terça-feira, 16 de abril de 2013

O Processo do Divórcio- Parte Dois




Continuação da Parte Um

No decorrer do processo do divórcio, independente de quem pediu a separação, cada ex- cônjuge passa por situações de crise emocional, vivenciando uma espiral temporária de altos e baixos.
Um momento significativo acontece quando a separação é compartilhada para toda a sociedade e quando  os ajustes da Justiça são iniciados. É comum, nessas situações, um aumento dos conflitos.
Na  fase que McGoldrick denomina de Reorganização do Sistema o foco é na clarificação das novas fronteiras para todo o sistema familiar, podendo  ser vivenciadas novas dificuldades, em função da necessidade de diversas negociações até se chegar a um novo perfil familiar.
"Os papéis, as fronteiras, a associação e estrutura hierárquica mudam...Todos os subsistemas da família são afetados: marido/mulher, pais/filhos; irmãos/irmãs, avós/netos, conjugalidade
/família,(amigos,trabalho,comunidade". (McGoldrick,1995)
Na prática clínica observamos como todas essas transformações, no  início, reforçam o aumento do nível de tensão, como ainda em algumas famílias trazem posturas de resistências as quais necessitam, habilmente, serem trabalhadas.
Estudiosos das diversas fases do divórcio afirmam que em 95% dos casos o primeiro ano é observado como o período mais difícil. Nessa etapa, as conversas mais recorrentes apresentam como tema a educação dos filhos e os arranjos financeiros da família.
Um ponto essencial para uma elaboração mais saudável do processo do divórcio refere-se ao apego emocional dos cônjuges à relação amorosa. É indispensável se compreender como está sendo experenciado, nos dois ex-parceiros, o divórcio emocional. Explicando melhor: como eles  elaboram seus lutos, suas expectativas idealizadas,observando como essas vivências estão auxiliando ou não a libertação gradual da dependência afetiva do ex- parceiro.
" Elaborar o divórcio emocional é um processo triplo: fazer o luto pelo casamento e pela família perdida, examinar o próprio papel na deterioração do casamento e planejar uma maneira  de seguir em frente sem distorções ou rompimento com o passado"( McGoldricK 1995).
                                  Continua no próximo texto
                                                                      Lígia Oliveira- Terapeuta de casal e família
Obs: Base de leitura para  o texto: As mudanças no cilclo familiar- Uma estrutura para a terapia familiar, Mônica MacGoldrick-Porto Alegre; Artes Médicas, 1995

Nenhum comentário:

Postar um comentário