quarta-feira, 30 de julho de 2014

Chegada do Primeiro Filho e Casamento




        



Antes de começarmos a falar sobre a crise conjugal que pode acontecer após o nascimento do primeiro filho, avaliamos que seja essencial algumas observações acerca da vida intrauterina, e a influência dos estados emocionais da mãe junto ao feto.

Estudos de pesquisa apresentada por Janet Di Petro, PhD, U.S.A. apresenta as seguintes observações aos futuros pais:

Em relação ao pensamento da mãe, esse não pode ser transmitido ao feto, vez que não existem conexões neurais direta entre eles.

Entretanto o estresse e as emoções da mãe provocam uma série de reações hormonais e variações no fluxo sanguíneo o que influencia diretamente a vida intra-uterina.

O site despertardoparto, no artigo de Eleonora de Moraes, psicóloga e doula, têm as seguintes afirmações:

“... Sabemos que as emoções como ira, medo, e ansiedade fazem com que o sistema nervoso autônomo materno libere certas substâncias químicas na corrente sanguínea, como adrenalina, alterando a composição do sangue materno que, transpondo a barreira plancetária, modificará a bioquímica do ambiente intrauterino, onde está se desenvolvendo o feto".

"O feto terá alterações em seus batimentos cardíacos, poderá ficar muito agitado ou muito quieto”.

O bebe consegue captar estados afetivos, tanto de felicidade, serenidade, como também estados emocionais de tristeza e ansiedade, fala o site guiadobebe.

O site www.webartigos.com/psiquismofetal  reforça, dentre outras, as seguintes explicações sobre a influência emocional da mãe sobre o  feto:

Na busca do alívio das tensões o feto desenvolve mecanismos de defesa, que são expressos através de movimentos hiperativos do corpo, reações parecidas com as do recém nascido em sofrimento: chora e se contorce para aliviar a tensão.
Pode ocorrer também o contrário, a diminuição dos movimentos, que sugere decréscimo da energia vital.
Sabemos  também que a mulher, durante a gravidez, muitas vezes sente-se mais ansiosa, vulnerável, em determinados segmentos da vida mais insegura, e com o aproximar do nascimento, alguns desses fatores se acentuam.

É necessário, por parte do marido, diante desse contexto exercitar mais o seu companheirismo e propiciar à sua mulher e à futura mãe uma vivência maior de apoio e compreensão.

A revista Veja maio de 2011, traz uma reportagem que fala sobre a mudança do comportamento do casal, nesses últimos anos, com a chegada do primeiro filho.

Médico obstetra e ginecologista de São Paulo, Dr.Alberto D’Áuria, fala que muitos casais vivenciam a “crise da Cegonha”, atualmente, mais visível e aguda, em função das mudanças ocorridas na vida das mulheres.
O filho traz alegrias, sonhos e satisfações, mas com ele vem também: troca de fraldas, noites de pouco sono, novos papéis, novas regras e rotinas, gastos adicionais...

 Em relação ao casamento, percebemos que nesse ciclo poderá vivenciar períodos de dificuldades.

Algumas pesquisas informam que dois terços dos casais sentem que a qualidade dos seus relacionamentos teve mudanças negativas, no primeiro ano de nascimento do filho. Muitos são os fatores que contribuem para essa má administração da comunicação conjugal: O tempo dedicado à relação amorosa diminui, entram outras variáveis como, por exemplo: relação com os avós, estabelecimento de novas regras, papéis e responsabilidade, os quais precisam ser conversados, negociados e seguidos para o bom andamento da saúde da família como um todo. Todo esse repertório de vivências, se não bem compreendidos e acordados, trarão problemas relacionais e a consequente fragilização da conjugalidade.


Em função dessas possíveis crises foram criados alguns programas para os futuros pais, com ciclos de debate, sobre temas relacionados à criação dos filhos. Também, uma ideia desses programas é atrair um pouco mais o homem, com o objetivo de fazer com que esse homem-pai possa ampliar sua compreensão, como um todo, acerca desse ciclo e melhorar a sua cooperação.


Avalio como importante reproduzir parte dos pontos desse  Programa, que tem como objetivo fundamental , envolver o homem-marido e pai no processo da gestação, para que ele compreenda as transformações pelas quais passam as mulheres.

Juntos marido e mulher devem conversar e listar as trabalhosas tarefas que a chegada do bebe exigirá: TROCAS DE FRALDA, REVESAMENTO DE FUNÇÕES, BANHOS, LAVAGEM E ESTERILIZAÇÃO DO MATERIAL DO BEBE, DORMIDAS COM O BEBE, HORÁRIOS DE DESCANSO... E tantas outras específicas de cada casal.

Conversar sobre os medos, dúvidas e angústias pensando na chegada do filho, melhorará a compreensão e cumplicidade do casal.

Importante ficar claro que as decisões que envolvem a vida do filho deverão ser conversadas e acordadas entre o pai e a mãe.

Algumas consequências (temporárias) que aparecem nos primeiros meses ao nascimento do bebe, podem também, se não bem administradas, com paciência e boa dose de tolerância, trazer o distanciamento do casal. São elas:

    Diminuição do tempo do sono;

    Diminuição dos momentos de lazer;

    Atenção mais focada no bebe;

    Vida conjugal nesse período, menos vivenciada.

Procurar, dia a dia, aprender a ir buscar, juntos, formas de aliviar o cansaço, e lidar de forma mais positiva com as mudanças (um dia eu explodo, outro dia seguro a barra), favorecerá a flexibilidade do casal.

OBS- Alguns estudiosos registram que os três primeiros meses depois do nascimento do bebe, são considerados como o quarto trimestre da gravidez. É essencial o casal saber que irão passar importantes mudanças afetivas, sociais, individuais e conjugais

Estudos reforçam que atribuir tarefas ao pai reforça positivamente o vínculo conjugal, vez que auxilia a mãe e melhora o vínculo pai-filho.
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Repasso,algumas reflexões importante para serem trabalhadas com os casais que esperam oa chegada do primeiro filho:

Qual a compreensão do casal acerca das citações em vermelho no texto? Qual a contribuição de cada um para a melhoria do clima relacional?

Como vocês estão conversando sobre a colaboração  após nascimento?

Como pensam em conversar, negociar e acordar as tarefas do cuidado com o bebe?

Como estão preparados para as consequências temporárias que o texto fala?

Que outras perguntas poderiam ajudar mais nessa nova etapa de vida conjugal e familiar?


                        Lígia Oliveira- Terapeuta de Casal e Família

Obs : O resumo acima teve como base de consulta artigo da revista VEJA,maio de 2011, e textos de sites da internet:

www.despertardoparto.com.br

www.enciclopedia-criança.com

www.webartigos.com/psiquismofetal



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