o outro a nossa "superioridade". Mera exposição do ego.

 Volto,agora,o foco para mim. Percebo como  preciso me abrir mais às relações humanas e fazer a "tradução" sobre  o que estar falando  a minha coleção de apegos. Importante dá uma chance à uma vida com menos peso, me olhar de forma menos exigente, sabendo entender que meus apegos tem anos de hitória . Preciso com uma postura mais amiga, dimimuir minhas defesas, para escolher os degraus do desapego que, hoje, tenho condições de subir.

Reflexão:

O que colocaria como o número um da fila?

                                   Lígia Oliveira- Terapeuta de Casal e Família



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